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FMI vê entre 35% e 40% de chance de outra recessão na zona do euro

Draghi adverte: "Sem reformas não há recuperação" Lagarde elogia a Espanha: "Os sacrifícios estão dando frutos"

Amanda Mars
Christine Lagarde, diretora do FMI.
Christine Lagarde, diretora do FMI.Andrew Harrer (Bloomberg)

A zona do euro corre sérios riscos de recaída: entre 35% e 40% de possibilidades de outra recessão. Foi o que anunciou a diretora-executiva do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, durante a assembleia anual da organização, realizada esta semana em Washington. A Espanha tem recebido muitos elogios por suas reformas, mas nenhuma fonte considera o país a salvo da crise ainda. Não tanto pelo elevado desemprego, mas pela baixa recuperação dos países do bloco. "A Espanha é o único país da zona do euro que tem previsões de crescimento, por isso é um país onde as reformas, o trabalho duro que foi feito, os sacrifícios feitos pelas pessoas, estão dando frutos", disse, a um grupo de jornalistas espanhóis.

Durante o encontro, Lagarde quis corrigir o tom alarmista do risco de estagnação. "Não estamos dizendo que a zona do euro esteja a caminho da recessão, mas pode acontecer se nada for feito", já dirigindo-se aos países com superávit, como a Alemanha, para que invistam mais, mas também aos que têm déficit, para que façam reformas. O ministro de Finanças alemão, Wolfgang Schauble, disse em uma mesa-redonda que seu país deve investir mais, mas ressaltou que o "crescimento europeu não deve ser alcançado assinando cheques".

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O FMI alerta constantemente sobre a baixa inflação na zona do euro, que ficou em 0,3%. Lagarde admitiu que o BCE tomou medidas, mas manifestou sua esperança de que "mais seja feito", em alusão a medidas expansivas mais agressivas como a compra de dívida pública.

Lagarde compareceu na entrevista coletiva principal da assembleia em um contexto complicado para o FMI: ela foi acusada por possível negligência em um caso de corrupção em Paris, a reforma da instituição continua bloqueada e a recuperação mundial que previam não para de perder fôlego. São os EUA e o Reino Unido que estão puxando as economias avançadas, admitiu. Mesmo assim, para a Espanha, a diretora-executiva ressaltou que o crescimento está passando para o território positivo e as exportações cresceram, mas deixou claro que as boas notícias devem chegar à criação de emprego.

O presidente do BCE adverte: "Sem reformas não há recuperação"

Evitou, porém, concretizar se realmente o Fundo defende que os salários dos europeus comecem a melhorar, depois de anos de cortes, como forma de fortalecer o consumo e a recuperação, algo que defenderam recentemente outras instituições como a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento (OCDE) e a Organização Internacional do Trabalho (OIT).

Embora a Espanha tenha começado a criar empregos, a absorção dos 3,5 milhões de postos de trabalho destruídos na crise não é rápida e tanto o Governo quanto o Fundo assumem que em 2015 a taxa de desemprego continuará acima dos 23%, quer dizer, uma de cada quatro pessoas em idade ativa.

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