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PIB tem queda de 1,9% e confirma a ressaca na economia brasileira

Os investimentos produtivos recuaram pelo oitavo trimestre consecutivo

Manifestação de trabalhadores despedidos no Rio, nesta segunda.
Manifestação de trabalhadores despedidos no Rio, nesta segunda.Marcelo Sayão (EFE)

O resultado do Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre deste ano confirmou o que já era esperado e percebido pelos brasileiros: o país está em recessão. A economia brasileira registrou queda de 1,9 % no segundo trimestre, ante os primeiros três meses do ano, segundo dados divulgados nesta sexta-feira pelo IBGE. Na comparação com igual período do ano passado, a queda do PIB foi ainda mais acentuada, recuou 2,6%. 

A economia teve assim o pior segundo trimestre do PIB desde 1996, quando teve início a série histórica do IBGE. Como a atividade já havia encolhido 0,7% (dado revisado) no primeiro trimestre, o país entrou no que os economistas chamam de "recessão técnica", quando a retração da economia é registrada  por dois trimestres seguidos. 

A falta de confiança das empresas no turbulento momento político e econômico do país fez os investimentos produtivos -  projetos de expansão ou abertura de fábricas, por exemplo, e aquisição de maquinários das empresas (a chamada formação bruta de capital fixo) - , registrarem queda pelo oitavo trimestre consecutivo.O recuo foi de 8,1%, já na comparação com o mesmo período do ano passado, a queda foi ainda mais intensa:11,9%.

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"Este recuo é justificado, principalmente, pela queda das importações e da produção interna de bens de capital, e também pelo desempenho negativo da construção civil", informou o IBGE.

Pelo lado da demanda, as notícias também não foram boas. Com menor poder de renda, o consumo das famílias caiu pelo segundo trimestre consecutivo: a retração foi de 2,1%. Até este ano, o consumo das famílias crescia consecutivamente desde o último trimestre de 2003.

Em valores correntes, o PIB no segundo trimestre do ano alcançou 1,43 trilhão de reais. Neste trimestre, frente ao anterior, praticamente todos os setores registraram queda, puxada pela indústria, que teve retração de 4,3%, pela agropecuária, de 2,7% e pelos serviços, de 0,7%.

No setor externo, as exportações de bens e serviços apresentaram expansão de 7,5%, enquanto que as importações de bens e serviços caíram em 11,7%, ambas influenciadas pela desvalorização cambial de 38% registrada no período. O recuo foi de 8,1%.

A taxa de investimento do Brasil ficou em 17,8% do PIB, abaixo da registrada no ano passado que atingiu 19,5%. A taxa de poupança também encolheu, passou de 16% em 2014 para 14,4% nesse segundo trimestre.

Os economistas já previam que a retração do PIB no segundo trimestre chegaria a quase 2%. A previsão do Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), que é calculada pelo Banco Central e considerada uma prévia do PIB, era de um recuo de 1,89% no período.

 


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