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A busca pelo tesouro do rei viking Harald Bluetooth A descoberta, feita por um adolescente, permitiu a arqueólogos e voluntários encontrar 600 peças de mais de 1.000 anos de idade pertencentes a Harald Bluetooth, rei viking do século X Os tesouros enterrados em ilhas remotas existem. Aos 13 anos, Luca Malaschnichenko pôde comprová-lo com suas próprias mãos. Junto a um aficionado por arqueologia, ele se deparou com a descoberta de sua vida, um tesouro de moedas de prata, pérolas, colares, broches e até um martelo de Thor, do final do século X. Ocorreu em Rügen, uma ilha do norte da Alemanha, banhada pelo mar Báltico, segundo confirma a ao EL PAÍS Detlef Jantzen, o arqueólogo chefe do Land de Mecklemburgo-Pomerânia Ocidental. Na imagem, peças pertencentes ao rei dinamarquês Harald Bluetooth. STEFAN SAUER (AFP) Descoberta parecida aconteceu em janeiro, em um terreno agrícola, perto da aldeia de Schaprode e agora vem à luz. Luca, o jovem estudante se deparou com o tesouro quando rastreava com um detector de metais junto a René Schön, um voluntário de um programa de arqueologia local. Na imagem, o arqueólogo amador Rene Schoen (esq.) e o jovem estudante de 13 Luca Malaschnichenko com um detector de metal em Shaprode. STEFAN SAUER (AFP) O detector indicou que tinha algo ali. Conseguiram tirar alguns fragmentos de moedas da terra e em seguida intuíram que aquilo não era sucata. Era a maior coleção de moedas da época do rei Harald, aliás Bluetooth (dente azul), da orla sul do Báltico. “É um tesouro excepcional”, explica por telefone o arqueólogo Jantzen. “É a primeira vez que nos deparamos um achado dessa época tão grande e de tanta qualidade no sul do Báltico”. Na imagem, peças pertencentes ao rei dinamarquês Harald Bluetooth. STEFAN SAUER (AFP) Jantzen e sua equipe em seguida compreenderam que tinham de planejar uma escavação. Desde então, passaram quase três meses, durante os quais tiveram de esperar que o tempo melhorasse, para reunir uma equipe suficiente de voluntários para escavar e regularizar as permissões com o dono do terreno agrícola onde o tesouro foi encontrado. “Tivemos que manter os planos em segredo durante todo esse tempo para evitar que viessem ladrões”, explica Jantzen. Na imagem, trabalhos de escavação em Schaprode. STEFAN SAUER (AFP) Por fim, neste fim de semana escavaram o tesouro e desenterraram centenas de peças da época do rei Harald, o viking que se converteu ao cristianismo e o introduziu na Dinamarca, cujo império fundou. Os arqueólogos têm a certeza de que se trata de um tesouro de Harald Bluetooth (dente azul) pelas inscrições das moedas e porque a data coincide com a fuga do rei a Mecklemburgo-Pomerânia, depois de perder uma batalha contra seu filho. Imagina-se que o rei viking enterrou este e outros tesouros em sua fuga. Já em 1873, na próxima ilha de Hiddensee, também no Báltico foi descoberto um grande lote de objetos de ouro, pertencentes também à família Harald. Na imagem, uma moeda encontrada na escavação. STEFAN SAUER (AFP) A delicadeza das joias encontradas levou aos arqueólogos a concluir que se trata de um trabalho próprio do um ourives da corte. “As pessoas que eram capazes de fazer esses trabalhos tão finos normalmente estavam situados no entorno do rei”, explica o chefe dos arqueólogos locais. No lote há também uma joia do ano 714. Trata-se de um dirham de Damasco convertido em joia. Agora, começa a fase de investigação das peças, que Jantzen ainda não sabe onde acabarão expostas. Na imagem, os trabalhos de escavação. STEFAN SAUER (AFP) O rei Harald morreu no ano 986 no norte da Europa, deixando além de um tesouro enterrado, um legado muito particular que chegou até nosso dias: a tecnologia bluetooth (dente azul), batizada assim em sua honra. Na imagem, peças pertencentes ao rei dinamarquês Harald Bluetooth. STEFAN SAUER (AFP) Detalhe do trabalho de escavação em Schaprode. STEFAN SAUER (AFP)