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Morre Emilio Botín

O Santander comunicou a morte do banqueiro ao mercado de valores na primeira hora do dia O conselho de administração se reunirá hoje para designar seu novo presidente

A trajetória em fotos de um dos homens mais poderosos da EspanhaFoto: atlas | Vídeo: Gorka Lejarcegi

Emilio Botín, presidente do Banco Santander, morreu nesta madrugada em Madri aos 79 anos vítima de um ataque cardíaco. As comissão de nomeações e remunerações e o conselho administrativo do banco vai se reunir na tarde de hoje para nomear o novo presidente, de acordo com um comunicado enviado pelo banco à Comissão Nacional do Mercado de Valores Mobiliários da Espanha.

A nota é de Boadilla del Monte (Madri) e foi transmitida hoje às 8h45. Os restos mortais do banqueiro serão trasladados durante o dia para sua cidade natal, Santander (norte da Espanha), informaram fontes da entidade. A favorita para sucedê-lo é sua filha, Ana Patricia Botín, de 53 anos, atual diretora executiva do Santander UK. Após a confirmação da morte de Botín, as ações do grupo caíram 1,8%.

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Emilio Botín, nascido em 1934, era bisneto, neto, sobrinho, filho, irmão e pai de banqueiros, mas insistia em acrescentar que era um banqueiro universal. Entrou na entidade quando tinha 24 anos, em 1958 e nunca parou de trabalhar desde então. Em 1960, entrou para o conselho administrativo e subiu à presidência em 1986. Em 2007, mudou o estatuto do banco para não se aposentar aos 72 anos, como previa o regulamento da entidade. Foi um dos poucos gestores financeiros que, além de assumir a presidência da entidade, era seu principal executivo e maior acionista.

Sob sua direção, converteu o Santander (a entidade é acionista da Prisa, o grupo editor do EL PAÍS, com 5,38% do capital) no maior banco da zona do euro por capitalização em bolsa. “Foi capaz de criar a partir de um pequeno emprestador local o maior banco da zona do euro”, destaca a imprensa econômica internacional. Para isso, levou a cabo uma política de aquisições muito agressiva. Dentro dessa expansão, adquiriu o Banesto, absorveu o Central Hispano e, fora da Espanha, adquiriu o Sovereign Bank norte-americano, entre outras entidades de renome na América Latina, onde havia fixado o seu objetivo, especialmente no Brasil.

Botín, economista e formado em Direito pela Universidade de Deusto, pretendia comparecer nesta quarta-feira à apresentação de um quadro de Velázquez na Cidade Financeira do Santander, A Educação da Virgem, restaurado com recursos do banco. O banqueiro estava muito ligado à universidade e à comunidade científica, bem como ao esporte – seu relacionamento com a Fórmula 1 era muito conhecido.

Botín era casado com Paloma O'Shea, nomeada marquesa de O'Shea em 2008 pelo rei Juan Carlos I. Tinha seis filhos: Ana Patricia, Carmen, Emilio, Carolina, Paloma e Francisco Javier.

“Embaixador” da marca Espanha

A morte do banqueiro foi anunciada quando o Congresso espanhol iniciava a sessão semanal de perguntas ao Governo. O presidente Mariano Rajoy mostrou seu pesar: “Emilio Botín foi um grande embaixador da marca Espanha”. “O banco que ele presidia é o mais importante de nosso país, e tenho confiança de que, mesmo com seu falecimento, continue sendo assim”, informa A. Díez.

Já o líder da oposição e secretário-geral do PSOE, Pedro Sánchez, manifestou sua “tristeza” pelo falecimento de Botín e transmitiu sua solidariedade aos familiares e amigos próximos ao banqueiro: “Um abraço para sua família e para seus entes queridos neste momento tão difícil”.

Em declaração à Europa Press, o presidente do BBVA, Francisco González, afirmou: “Quero transmitir, em nome do BBVA, nossos pêsames pelo falecimento de Emilio Botín. Lamentamos sua perda e nos unimos no luto a sua família e ao Grupo Santander”.

O Banco de España divulgou uma nota na qual lamenta a morte repentina do banqueiro, afirmando se tratar de “uma figura excepcional no sistema financeiro internacional”. O órgão lembra que, sob o comando de Botín, o Santander empreendeu uma política de expansão e diversificação dentro e fora da Espanha, o que o levou a ser, por seu volume de ativos, “o primeiro banco espanhol e uma das maiores instituições do mundo, com uma presença muito destacada no Reino Unido, no Brasil, no México, nos Estados Unidos, em Portugal e no Chile, entre outros países”.

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