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Lorenzo Vigas: “Ficaria preso em um elevador com Scarlett Johansson”

Primeiro latino-americano a vencer o Festival de Veneza responde ao 'ping-pong' do EL PAÍS

Andrés Rodríguez
Lorenzo Viegas no Festival de Veneza, onde ganhou o Leão de Ouro.
Lorenzo Viegas no Festival de Veneza, onde ganhou o Leão de Ouro.Domenico Stinellis-AP (AP)

Foram necessárias 72 edições do Festival Internacional de Cinema de Veneza para que um filme latino-americano finalmente ganhasse o Leão de Ouro, seu principal prêmio. O estreante venezuelano Lorenzo Vigas (Mérida, 1967) causou surpresa na mostra deste ano com o filme Desde allá [De lá, em tradução livre], obtendo todas as honrarias. Após a consagração na competição, Vigas já participou do prestigioso festival de Toronto, confirmou sua presença no BFI London Film Festival e, neste momento, participa do de San Sebastián.

Pergunta. Qual filme mudou a sua vida?

Resposta. Sem dúvida nenhuma, foram os filmes de Ingmar Bergman. Foi a partir deles que percebi que se pode fazer um filme sobre o interior das pessoas, sobre a psique, e isso me deixou fascinado. Filmes como A paixão de Ana, Persona, os dos anos 60, todos os filmes de Bergman foram os que mais me impactaram.

P. Qual é a sua rotina em um dia de filmagem?

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R. Tomo o café da manhã, parto cedo para o set e começo a trabalhar. Em Desde allá, eu entregava as cenas do roteiro aos atores uns 20 minutos antes de começar a filmar. Não fiz ensaios com eles, que não conheciam o roteiro.

P. O que significa, para você, ser um diretor de cinema?

R. É uma forma de expressão e de vivência. É a maneira que eu tenho de me expressar,

P. De quem você gostaria de sentar ao lado em uma festa?

R. Meu maior sonho era me sentar ao lado de Nuri Bilge Ceylan, que foi um dos jurados em Veneza. É uma das pessoas que mais admiro. E pude realiza-lo, pois, na cerimônia de encerramento, houve um momento em que consegui falar com ele.

P. Qual filme você daria de presente a uma criança para introduzi-la no cinema?

R. Se fosse uma criança de cinco anos, seria um filme que estimulasse a sua imaginação, que não fosse óbvio. Talvez algo de Hayao Miyazaki. Se fosse um jovem que pretendesse fazer cinema, eu diria: veja de tudo.

P. Qual é o seu lugar preferido no mundo?

R. Minha casa, em Caracas.

P. Do que você mais se orgulha em seu trabalho?

R. No caso de Desde allá, eu diria que é o resultado da direção de cena, que foi o que mais agradou o júri, e do trabalho com os meus dois atores.

P. Qual filme você gostaria de dirigir?

R. A professora de piano, de Michael Haneke.

P. Quando foi a última vez que você chorou?

R. Eu choro muito. Chorei de emoção. Choro quando recordo o meu pai. Costumo ser bem chorão.

P. Com quem você gostaria de ficar preso em um elevador?

R. Gostaria de ficar preso com a Scarlett Johansson.

P. Qual foi a mais recente comida que o deixou realmente impressionado?

R. Estive no Peru em 2014, e fiquei muito surpreso com tudo o que comi ali. Sou um grande fã da gastronomia desse país.

P. Se pudesse ter algum superpoder, qual seria?

R. Seria me comunicar com as pessoas de quem eu gosto, tê-las por perto o dia inteiro e falar com elas na hora que quisesse.

P. O que é um bom fim de semana para você?

R. Um que eu passe com os amigos. Sou muito chegado à amizade.

P. O que você queria ser quando criança?

R. Primeiro queria ser astronauta, quando era bem pequeno; depois, jogador de futebol. Mais tarde, fiz muito windsurfe, e cheguei até a ser vice-campeão venezuelano desse esporte. Fui e sou biólogo, e agora cineasta. Fui muitas coisas.

P. Messi ou Cristiano Ronaldo?

R. Messi, de longe, bem de longe...

P. Qual foi a última coisa que você comprou e de que gostou?

R. O smoking que vesti em Veneza. Gostei muito dele.

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