_
_
_
_
Editoriais
São da responsabilidade do editor e transmitem a visão do diário sobre assuntos atuais – tanto nacionais como internacionais

Argentina muda o passo

A ligeira vantagem obtida nas eleições primárias pelo candidato peronista Daniel Scioli anuncia uma mudança mais profunda

Daniel Scioli, candidato da Frente para a Vitória e ganhador das eleições primárias na Argentina, ontem durante uma coletiva de imprensa.
Daniel Scioli, candidato da Frente para a Vitória e ganhador das eleições primárias na Argentina, ontem durante uma coletiva de imprensa.EFE

O kirchnerismo venceu as eleições primárias na Argentina, mas não arrasou. A vitória do candidato do partido no poder, o peronista moderado Daniel Scioli, não garante sua vitória nas eleições presidenciais em outubro, onde poderia ser necessário um segundo turno. Seu principal rival, o prefeito de Buenos Aires, Mauricio Macri, de centro-direita, embora tenha conseguido resultados ligeiramente abaixo das expectativas, ainda tem a capacidade de unir vontade política e votos até o outono. Os próximos meses serão cruciais para forjar alianças e concretizar propostas, especialmente no terreno econômico, o grande ausente na campanha recente.

Mais informações
O kirchnerista Scioli vence as primárias na Argentina
Argentina julga o kirchnerismo, 12 anos depois de sair do caos
Afastado o juiz que investigava os Kirchners por lavagem de dinheiro

Scioli, um político sem carisma que viveu os últimos 12 anos à sombra de Néstor e Cristina Kirchner, terá que combinar, para ser presidente, a dupla tarefa de garantir o apoio da máquina eleitoral kirchnerista e se abrir para outros setores da sociedade argentina. Macri, visto pelas classes populares como o herdeiro de uma das grandes fortunas do país, deverá seduzir, o que a priori não parece que será fácil, os eleitores do peronismo dissidente, representado por Sergio Massa e José Manuel de la Sota.

O panorama, ainda incerto, permite vislumbrar algumas tendências. A primeira é que provavelmente estamos no começo do fim do kirchnerismo, um fim de ciclo político em sincronia com fim do ciclo econômico sustentado, na Argentina e no resto da América do Sul, pelo boom das matérias-primas. A segunda: quem ganhar em outubro terá de enfrentar os problemas que afligem a economia com medidas de liberalização, que reduzam o protecionismo excessivo e que diminuam a inflação, além de conter a crescente insegurança e pobreza dos últimos anos. A sociedade argentina votou, no domingo, dividida e polarizada. As eleições presidenciais de outubro são uma oportunidade para abrir uma nova etapa mais equilibrada politicamente.

Tu suscripción se está usando en otro dispositivo

¿Quieres añadir otro usuario a tu suscripción?

Si continúas leyendo en este dispositivo, no se podrá leer en el otro.

¿Por qué estás viendo esto?

Flecha

Tu suscripción se está usando en otro dispositivo y solo puedes acceder a EL PAÍS desde un dispositivo a la vez.

Si quieres compartir tu cuenta, cambia tu suscripción a la modalidad Premium, así podrás añadir otro usuario. Cada uno accederá con su propia cuenta de email, lo que os permitirá personalizar vuestra experiencia en EL PAÍS.

En el caso de no saber quién está usando tu cuenta, te recomendamos cambiar tu contraseña aquí.

Si decides continuar compartiendo tu cuenta, este mensaje se mostrará en tu dispositivo y en el de la otra persona que está usando tu cuenta de forma indefinida, afectando a tu experiencia de lectura. Puedes consultar aquí los términos y condiciones de la suscripción digital.

Mais informações

Arquivado Em

Recomendaciones EL PAÍS
Recomendaciones EL PAÍS
_
_