6 fotosOs sete melhores finais de sériesUma série apaixonante merece um encerramento à altura. Essas o tiveram. E assim seu fim foi menos doloroso para os fãsICON02 abr. 2017 - 16:25BRTWhatsappFacebookTwitterLinkedinBlueskyLink de cópiaCarrie volta de Paris, o epítome da elegância, a cidade do amor, onde, finalmente, após seis anos de incansáveis idas e vindas, conseguiu que seu príncipe encantado, já maduro, Mr. Big, lhe demonstre que não consegue viver sem ela. Ninguém disse que Sex and the City não era um conto de fadas. Na verdade é. Em sua última coluna, com voz em off, Carrie fala do significado das relações, para repassar as de suas leais amigas, com quem compartilha o brunch pela última vez, desenhando um possível futuro para todas elas. Carrie caminha sozinha com seus inseparáveis sapatos Manolos por essa Nova York que funciona como passarela improvisada. “A relação mais importante é a que você tem consigo mesma”, diz. Mas... toca o celular, é Mr. Big, agora, John, deixando para trás o apelido de solteiro de ouro. Porque, para que nos enganar, “se encontrar alguém que te quer por você mesma... é fabuloso”. Carrie, a guru do amor, inimiga da solidão, sorri, sentindo-se ganhadora e desaparecendo entre a multidão enquanto toca 'You’ve got the love', de Candi Station. Final fabuloso.O truque do último episódio de 'A Sete Palmos', no qual a trama adianta como perderão a vida todos os seus protagonistas, funcionou, esgotando todos os pacotes de lenço de centenas de lares. A filha pequena dos Fisher, Claire, pisa no acelerador, nos conduzindo a esse estado de transe que as séries não costumavam mostrar e se empenhavam em negar. Essa sátira ambientada em uma funerária encarava a morte de frente: algo que pode acontecer a qualquer pessoa a qualquer momento. Por isso o inesperado falecimento do patriarca, fantasma presencial desde o início. O desenlace fecha o ciclo: cinco minutos recheados de momentos felizes e mortes estremecedoras – com situações mais ou menos afortunadas– tranquilas ou violentas… dá no mesmo: uma pancada para qualquer seguidor. Brilhante, a mensagem de esperança: voltará a ver os seus após a viagem. A câmera sobe até o céu após focar os olhos de uma Claire idosa, o final de toda uma existência que a jovem Claire ainda terá que viver.Perturbadora, mórbida, descomunal… mas também poética e encantadora. Hannibal foi capaz de encontrar beleza na morte até o final. “Quem abraça o diabo, que o abrace bem”, dizia de forma premonitória Bedelia, psiquiatra de Lecter. E isso é, de fato, o que Will faz em seu último enfrentamento. Porque Will, o ajudante da polícia com um dom especial para ter empatia pelo criminoso, encontrou sua religião nele, e não há nada pior do que isso. Will não tem nada a perder quando é ferido com gravidade. Isolados em uma cabana, Will abraça Hannibal, que também sangra, olhando nos seus olhos, sob a luz da Lua, em silêncio. “Isso é o que sempre quis para nós dois”, murmura Hannibal. “É lindo”, responde Will, que na sequência se deixa cair por um penhasco arrastando consigo Hannibal, que, até esse momento, parecia imortal. Inesquecível."Chego tarde para tudo”, se lamentava Tony Soprano no começo de “Família Soprano”. Isso mudaria 86 episódios depois, quando esperava, pacientemente, o reencontro com sua família. Sem dar as costas à porta do restaurante, o mafioso escolhia na jukebox 'Don’t stop believing'. Uma música da Journey que fala de “desconhecidos”, os mesmos que entram ameaçadores, junto com sua mulher Carmela, e seu filho, Anthony. Saboreando os “melhores anéis de cebola do Estado”, em aparente calma, é inevitável, no entanto, sentir a tensão. Sua filha Meadow demora a estacionar. A porta se abre pela última vez, Tony levanta o olhar e... fundo negro, escutando esse último “don’t stop”, como desenlace final insólito. Pai ou gangster? Um final tão ambíguo como o próprio anti-herói: atrativo por ser transgressor, merecedor também de castigo. Você escolhe se ele deveria continuar vivendo. Existe final melhor do que esse?A melhor comédia televisiva de todos os tempos começava com uma dose de café e fofocas no já icônico Central Perk. Como contraponto, o encerramento só podia acontecer no apartamento que reuniu a turma, agora sem móveis, o mesmo vazio que o público sentiria. Chandler fala do amor e da felicidade que viveram ali dentro. E Phoebe justifica a pechincha graças aos contratos indefinidos. Entre piadas e soluços, cada um deles ia deixando as chaves de uma casa que foi de todos, e também um pouco nossa. Enquanto o grupo fecha a porta, rumo a esse café para o qual já não estamos convidados, a câmera percorre pela última vez o ambiente vazio, acabando na marcante moldura amarela da porta. Por que iriam sorrir fingindo que não estava acontecendo nada? Friends se despediu com o coração partido, tendo empatia até o final com seus mais fiéis seguidores.Como ocorreu com Tony Soprano, a saber quem conseguiria acabar com Walter White. Pois ninguém melhor do que ele mesmo, um paradoxo que faz grande este final. “Prefiro morrer do que viver sem liberdade”. Walter decide morrer matando, e durante o último episódio tem esse halo de morte em vida. Não se esquece de proteger sua família, apesar de reconhecer, por fim, para sua mulher, Skyler (e para o espectador) que fez tudo por ele mesmo, para “sentir-se vivo”. O personagem pode se despedir dos familiares e também, por seu confesso egoísmo, tornar sua morte mais digerível para os espectadores. Além disso, acaba com a concorrência que poderia fazer sombra a seu legado como traficante: se ele não produz, ninguém mais produzirá. O professor perdedor transformado em vilão de televisão atinge a si mesmo com uma metralhadora de sua invenção. Walter mata o que resta de Heisenberg. Quando Heisenberg morre, seu pupilo Jesse está, finalmente, livre, algo do qual nos alegramos. Walter passeia pelo laboratório onde fabricava a metanfetamina que iniciou seu calvário, seu rosto reflete em um barril, o acaricia, mas não se arrepende, seu olhar inerte vai se afastando em um plano que engradece o último adeus.