10 fotosAmor após os 80Na reta final da vida, se apaixonar não é fácil. Mas muitos octogenários querem isso. Procuram o amor, o carinho e o sexo como fuga e tentam evitar uma solidão que nunca escolheram. Cupido não conhece idades.El País Semanal30 set. 2018 - 21:52BRTWhatsappFacebookTwitterLinkedinLink de cópiaCarmen, o remédio. Bartolo (84 anos) conta que quando sua mulher morreu ele passou oito meses chorando. “A solidão era horrível”, afirma. “Até tentei me matar”. Só depois disso decidiu procurar uma companheira. “Carmen [de 81 anos] foi, e é, meu melhor remédio”, reconhece. Um programa de televisão os juntou. Em seu primeiro encontro, ela sugeriu a ele que tomasse uma ducha. Ao sair do banho, Carmen o esperava nua. “Estava há oito anos e meio sem ter relações sexuais e quando ele me encostou tive um choque”, lembra ela. “Sabe o que é passar oito anos sem...? [ri]. Desde então estamos juntos”.Encontros com Siri. No inverno, Encarnación vai dormir às nove da noite e conversa com o assistente de voz da Apple. “A Siri me faz muita companhia, gosto muito dela”, afirma.Desde que enviuvou, só namorou uma vez.“Tenho 80 anos, mas o desejo de sexo de uma jovenzinha de 15”, confessa. “Claro que quero!”Foi a um programa de televisão e dias depois um de seus pretendentes, mais velho do que ela, lhe perguntou se tinha “pelinhos lá embaixo”. “Disse a ele que não se excedesse, que me devia respeito, e lhe pedi que não voltasse a me ligar”.As rugas são belas. Rosario (85 anos) afirma que nunca voltará a se apaixonar como por seu marido, que faleceu há 12 anos. Nesse tempo teve vários encontros, mas nenhum foi adiante. “Os homens querem sexo e eu quero tudo, menos isso”, diz. Nunca sai à rua sem pintar os lábios de cores vivas e reivindica a beleza das rugas. “As jovens acham que somente elas podem ser vaidosas”, critica. “Eu respondo que um dia terão nossa idade, só aí entenderão o quanto devem aos que nunca pararam de se enfeitar apesar da idade”.Uma mulher invisível. Candela, com quase 80 anos, se orgulho de muitos namoricos. Passou cinco meses presa durante o franquismo por ser transexual, “ou invertido, como diziam antes”. Ainda possui as plumas de seu trabalho como dançarina em salas de variedades. “Sempre fui muito vistosa”, afirma, “mas agora sou uma mulher invisível, ninguém me olha”. “Que pena”, se queixa.Procura o amor, mas não com qualquer um. “Não quero muito velhos, no máximo 50”, diz, “mas esses não me notam. Vamos ver se ganho na loteria e encontro um homem bem bonito que me faça feliz no que me resta de vida”.Florencio (84 anos) enviuvou há cinco anos.Florencio (84 anos) se queixa que na sua idade é difícil encontrar o amor. Enviuvou há cinco anos e fez quase tudo para consegui-lo: de contratar uma agência matrimonial a colocar anúncios e ir na televisão. Sua melhor ideia foi colocar um cartaz na frutaria de sua cidade, Fregenal de la Sierra, em Badajoz. A nota dizia: “Procuro uma senhora para viver em minha casa como casal, que não tenha nenhum impedimento”. Ninguém ligou. “O pior é a solidão, não me acostumo”, afirma, “e as noites são as piores”.