9 fotosOs 10 melhores filmes de Nicolas CageO ator americano já protagonizou um punhado de bons longas e já ganhou um prêmio OscarJuan Sanguino28 jan. 2017 - 17:42BRTWhatsappFacebookTwitterLinkedinLink de cópiaExiste uma pessoa no mundo que achou uma boa ideia fazer um filme no qual Nicolas Cage e John Travolta trocam de rosto. A partir disso, o que vier é lucro. Cage entra em um campo minado da atuação ao imitar os beicinhos de Travolta que, por sua vez, sorri como se tivesse tomado seis xícaras de cafés. O filme é tão descaradamente divertido que você quase se sente culpado por estar gostando dele. E, quando começa o enésimo tiroteio, motivado por um rebanho desenfreado de pombos (por volta das duas horas e vinte de filme), não resta outro remédio a não ser aplaudir aquela câmera lenta.Em 'Peggy Sue - Seu passado a espera', Nicolas Cage explora uma das características que marcaram sua trajetória: intromete-se em personagens que, a priori, não têm nada a ver com ele. Aqui, Charlie (Cage) interessa-se com entusiasmo adolescente por Kathleen Turner, convertendo-se em um improvável galã que faz várias loucuras. E esse contraste entre o caráter de seu personagem e a vida de Cage (que frequentemente parece estar em outro filme) fazem com que não sejamos capazes de parar de olhar para a tela. Ah, mais uma coisa: sim, Cage está à direita na foto e, ao seu lado, está um jovem Jim Carrey.Talvez pela única vez em sua carreira, Nicolas Cage não foi o mais extravagante do filme. Esta biografia (com licenças poéticas) do maior traficante de armas da história bebe do excesso, de piadas ruins ("quero a arma do Rambo" - "da primeira, segunda ou terceira parte?") e de mulheres em biquínis que entram e saem da tela sem motivo aparente. Mas também aborda um debate político e moral habitualmente ignorado por Hollywood e pelo primeiro mundo em geral: que algo seja legal não significa que está correto. Mais uma vez, Cage interpreta alguém em conflito consigo mesmo, graças a sua tendência de se meter em dificuldades e sua obstinação por ter uma família ao mesmo tempo. A preservação da família tradicional é, apesar da constante ameaça, é o 'leitmotiv' da carreira de Cage.De violência selvagem e divertimento ofensivo, trata-se de um dos filmes de ação com mais personalidade do cinema recente. Aposta mais uma vez em Cage como um patriarca excêntrico de uma família disfuncional. Se algo dignifica a carreira de Cage, é que ele nunca considera um filme pequeno demais. Exala carisma como padre medíocre e super-herói caseiro. Poucos atores teriam se metido neste 'blockbuster' incomum que, além de tudo, coloca o personagem de Cage sempre em segundo plano. Contendo sua tendência e paixão pela atuação exagerada, o ator entende que sua função é animar os companheiros a partir do banco de reservas. E faz isso melhor até mesmo que Pepe Reina.'Coração selvagem' provocou algo insólito: enquanto o festival de Cannes premiou-o com a Palma de Ouro, muitos espectadores abandonaram o cinema sem esperar o fim do filme. A crítica, por sua vez, protestou diante da sórdida modernidade do diretor, David Lynch. Mas a realidade é que 'Coração selvagem' é um grande e insólito filme. Poucos casais do cinema são tão queridos quanto Lula Pace Fortune (Laura Dern) e Sailor Ripley (Cage), com ele cantando 'Love me', de Elvis Presley, e imortalizando uma americana de pele de serpente que só cairia bem a Nicolas Cage. Os namorados dão-se conta que, como Dorothy, não estão mais no Kansas. Estão em um lugar tão anárquico quanto Oz, mas bastante mais perturbador: a cabeça de David Lynch. Apenas Lynch teria a audácia de converter Cage em um Elvis regional, e Dern, em um mito erótico. Uma aposta tão absurda que, ambientada no inferno dos motéis de estrada, funciona por puro excesso.GettyPoe Cameron (Cage) contra Cyrus, o Vírus, e Cachorro Diamante. Os nomes não são as únicas coisas vertiginosas nesta absurda aventura de ação: os carros de alta qualidade saem voando, os tanques de propano explodem ao mínimo contato e o clímax envolve um avião aterrissando em um cassino de Las Vegas (bendito cinema sem efeitos digitais). Nada tem muito sentido, mas Nicolas Cage leva tão a sério seu drama pessoal que inventa um novo perfil de herói de ação: é tão convincente como encrenqueiro entediado quanto como pai corajoso. 'Con air", além disso, oferece o primeiro tropeço na infame lista de decisões capilares ruins do ator, que tem uma piada por cena ("coloque o coelho na caixa"), e fica imperturbável até quando leva um tiro no braço. Viva Las Vegas. Viva Nicolas Cage.Nicolas Cage tem um Oscar? É uma frase que, cedo ou tarde, escuta-se em qualquer conversa sobre o ator. Claro que tem, e o conquistou com uma cesta de três que não tocou no aro. Sem competição. Vista hoje em dia, sua interpretação de um alcoólatra que se propõe a morrer até a morte é quase irreconhecível. Não há exageros, não há uivos e muito menos gestos espalhafatosos. Cage nunca pareceu tão humano, paradoxalmente, quanto neste papel autodestrutivo. Um homem quebrado que simplesmente se rendeu e se resignou à certeza de que, cada vez que pisar em um bar, acabará sendo expulso e proibido de entrar novamente. No entanto, mostra certa dignidade. Aquela que têm apenas os que, embora estejam se caminhando diretamente ao fundo do poço, pelo menos fazem isso pelas suas próprias regras. Aconteça o que acontecer com Nicolas Cage, sempre pode dizer que fez 'Despedida em Las Vegas', um drama minúsculo que ele conseguiu elevar à posterioridade. E uma raridade em sua carreira: o único dos seus filmes em que Cage não se encanta pela vida.'A rocha' é o segundo melhor filme de Nicolas Cage? Sim, e argumentamos. É o filme de tiroteio mais influente da nossa época: definiu o ritmo, a virilidade disparatada e a transcendência de todo o cinema de ação posterior. E a interpretação de Nicolas Cage tem muito a ver com esse sucesso. O ator exibe o método de interpretação que ele mesmo define como "mega-atuação". E é isso mesmo: coloca os olhos fora das órbitas e grita palavras aleatoriamente. 'A rocha' foi imitada muitas vezes, mas nenhuma de suas cópias superou o épico emocional de Cage alçando duas bengalas para deter o bombardeio sobre Alcatraz. História do cinema.A melhor interpretação de todos os tempos de Nicolas Cage e, provavelmente, o filme mais original do século XXI. Nicolas Cage recuperou momentaneamente seu prestígio e a valentia ao interpretar dois irmãos gêmeos, com direito a uma hilária cena em que um deles se passa pelo outro. A genialidade sem limites do roteirista Charlie Kauffman levou-o a fundir infinitas camadas de biografia, ficção e ficção científica, que se sobrepõem sobre si mesmas. Um circo que dependia da habilidade de Cage para saltar no momento adequado. E quando arregaça as mangas, Cage é um ator sem medo de cair. Suas cenas com Meryl Streep são extremamente sedutoras. O ator consegue, por incrível que pareça, desaparecer por trás de seus dois personagens. No fim, 'Adaptação' deixa-nos todos exaustos, mas com vontade de ver o filme outra vez, outra, e outra, e outra....Cordon