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13 livros para o Dia das Mães

Uma seleção de títulos para explorar as relações entre mãe e filho

Um filho com problemas é um dos acontecimentos mais difíceis na vida para uma família. Neste caso, os Lovatt, cuja vida transcorre pacificamente em uma casa vitoriana com seus quatro filhos, sofrem as enormes dificuldades de saúde e caráter de seu quinto filho. Lessing, Prêmio Nobel da Literatura, confessou que suou sangue para escrever o romance, “uma história de terror” de acordo com a autora. Tradução: Luís Carlos do Nascimento Silva.
Considerado pelos críticos do jornal britânico The Guardian como “o romance feminista crucial dos anos 60” em The Millstone (A Pedra de Amolar), a narradora, Rosamund, uma jovem doutoranda inglesa de classe média, relata seu primeiro ano de maternidade depois de uma gravidez inesperada. Ela deve compartilhar a paixão pelos poemas isabelinos, tema de sua tese, com a absorvedora experiência de criar a filha sozinha, o que a levará a descobrir emoções completamente novas.
É frequente que, depois da morte da mãe, o filho sinta a necessidade de esclarecer suas emoções dolorosas por escrito. E mais ainda se o filho é Roland Barthes, que, um dia depois da morte da mãe começou este Diário de Luto, que terminou dois anos depois e cujo fruto são 330 anotações realizadas em uma pilha de pequenos papéis que ele mesmo recortou para destinar a este projeto. Tradução: Leyla Perrone-Moisés.
Alguém tinha de escrever sobre o calvário que para muitas mulheres significa a reprodução assistida, um “conciliábulo químico”, nas palavras da protagonista de 'Quem quer ser uma mãe'. No romance, Silvia Nanclares se propõe a abordar, sem meias palavras e com espírito crítico, as desavenças entre a biologia e o forte desejo de ser mãe presente em algumas mulheres.
Mãe muito jovem, sem tê-lo planejado, a protagonista deste romance trabalha como garçonete para ganhar a vida e alimentar sua pequena, da qual perdeu a custódia por seus excessos com drogas e álcool. Uma história de aprendizagem sem uma pitada de lição de moral e toneladas de sinceridade.
O patriarcado fez estragos em vidas como a de Petra, mãe do roteirista desta graphic novel. Seu próprio pai tentou matá-la quando nasceu e isso deixou como sequela a imobilidade em um braço. Petra manteve em segredo seu defeito com resignação e espírito de sacrifício, e seu filho, que só descobriu isso muito mais tarde, tenta remediar essa situação. Além disso, El Ala Rota (A Asa Quebrada) dá conta da história da Espanha do século XX, do início da Primeira República até meados do franquismo.
As cinco protagonistas dos retratos deste livro de Natalia Carrero são complicadas, o que faz delas excelentes personagens literários. A maternidade sobrevoa estas histórias de mulheres que, nas palavras da própria autora, têm vontade de “mandar à merda tanta felicidade, tanta maternidade responsável, fidelidade inevitável...”, entre muitos outros lugares-comuns de comportamento que se espera delas.
Viúva aos 46 anos e com quatro filhos, Nora Webster tenta lidar com uma existência nada simples em uma pequena cidade da Irlanda da década de 1960. O recomeço da vida de uma mulher a cujo luto e reinvenção assistimos como leitores deste romance cuja protagonista é inspirada na mãe do autor. Tradução: Rubens Figueiredo.
Reconstruir detalhadamente a vida de sua mãe, Else, é o que faz Angelika Schrobsdorff neste livro que obteve muito sucesso entre os leitores alemães. Else era uma mulher muito mais rebelde do que suas contemporâneas: nascida em meados do século XIX, na Alemanha, em uma família judia, teve três filhos com homens diferentes. Um dos grandes méritos de Schrobsdorff nesta biografia da mãe é ter capturado e transmitido à perfeição as ansiedades e preocupações da sociedade alemã entre a década de vinte e a Segunda Guerra Mundial. Tradução: Richard Gross.
A israelense Orna Donath examina, a partir da sociologia, um dos grandes tabus da civilização: renegar a maternidade. Neste ensaio, Donath dá voz a 23 mulheres que, depois de terem sido mães, não experimentaram essa mágica autorrealização que tão insistentemente se lhes prometeu. O debate está servido. Tradução: Ángeles Leiva.
A Rússia viveu outras revoluções antes daquela de 1917; a que teve lugar em 1905 é recriada por Gorki neste romance que conta a história de Pelagia, a mãe do jovem operário Pavel. Ao longo de suas páginas assistimos à politização da protagonista, no início temerosa e pouco decidida a lutar, mas depois aguerrida e transformada em mãe simbólica de todos os companheiros do filho. Tradução: José Augusto.
Delia teve uma relação muito tumultuada com sua mãe, Amalia, durante toda a vida. Tudo muda, quando a mãe é encontrada morta no mar, usando apenas um sutiã e joias. As circunstâncias misteriosas da morte faz com que Amalia entenda melhor sua mãe. É a história deste livro de Elena Ferrante, a autora italiana que está se tornando um fenômeno no Brasil.
O romance de estreia da escritora e colunista de EL PAÍS trata da batalha entre mãe e filha para se comunicarem. Embora vivam próximas fisicamente, estão distantes emocionalmente uma da outra. A história começa com um telefonema que Laura, a filha, jornalista - assim como a autora, que afirma não se tratar de uma obra autobiográfica - recebe de alguém lhe avisando que não consegue contato com sua mãe há dias. Laura então invade o apartamento da mãe, em busca do pior. Mas o que seria o pior? A mãe morta? Ou as lembranças da infância, as mensagens não ditas, os sentimentos engolidos, as lembranças do passado? O livro trata da complexa, e por vezes romantizada, relação entre mãe e filha.
Natalia Ginzburg morreu em 1991, muito antes do revival que está experimentando agora graças a este livro. Ela o escreveu entre 1944 e 1962,não necessariamente pensando nas mães, mas pensando nos filhos delas e as coisas que elas tem que ensinar a os pequenos. Os conselhos vem cheios de sabedoria e perspectiva (duas coisas que podem ser infrequentes em alguns livros sobre mães). Por exemplo: "No que diz respeito à educação dos filhos, penso que se deva ensinar a eles não as pequenas virtudes, mas as grandes. Não a poupança, mas a generosidade e a indiferença ao dinheiro; não a prudência, mas a coragem e o desdém pelo perigo; não a astúcia, mas a franqueza e o amor à verdade; não a diplomacia, mas o amor ao próximo e a abnegação; não o desejo de sucesso, mas o desejo de ser e de saber". Gostaríamos de ser mães só para aplicar esse conselhos. Não. Gostariamos de ser as filhas da mãe que aplicou esse conselho.