Romário vai à Suíça para provar que não tem dinheiro escondido
O senador e ex-jogador se diz "chateado" por não ser dono de 7,5 milhões de reais Revista 'Veja' denunciou a existência de suposta conta
Romário está "chateado". Após ter sido citado pela revista Veja por supostamete ser dono de uma conta na Suíça com 7,5 milhões de reais não declarados à Receita Federal, o senador pelo PSB-RJ e ex-jogador de futebol, de 49 anos, decidiu viajar até Genebra para comprovar a existência dessa pequena fortuna. E, segundo "descobriu" o baixinho, a conta não é sua. "Eu não finjo ser decente, não faço de conta ser sério e pareço ser correto. Eu sou!!!", disse nesta quarta-feira em sua conta no Facebook o ex-jogador, que se elegeu deputado federal em 2010, senador em 2014, e que aspira a prefeitura do Rio de Janeiro nas eleições de 2016.
A polêmica surgiu na última edição da revista, que publicou uma reportagem sobre as "notórias pendências financeiras" de Romário e uma informação exclusiva: a de que, entre essas pendências, estaria em mãos do Ministério Público Federal um extrato de uma conta bancária em nome do ex-jogador no banco suíço BSI no valor de 2,1 milhões francos suíços (7,5 milhões de reais), que não constam em sua declaração oficial de bens encaminhada à Justiça Eleitoral em 2014. Ainda segundo a publicação, no extrato, de 30 de junho de 2015, "consta um crédito de rendimentos em aplicações no período de um ano a partir de 31 de dezembro de 2013" — algo que o ex-jogador nega. Em seu perfil, ele avisa que o extrato é falso.
A reportagem da Veja não detalha como conseguiu esse material, um documento sigiloso, e não cita nenhuma fonte. Segundo uma informação assinada nesta quarta pelo jornalista Ricardo Noblat, do jornal O Globo, "a turma de Romário começa a desconfiar" que a prefeitura do Rio de Janeiro, comandada por Eduardo Paes (PMDB), está relacionada com o vazamento da informação, uma vez que o ex-jogador aparece em primeiro lugar, com cerca de 30%, nas intenções de votos para a prefeitura do Rio.
A revista também listou uma série de "enroscos financeiros" do ex-jogador, desde dívidas de condomínio até falta de pagamento de pensão para os filhos. E, principalmente, uma dívida de dois milhões de reais com a Receita Federal e 28 processos judiciais por sonegação fiscal, muitos dos quais já obrigou o hoje senador a ceder apartamentos de luxo à Justiça para quitar suas pendências —e, dessa forma, estar habilitado pela lei da Ficha Limpa a participar das eleições.
A publicação também detalha a vida "nada modesta" de Romário e afirma que ele circula pelo Rio de Janeiro com uma Ferrari vermelha. O senador negou, afirmando que o carro de luxo, comprado em 2004, não está na cidade “há alguns anos”, mas não detalha se vendeu o veículo ou continua sendo seu. Além do salário de 33.700 reais do Senado, a revista diz que o ex-jogador recebe 159.000 por mês do Flamengo, e possui entradas de campanhas publicitárias e pagamentos atrasados, os quais somam cinco milhões de reais em rendimentos anuais. Essas informações não foram contestadas.
O ex-jogador, que atualmente preside a CPI do futebol e sempre se apresentou com um forte discurso ético, decidiu "matar no peito" com ironia as acusações da revista. Ainda no último dia 25 de julho, um dia depois da publicação da reportagem, o senador relatou nas redes sociais a ligação do repórter da 'Veja' informando sobre a suposta conta na Suíça.
"Obviamente, fiquei muito feliz com a notícia, assim que possível, irei ao banco para confirmar a posse dessa conta, resgatar o dinheiro e notificar a Receita Federal", disse em sua conta no Facebook. "Espero que seja verdade, como trabalhei em muitos clubes fora do Brasil, é possível que tenha sobrado algum rendimento que chegou a essa quantia. Estou me sentindo um ganhador da Mega Sena, só que do meu próprio honesto e suado dinheiro", completou.
Romário aproveitou para dizer que as afirmações da revista são mentirosas, negou qualquer notificação do Ministério Público e ameaçou levar os repórteres à Justiça. "Espero que, pelo menos, a conta seja verdade. Porque dinheiro honesto, ganho com muito suor, não faz mal a ninguém. Bom lembrar que problemas financeiros todo mundo tem e os meus sempre foram com recursos privados, nunca nada com R$ 1 de dinheiro público", disse. Pelo visto, sempre segundo Romário, a conta na Suíça não era de verdade.
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