11 fotosOs 11 piores pais de Hollywood – e o melhorRenegaram os filhos, infernizaram a vida deles – e um inclusive roubou a namorada do próprio rebento. É o Dia dos Pais, e estes não são um exemploJuan Sanguino12 ago. 2018 - 12:14BRTWhatsappFacebookTwitterLinkedinBlueskyLink de cópiaQuando seu pai é Clint Eastwood (Califórnia, 1930), não espere que leia um conto para você, que te cubra antes de dormir ou, pelo visto, que te reconheça legalmente: a presença do ator na certidão de nascimento de seu filho Scott é “Pai – declina” (nasceu de uma aventura com uma aeromoça). Também não lhe deu nada: nem dinheiro, nem contatos, nem sábios conselhos sobre como abrir caminho em Hollywood. A única coisa que Clint (que tem sete filhos, com cinco mulheres diferentes) fez por seu filho é nada, realmente. “Trabalhava como garçom, estudava os roteiros de meus ‘castings’ até as três ou quatro da manhã e me levantava às sete para dirigir até Los Angeles e fazer audições”, recorda Scott Eastwood (Califórnia, 1986), que hoje é ator e modelo. E completa: “[Ele] me obrigou a pagar meus estudos, porque cresceu durante a Grande Depressão e acredita que cada homem deve ganhar a vida sozinho. Eu ficava com raiva porque não me dava dinheiro, mas isso é provavelmente o melhor que podia ter feito por mim.” Clint Eastwood com sua mulher Diana em 2002, um ano antes da separação. Entre os acompanhantes estão seus filhos. Scott é o único homem (com a exceção de Clint) na foto.GettyO protagonista de ‘Frasier’, Kelsey Grammer (Saint Thomas, EUA, 1955), casado quatro vezes e pai de sete, demonstrou que esse negócio de amar todos os filhos do mesmo jeito é uma farsa. E fez isso da forma mais pública possível: ao se divorciar da ex-modelo ‘Playboy’ Camille Donatacci, Grammer pediu apenas a custódia do seu filho Jude (de seis anos) e solicitou ao juiz que a outra filha, Mason (de nove), ficasse com a mãe. O magistrado considerou esse gesto um motivo razoável para não lhe conceder a custódia de nenhum dos dois. Como presente de despedida, Kelsey Grammer colocou Camille no ‘reality show’ de mulheres ricas ‘Real Housewives of Beverly Hills’ com um recadinho público: “Sempre quis ser famosa, então que aproveite.” No programa, Camille aproveitou todas as oportunidades para criticá-lo, deixar claro que ele nunca visitava seus filhos e dizer: “Kelsey tem que aprender amar seus filhos mais do que me odeia.” Na imagem, Kelsey Grammer e sua filha Spencer, num prêmio de 1997.GettyA personalidade violenta do pai de Michael Jackson, Joe Jackson (Arkansas, 1928), era tão emblemática que até foi feito um filme, ‘The Jacksons’, em que o protagonista era ele e seu reinado familiar de terror. Joe costumava se sentar para observar os cinco filhos ensaiando, com um cinto entre as mãos, “para motivá-los”. Michael Jackson confessou que, quando criança, sentia tanto medo do pai que vomitava toda vez que o via. Após a morte do rei do pop, Joe fez exatamente o que qualquer pessoa esperaria de um vilão como ele: tentou se enriquecer. Joe não figurava no testamento do filho, mas isso não impediu que encontrasse uma forma de se beneficiar economicamente. Denunciou o médico pessoal do cantor por negligência, exigindo entre 35 e 176 milhões de reais pela perda de seu sustento econômico (Michael), perda de companhia (embora quase não se falassem) e danos emocionais. O juiz não lhe concedeu nenhuma indenização. Sua mulher Katherine e Debbie Rowe, a mãe dos filhos de Michael, chegaram a um acordo para que Rowe não pedisse a custódia sob uma única condição: que as crianças não tivessem relação com seu avô Joe. Na imagem, Joe Jackson (centro) e seus filhos Jackie, Tito, Marlon, Jermaine, Randy e Michael (primeiro à direita) em 1971.GettyDe um romance de uma noite entre o líder do Aerosmith Steven Tyler (Nova York, 1948) e a modelo Bebe Buell nasceu um bebê chamado Liv, que cresceu achando que seu pai era o também roqueiro cabeludo Todd Rundgren. Aos oito anos, porém, Liv Rundgren foi a um show do Aerosmith e, ao vê-la, Steven Tyler percebeu que ela tinha a mesma cara de sua filha Mia. Quando perguntou a Bebe Buell se Liv era sua filha, a modelo reconheceu e explicou que decidiu ocultar esse fato porque sua vida de sexo, drogas e rock & roll nos anos setenta teria sido incompatível com a paternidade. Seis anos mais tarde, em 1991, o cantor apresentou publicamente sua filha Liv, e ambos tiveram uma relação muito estreita desde então (ela apareceu num clipe do Aerosmith, e a banda fez uma música para o primeiro grande projeto de Liv no cinema, ‘Armageddon’). Liz continua unida a Todd Rundgren, feliz por ter dois pais roqueiros. Nesse caso, Steven Tyler não foi um pai ausente por decisão própria, e sim por desconhecimento, mas demonstrou, como nos melhores filmes, que sempre se pode recuperar o tempo perdido. Na imagem, Chelsea Tyler, Mia Tyler, Liv Tyler e Taj Tallarico acompanham seu pai, Steven Tyler (centro) num show de 2016 em Nova York.GettyÉ impossível saber ao certo em que estado se encontra a relação entre Angelina Jolie e seu pai, o mítico cowboy da meia-noite John Voight (Nova York, 1938). Ela o acompanhou ao Oscar em 1987, onde sua beleza infantil (tinha 11 anos) causou sensação e manchetes nos jornais. Quando Angelina ganhou seu próprio Oscar com ‘Garota, Interrompida’, em 2000, pai e filha não se falavam, já que ela não perdoava o fato de que ele abandonara sua mãe, uma atriz aspirante chamada Marcheline Bertrand que deixou tudo por Voight quando Jolie tinha um ano. Voight descreveu esses sentimentos como “uma fúria programada por Marcheline”. Como gesto de boa vontade (um dos tantos que Jolie teve em sua vida), a atriz libertou o pai da fabulosa série B em que estava preso (‘Anaconda’) e ressuscitou sua carreira ao exigir um papel para ele em ‘Tomb Raider: A Origem’, onde Voight interpretou o pai de Lara Croft. Apenas um ano depois, contudo, Voight reconheceu que não tinham relação, pois sua filha sofria de “sérios problemas mentais”. Angelina ficou tão magoada com esse ataque público que mudou legalmente de sobrenome, de Voight para Jolie. Em 2006, quando a atriz tentou retomar o contato com o pai apresentando seus dois netos a ele, Jon chamou sua neta Zahara de “Shakira”. Em 2013, Jolie recebeu um Oscar honorífico por seu trabalho humanitário e, com seu pai sentado orgulhoso na primeira fila, dedicou integralmente seu discurso de agradecimento à mãe, “uma mulher que se viu obrigada a abrir mão dos próprios sonhos”. Nem uma palavra sobre Voight. No ano seguinte, a atriz não o convidou ao seu casamento com Brad Pitt. Alguns meses atrás, no entanto, ela mesma confessou que “Jon [sic] e eu aprendemos a nos conhecermos através de seus netos: estamos encontrando uma nova relação”. É possível que eles tenham deixado de se falar de novo enquanto você lê esse texto. Na imagem, Jon Voight e seus filhos, James e Angelina, em 1986.GettyO pai de Beyoncé decidiu transformá-la numa estrela quando ela tinha sete anos – ou nove, porque o próprio Mathew Knowles (Alabama, 1952) insinuou que sua filha mente sobre a idade) e a submeteu a descomunais sessões de canto, baile e protocolo. Cinco integrantes do Destiny's Child abandonaram o grupo processando Mathew Knowles, que atuava como empresário sexualizando deliberadamente a imagem tanto da filha como de sua melhor amiga (ou prima, ou filha ilegítima de Knowles, dependendo da fonte) Kelly Rowland. Em seu primeiro disco solo, 'Dangerously in Love', Beyoncé dedicou uma música ao pai, na qual expressava seu desejo de que seus futuros filho e marido fossem como seu “papai”, mas no último (‘Lemonade’) ela lamenta que, efetivamente, seu marido Jay-Z tenha acabado sendo como seu pai: um mentiroso infiel. Mathew Knowles teve dois filhos com duas mulheres diferentes fora do casamento, e em 2011 Beyoncé demitiu-o como empresário ao descobrir que ele lhe roubava dinheiro. Quando Knowles se casou pela segunda vez, nem Beyoncé nem sua irmã (ou sua filha, dependendo da fonte) foram à cerimônia. Na imagem, Mathew Knowles com o Destiny's Child, quando era empresário do grupo, em 2000. Beyoncé é a segunda à esquerda.GettyGary Crosby descreveu em suas memórias os abusos físicos e psicológicos que sofreu do pai, Bing (Washington, 1903-Madri, 1977), uma das figuras mais bem-sucedidas da história de Hollywood, quando era criança. Se Gary deixava algum brinquedo ou roupa jogado no chão, o pai amarrava o objeto em seu pescoço e o obrigava a andar com ele pendurado durante o resto do dia. Também o apresentava aos amigos (todos ícones do cinema, claro) fazendo piadas sobre seu peso. E, se engordava, o pai o surrava com um cinto até que saísse a primeira gota de sangue. “Costumava levar umas 12 ou 15 chicotadas para sangrar”, recordava Gary Crosby. “Eu as contava desejando que o sangue saísse antes”. Seu irmão Philip criticou Gary por tornar públicas essas histórias, dizendo: “Nunca levamos nenhum golpe que não merecêssemos.” Mas sua irmã Lindsay confirmou que a violência que Gary detalhava em suas memórias era certa. Tanto Lindsay como o quarto irmão, Dennis, se suicidaram com um tiro na cabeça pouco depois de completarem 50 anos. Quando Bing Crosby morreu, em 1977, em Alcobendas (Madri), seu testamento indicou que seus filhos só herdariam sua fortuna após completarem 65 anos. Nenhum dos quatro atingiu essa idade, mas neste momento há três (frutos de seu segundo casamento) que estão chegando perto. Na imagem, Bing Crosby (no centro) com os filhos num rancho da Califórnia, em 1955. Da esquerda para a direita, Dennis, Lindsay, Gary e Philip.GettyDois dias antes de fazer 17 anos, em 2007, Taylor Ann Hasselhoff gravou seu pai, o famoso David Hasselhoff (Maryland, 1952), enquanto ele comia um hambúrguer deitado no chão, bêbado e sem camisa. Como se não bastasse a cena grotesca, o vídeo vinha com áudio: era possível escutar a filha do protagonista de ‘A Supermáquina’ e ‘Baywatch’ suplicando a ele que deixasse de beber porque, se não passasse no teste de alcoolemia (imposto pela companhia de seguros), seria despedido de seu ‘show’ em Las Vegas. Hasselhoff tentou tranquilizar a opinião pública (em vão) esclarecendo que ele mesmo havia pedido à filha que o filmasse naquela situação para motivá-lo a buscar tratamento para o vício. Cinco meses depois, o ator conseguiu a custódia das duas filhas deixando no ar uma pergunta perturbadora: se haviam concedido a tutela a ele, como seria a mãe? David Hasselhoff e suas duas filhas em 2006, em Los Angeles.GettyTem cabelo melhor que o seu, fica mais bonito de terno que você e a música dele acompanhou boa parte dos embalos dos anos oitenta. Se você sente inveja de Bryan Ferry (Inglaterra, 1945), imagine como se sentem os filhos dele ao terem como pai essa mistura de Frank Sinatra, Julio Iglesias e James Bond. Um deles, Isaac, herdou suas madeixas, mas não sua malícia: cometeu o erro de lhe apresentar sua namorada, uma menina chamada Amanda Sheppard, e Bryan a roubou diante do filho. Amanda e Brian se casaram três anos mais tarde (ela tinha 29, ele 66), mas se separaram 19 meses depois porque ele não queria ter mais filhos. Com certeza, assunto é o que não falta nas ceias de Natal da família. Na imagem, Bryan Ferry com seus quatro filhos no Palácio de Buckingham, em 2011, quando ele recebeu a medalha da Ordem do Império Britânico. Isaac é o segundo à esquerda.GettyGuillaume Depardieu foi, durante anos, o filho problemático oficial da França. A polícia o prendeu por tráfico de heroína, numa ocasião ele disparou para o alto tentando se livrar dos fãs e escreveu uma biografia contando episódios escabrosos – por exemplo, a vez em que foi para a cama com um senhor, aos 15 anos, em troca de dinheiro para o trem. “É muito difícil, é incorrigível”, queixava-se o pai, Gerard Depardieu (Chateauroux, França, 1948). “Não temos relação, me nego a ser uma lata de lixo onde ele joga tudo o que não gosta. Não respondo seus telefonemas, é o melhor para sua saúde mental. Tem 32 anos, é um homem, tem que tentar ser quem é.” Guillaume, claro, não ficou calado. “Gerard Depardieu [que tem outros três filhos] é um covarde, um mentiroso, uma fraude. Tudo em sua vida é uma farsa. É completamente podre. Seu único desejo é ser amado e ter dinheiro. Nunca mais vamos nos falar de novo.” Em 1995, aos 24 anos, Guillaume sofreu um acidente de moto. Seu joelho ficou tão machucado que ele decidiu amputá-lo oito anos mais tarde. Em 2008, aos 37, morreu de pneumonia e seu pai afirmou, como sempre acontece nesses casos, que haviam se reconciliado meses antes. Que coincidência. Na imagem, Guillaume Depardieu e seu pai, o ator Gerard Depardieu, em 1993.Getty“Meus filhos choravam cada vez que saía pela porta, porque sabiam que ficaria longe por muito tempo”, recorda o protagonista de ‘Thor’, Chris Hemsworth (Melbourne, 1983). E completa: “Agora se acostumaram e nem sequer piscam quando vou embora.” Seu contrato com a Marvel terminou após ‘Os Vingadores: Guerra Infinita’ (dividido em duas partes; a primeira estreou no Brasil em 26 de abril), e Hemsworth estuda tirar um ano sabático ou talvez o resto de sua vida para “estar com a família e surfar” em Byron. É uma localidade de apenas 5.000 habitantes no leste da Austrália onde ele vive com a mulher, a espanhola Elsa Pataky, e os três filhos: India Rose (de cinco anos) e os gêmeos Tristan e Sasha (de quatro). A própria Pataky reconheceu que o marido era muito jovem quando tiveram a primeira filha (ele tinha 28) e que sua carreira não facilita a vida familiar, embora o ator sempre os fez sentir que são a coisa mais importante para ele. Em seu Instagram, repleto de imagens familiares idílicas que parecem fotos de exposição emolduradas, Chris Hemsworth deixa claro que aproveita ao máximo o tempo com os filhos. E, com os 25 milhões de dólares (95 milhões de reais) que ele ganhou só no ano passado, segundo a ‘Forbes’, pode tirar todos os anos sabáticos, ter todos os filhos e pegar todas as ondas que quiser. Na imagem, Hemsworth abraçando seus dois gêmeos.Instagram