_
_
_
_
_

Como enfrentar seus medos e outras 18 coisas para aprender neste ano

Palestra de Isabel Allende sobre viver com paixão está entre as melhores de 2014 do site TED

Lucía González

Um dos sites mais interessantes aos quais recorrer quando se quer aprender algo na internet é o TED, que disponibiliza palestras capazes de despertar a curiosidade com seus títulos sugestivos (um exemplo: O enigma das batatas encaracoladas: porque um 'curtir' diz mais do que você imagina).

O formato destes vídeos é tão simples quanto intrinsecamente humano: um monte de gente prestando atenção em alguém que quer transmitir um conhecimento com suas palavras, em discursos de poucos minutos (quase nunca mais de 18), em um asséptico palco no qual não há espaço para nenhuma outra distração. A primeira edição foi realizada há três décadas na Califórnia e, desde então, além de um grande evento anual, há programas de conferências locais.

Para relembrar o que 2014 rendeu, a organização escolheu algumas das palestras mais interessantes do ano. As conferências não se restringem apenas às suas categorias (Tecnologia, Entretenimento e Design) e estão em inglês, mas nos links que proporcionamos em cada um destes pontos podem ser vistos com legendas em português ou espanhol (elas são ativadas na parte inferior do player). Entre as 48 melhores conferências do ano, selecionadas pela organização, estão estas 19:

1. O que aprendi com a cegueira no espaço. É imperdível escutar o astronauta Chris Hadfield (o mesmo que fez um videoclipe, no espaço, da música de David Bowie Space Oditty) sobre como lidar com o medo do perigo e sobre a capacidade de adaptação que temos diante de todo tipo de situações. Além disso, ele encerra a conferência com uma versão, de novo, da música de Bowie em acústico com seu violão. E com um conselho: "Não tenham medo". 18 minutos.

2. Como viver com paixão – sem importar qual seja a sua da idade. Mostra os truques da escritora chilena Isabel Allende, de 71 anos, para enfrentar o medo de envelhecer. Ela diz que com os anos ganhou liberdade e espiritualidade e que, mais do que nunca, agora vive o momento. Inclusive, continua tendo fantasias eróticas com Antonio Banderas... A idade, afirma, é coisa de atitude. 8 minutos. 

3. Sou filho de um terrorista. E aqui está como eu escolhi a paz. Ele tinha 7 anos de idade quando seu pai ajudou a planejar o 11 de Setembro. Zak Ebrahim, ativista pacifista, ressalta que os filhos não têm que seguir o caminho de seus pais: "Eu me exponho aqui como prova de que a violência não é inerente a nenhuma religião ou raça". 9 minutos.

4. O enigma das batatas encaracoladas: porque um curtir diz mais do que você imagina. Se você é usuário de redes sociais vai achar a palestra de Jennifer Goldbeck muito interessante. Talvez entenda porque certos anúncios aparecem depois de ter determinadas conversas ou o que as empresas especializadas podem descobrir sobre o seu comportamento a partir de pequenos gestos, como curtir páginas de Facebook ou deixar rastros de informação. 10 minutos.

5. O que aprendi passando 31 dias embaixo d`água. Especial para aventureiros: o testemunho de Fabien Cousteau, que este ano bateu o recorde de dias submerso que era mantido desde 1963 por seu famoso avô Jacques (mas, como os tempos mudaram, em seu submarino Aquarius tinha wi-fi durante todos esses dias). Curioso desde criança, embora parecesse estar sempre distraído durante as aulas, ele mostra a partir do minuto 8 alguns dos comportamentos de animais que gravou no fundo do mar e que o olho humano não seria capaz de perceber. 11 minutos.

6. Novas reflexões sobre o capital no século XXI. O economista da moda, ou o mais midiático do ano, Thomas Piketty, explica porque a desigualdade econômica está piorando. 21 minutos (inclui entrevista após a palestra).

7. Seja apaixonado. Seja corajoso. Seja o melhor de si. A congressista Gabby Giffords, que sobreviveu após ser baleada em um ato político em 2011, e seu marido, o astronauta Mark Kelly, são entrevistados nesta conferência TED. O casal fala como sua vida pode mudar de um dia para o outro. "Ainda continuo lutando para fazer do mundo um lugar melhor. Vocês também podem fazer o mesmo participando de sua comunidade, dando exemplo". 19 minutos.

8. A nova biônica que nos permite correr, escalar e dançar. Um exemplo das coisas incríveis que a medicina conseguiu desenvolver. Hugh Herr, chefe do grupo de biomecatrônica do MIT, perdeu suas pernas em um acidente durante uma escalada há 30 anos. Na palestra, mistura sua experiência e seu trabalho, explicando como estudam e desenvolvem as próteses. Uma dançarina que perdeu sua perna nos atentados da maratona de Boston volta a dançar de novo, pela primeira vez, no palco: pesquisaram durante 200 dias para conseguir uma prótese que se adaptasse a esses tipos de movimentos. 19 minutos (a partir do minuto 17 se pode ver a dança).

9. Cuidado, companheiros plutócratas, os forcados estão chegando. Um homem rico (Nick Hanauer, investidor e fundador de empresas) que defende que seria bom aumentar o salário mínimo, nos EUA, para fazer a classe média crescer e evitar uma revolução. E sim, ele utiliza a palavra "forcado". 20 minutos.

10. O futuro da prevenção precoce do câncer. O engenheiro mexicano Jorge Soto explica os pontos chave de um projeto: como nossos smartphones poderiam ajudar a nos alertar de doenças. 11 minutos (a partir do minuto 7 explica visualmente como funciona a máquina que desenvolveu com um exemplo de detecção de câncer de pâncreas com um celular).

11. Os hackers: o sistema imunológico da internet. Uma conferência sobre os piratas cibernéticos do bem, os que lutam contra a corrupção dos mandatários e defendem os direitos dos cidadãos. A especialista em cibersegurança Keren Elazari fala sobre o 'hacktivismo': "Os hackers são, talvez, os únicos que ainda podem desafiar os excessos dos Governos". 16 min 39s.

12. Como os piores momentos de nossa vida nos fazem ser o que somos. O escritor Andrew Solomon fala sobre como superar os traumas. Ele conta as histórias de seus livros e de sua infância. "Nunca fui estuprado e nunca estive em nada que se aproxime de uma prisão birmanesa (em referência a entrevistas presentes em seus livros), no entanto, como gay americano, fui vítima de preconceitos e até de ódio", afirma. 20 minutos.

13. Um microscópio de 50 centavos que se dobra como um origami. Um pequeno grande passo para revolucionar a assistência médica em países em desenvolvimento. O físico e inventor Manu Prakash mostra vários exemplos a partir do minuto 3: "Quase como um brinquedo". 9 minutos.

14. Como comecei a compor canções de novo. Sting canta e fala sobre seus períodos de bloqueio criativo e sobre como sair da situação quando cai em um deles. 23 minutos.

15. Conheça os atores ocultos da corrupção global. O trabalho de denúncia de sua ONG deu a ela o Prêmio TED 2014. Charmian Gooch explica que em um mundo globalizado a corrupção já não funciona só em nível local e fala sobre o papel das grandes companhias multinacionais com seus investimentos em países com governantes corruptos. 14 minutos.

16. Dados maciços, dados muito melhores. Kenneth Cukier, o editor de dados da prestigiosa revista "The Economist", coloca em questão os desafios e os benefícios de estudar os "dados maciços" e ressalta que as empresas coletam, hoje em dia, muitos dados e, também, fazem mau uso deles. 16 minutos.

17. Assim recuperamos a internet. A palestra do ex-analista da NSA Edward Snowden é bem curiosa. Ele subiu ao palco por meio de uma tela de plasma, já que fisicamente estava em algum lugar da Rússia: "Não temos que abrir mão da nossa privacidade para ter um bom Governo e nem da nossa liberdade para ter segurança". Em formato de entrevista. 35 minutos. Dias depois, foi disponibilizada A NSA responde Snowden, também através de videoconferência, com o diretor adjunto da NSA (33 minutos).

18. Uma história de 30 anos de futuro. O fundador do Laboratório de Imprensa do MIT, Nicholas Negroponte, relembra as três últimas décadas de evolução tecnológica e supõe quais serão os avanços nas três seguintes. Ele se atreve a defender um prognóstico que soa como ficção científica: o de que em 30 anos poderemos ingerir informação ("tomar um comprimido e aprender inglês, tomar uma comprimido e saber tudo sobre Shakespeare"). 20 minutos.

19. Que país faz mais bem ao mundo? Uma conferência do assessor político Simon Anholt, criador do Índice do País Bom. Pequeno spoiler: o vencedor é a Irlanda (o ranking não se refere a "moralmente bom", não entra nisso, mas avalia quem "dá mais à humanidade"). 18 minutos.

Arquivado Em

Recomendaciones EL PAÍS
Recomendaciones EL PAÍS
_
_