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Anistia critica violência da polícia contra professores no Paraná

Entidade cobra responsabilidade do Estado por repressão, e cita suposta prisão de policiais

Manifestante é carregado por colegas durante protesto.
Manifestante é carregado por colegas durante protesto.LEONARDO SALOMAO (AFP)

A Anistia Internacional, entidade que é referência mundial em questão de Direitos Humanos, criticou a ação da Polícia Militar do Paraná durante protesto de professores realizado ontem em frente à Assembleia, em Curitiba. “O governador do Estado, Beto Richa, e o comando da PM precisam assumir total responsabilidade pela repressão violenta à manifestação de professores”, afirmou a organização em nota. “Isso é um agressão à liberdade de expressão e ao direito à manifestação pacífica”, disse Atila Roque, diretor executivo da Anistia no Brasil.

A entidade criticou também a reação das autoridades após a ação da polícia. O governador Beto Richa acusou black blocs e o PT de estarem por trás da manifestação, e um porta-voz da PM disse à BBC que “desproporcional seria usar armas letais”, numa referência ao fato da tropa ter usado balas de borracha e bombas de gás. “A polícia não age por conta própria, e as falas das autoridades mostram que para o Governo a ação policial foi adequada”, diz a nota.

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No texto divulgado a Anistia cita os 17 PMs que supostamente foram presos por terem se recusado a disparar contra manifestantes. O EL PAÍS ouviu de policiais que não quiseram se identificar que mais de 50 colegas estão presos e já passam por processo de exoneração por terem desobedecido as ordens do comandante da operação. A assessoria de imprensa da corporação nega. O sub comandante geral da PM, Cel. Nerino Mariano de Brito reiterou ao El País que as informações são falsas. "Até o presente momento não existem prisões. Se essas informações fossem verdadeiras seria fácil desmentir pelo 'princípio legal da publicidade', processos de prisão e exoneração precisam gozar de transparência e legalidade", afirmou pelo telefone.

A Secretaria de Segurança Pública (SESP), que nesta quarta-feira enviou nota oficial contabilizando apenas quatro manifestantes feridos e depois alterou o número para 44, explicou que só levou em conta feridos encaminhados para hospitais, e por isso os números do serviço de saúde municipal divulgou balanço tão diferente - 217. Além dos manifestantes, a SESP contou 21 policiais atendidos.

O ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, disse à revista Época que “a violência, praticada por qualquer parte, prejudica a todos, estudantes, professores, pais e sociedade”. Ele se colocou à disposição para intermediar o impasse entre Governo e professores.

O cenário de guerra na praça Cívica começou perto das 15 horas, quando manifestantes, aos gritos de “sem violência” e “ei, polícia, prende o Beto Richa” começaram a forçar grades que faziam o isolamento da Assembleia, enquanto os deputados estaduais começaram a sessão para votar o projeto de lei que altera a Paraná Previdência, e que, segundo os professores, acarretaria perda de benefícios. Agressões com cassetete e jatos de spray de pimenta foram registradas. Alguns dos atingidos revidaram contra a polícia, atirando copos de água vazios. A resposta veio com uso de bombas e balas de borracha, que continuaram a ser lançados de forma ininterrupta durante mais de uma hora. Uma creche localizada na região foi atingida, e funcionários e crianças presentes precisaram ser retirados às pressas.

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