Nove coisas que os matemáticos fazem de forma diferente no dia a dia
Como não jogar na loteria e inventar passatempos com placa de carros no engarrafamento
Quando se é matemático, como eu, todos pensam que cabe a você dividir a conta do restaurante. Mas, na realidade, durante a faculdade eu só via letras, não sou especialmente dotado fazendo cálculos e, felizmente, já há aparelhos que podem realizar a função. Apesar disso, é verdade que existem algumas coisas que nós, matemáticos, fazemos de maneira distinta - mas é importante deixar claro que fazemos tudo de maneira perfeitamente normal.
1. Para um matemático, um anel na forma de fita de Möbius ou uma pulseira de bijuteria com a identidade de Euler podem ter mais valor do que uma pedra preciosa. Não esqueçamos que os teoremas – e não os diamantes – são para sempre.
#TeVanLasMatesCuando Una mañana, mientras desayunas, te susurran que te quieren y te regalan este anillo... pic.twitter.com/lLzflZVP2P
— Ana Carvajal (@CarvajalSher) November 2, 2015
2. Comemoramos com alegria especial nosso 33º aniversário, porque sabemos que se trata do primeiro palíndromo (número cujo reverso é ele próprio) em binário e em decimal.
3. Um matemático nunca se aborrece em um engarrafamento, pois sempre há passatempos que podem ser feitos com os números das placas dos carros ou outros números interessantes (todos são, o primeiro que não fosse seria digno de menção). Como esta placa: 1729 é o primeiro numeral que admite duas decomposições distintas como soma de cubos, como todo matemático sabe.
#TeVanLasMatesCuando esta Nissan te hace más gracia que un Ferrari ... pic.twitter.com/GL7ZrrpIUM
— joan ms ||*|| 🎗 (@joanms314) November 2, 2015
4. Curtimos os padrões. Um piso revestido de ladrilhos quadrados ou triangulares é, para nós, uma malha plana regular. O descobrimento de um novo pentágono que é capaz de cobrir o plano nos produz regozijo (mesmo que seja o 15o a fazê-lo). Observar que o chão do saguão do Museu Thyssen-Bornemisza, em Madri, tem uma malha plana semirregular ou notar que a maneira como os garçons colocaram os copos de um coquetel é uma foto obrigatória. Ou questionar a forma da mais recente bola da Liga Espanhola é uma discussão bastante razoável e edificante.
5. As palavras têm mais significados quando você é um matemático. Por exemplo, em espanhol um "toro" é, além do animal (touro), o nome que se dá à curva tridimensional que resulta da rotação de uma circunferência em redor de um eixo que não a corta. Como um donut de chocolate, mas só com o chocolate e sem o donut...
#TeVanLasMatesCuando al escuchar la palabra "toro" la primera imagen que te viene a la cabeza es ésta pic.twitter.com/vsZys95hN1
— gaussianos (@gaussianos) November 3, 2015
Isso rende um grande número de piadas de mau gosto que não vou aqui contar, ainda que a foto abaixo sirva como representante (de sua classe de equivalência).
6. Curtimos os jogos de palavras e as brincadeiras da linguagem. Por isso não temos outro remédio senão adorar [o grupo argentino de humor] Les Luthiers e praticar o ludolinguismo, ainda que a um nível de usuário.
7. "Um dia vi uma vaca vestida de uniforme" é muito mais que um poema dadaísta.
8. Gostamos dos problemas. Um bom desafio nos provoca prazer. Talvez por isso tenha havido pessoas como Paul Erdoss, que percorria as faculdades de matemática de meio mundo procurando por problemas e teoremas sem comprovação, como aquele que Terence Tao demonstrou recentemente.
9. Não jogamos na loteria. Sabemos que se trata de um imposto voluntário pago por aqueles que não entendem de matemática. A não ser que seja a [loteria especial] de Natal. Nesse caso, jogamos mais como um seguro, para evitarmos a vergonha de ver todos os nossos amigos ganharem e nós não (como acontece com os não matemáticos). Provavelmente, vamos nos encarregar de organizar as "vaquinhas". Em todo caso, sabemos que a probabilidade de ganhar é muito pequena, pequeníssima.
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