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Ela criou um aplicativo na escola para lidar com doença rara do pai

Giovanna Nunes, de 15 anos, se angustiava com as crises provocadas pela miastenia e resolveu agir

Giovanna Nunes desenvolve aplicativo para ajudar o pai a controlar doença rara.
Giovanna Nunes desenvolve aplicativo para ajudar o pai a controlar doença rara.Luís Simione

Desde muito pequena Giovanna Nunes, de 15 anos, convive com os sintomas da doença rara do pai. Portador de uma enfermidade rara, chamada miastenia grave, ela o via sofrer sérias crises constantemente. Caracterizada por fraqueza e fadiga muscular, provocada por uma abrupta interrupção da comunicação entre os nervos e os músculos, as pessoas que possuem a doença podem sentir dificuldades para se mexer, falar, engolir e até respirar. “Meu pai às vezes tem dias ótimos, em que nem é possível notar que tem miastenia. Mas tem dias muito difíceis, em que não consegue nem engolir. É uma doença imprevisível”, conta. Há dois anos, uma crise levou seu pai a um coma e foi naquele momento que Giovanna desenvolveu uma ferramenta para ajudá-lo a controlar melhor a enfermidade.

Ela criou um aplicativo para celular com notícias, informações sobre terapias, exercícios físicos e de respiração, para que o pai pudesse conviver melhor com a doença, que não tem cura. Foi em um projeto social que Giovanna aprendeu a programar aplicativos de celular. Por conta de seu desempenho na E.E. Julieta Caldas Ferraz, em Taboão da Serra, ela foi indicada por professores a participar do processo seletivo do Instituto Ismart, instituição privada que oferece bolsas para alunos de baixa renda e programas de desenvolvimento pessoal. Giovanna participou das aulas de programação e teve acesso a uma plataforma digital.

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O aplicativo que ela fez já foi baixado na plataforma gratuita Fábrica de Aplicativos 150 vezes, calcula a estudante. “Como é uma doença rara e não há muitas informações sobre ela, fiquei feliz quando vi que outras pessoas também se interessaram. Não há cura, mas existem algumas atividades que ajudam a minimizar os sintomas ou a frequência deles”. Só não criou mais funcionalidades porque, segundo ela, a plataforma disponível para programação era um pouco limitada. Mas assim que se formar em ciências da computação, carreira que descobriu em suas empreitadas pelo mundo da linguagem de códigos, pretende desenvolver uma versão mais completa do aplicativo e torná-lo acessível para mais pessoas.

A paixão por desenvolvimento de sistemas levou a jovem a desenvolver outros programas nas aulas, como um app para ajudar as pessoas a terem uma saúde melhor, por meio de prevenção de doenças e exercícios físicos, e outro para as fãs de sua cantora favorita, Demi Lovato. “Gosto muito de programar e quero continuar fazendo aplicativos”, conta.

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