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Dilma Rousseff: “Não tem base para eu cair. E venha tentar”

À 'Folha', presidenta sobe o tom contra adversários que querem seu impeachment Ela, porém, elogia o PMDB, da base, embora tenha lhe imposto derrotas no Congresso

A presidenta Dilma durante evento no dia 1, nos EUA.
A presidenta Dilma durante evento no dia 1, nos EUA. STEPHEN LAM (REUTERS)

Em meio ao clima de tensão no Palácio do Planalto após a ofensiva da oposição pelo seu impeachment, a presidenta Dilma Rousseff elevou o tom contra os adversários, aos quais classificou de "um tanto golpistas" em uma entrevista publicada nesta terça-feira pelo jornal Folha de S.Paulo. "Eu não vou cair. Eu não vou, eu não vou. As pessoas caem quando estão dispostas a cair. Não estou. Isso é luta política". Acrescentou: "E venha tentar. Venha tentar. Se tem uma coisa que eu não tenho medo é disso. Não conte que eu vou ficar nervosa, com medo. Não me aterrorizam."

A entrevista surge dois dias após o PSDB, sob o comando do senador Aécio Neves (MG), voltar a pedir o fim do mandato para da presidenta, discutindo abertamente várias alternativas para tal: da cobrança de renúncia à impugnação da eleição de 2014, de supostas implicações da Operação Lava Jato à eventual condenação de manobras fiscais no mandato anterior. Nesta segunda-feira, o Planalto já havia realizado duas reuniões emergenciais para conter o avanço do desgaste de Dilma no Congresso - nas quais confirmou a permanência do vice-presidente Michel Temer (PMDB) na Articulação Política, em um claro recado à ala rebelde da base aliada, comandada por Eduardo Cunha (PMDB), que acusa o PT de tirar espaço do partido dentro do Governo. Apesar do notório clima de tensão entre peemedebistas e o Governo, Dilma evitou confrontar o partido aliado. "Quem quer me tirar não é o PMDB. Eu acho o PMDB ótimo", afirmou.

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A presidenta também se esquivou de criticar o ex-presidente Lula, que, em um evento com religiosos em junho comparou a avaliação atual da sucessora ao nível do “volume morto” (10% de bom ou ótimo). “Eu respeito muito o presidente Lula. Ele tem todo o direito de dizer onde ele está e onde acha que eu estou. Mas não me sinto no volume morto não.”

Dilma admitiu que o cenário atual é de crise política, mas defendeu que a situação é contornável e negou que esteja "traumatizada". Mais uma vez, ela voltou a negar envolvimento com as denúncias de corrupção que envolvem a Petrobras, onde atuou como presidente do Conselho de Administração. "Outro dia postaram que eu tinha tentado suicídio, que estava traumatizadíssima. Não aposta nisso, gente. Foi cem mil vezes pior ser presa e torturada", afirmou, referindo-se a sua experiência sob o regime militar . "Eu não sou culpada. Se tivesse culpa no cartório, me sentiria muito mal. Eu não tenho nenhuma. Nem do ponto de vista moral, nem do ponto de vista político."

A presidenta voltou a questionar os rumos da Lava Jato e a prisão dos presidentes das construtores Odebrecht e Andrade Gutierrez, mais uma vez reiterando que "não gosta de delatores".

Questionada sobre as medidas para tentar contornar a crise econômica, Dilma afirmou que o Governo deve ampliar o ajuste fiscal, com medidas para cumprir o plano proposto pela Governo e  suavizado pelo Congresso. "Até o final do ano vou fazer o diabo para fazer a menor (recessão) possível. (...) Vamos fazer a previsão mais conservadora possível para que a gente saia no ano que vem (da crise)."

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