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A China proíbe a compra de produtos Apple com dinheiro público

O país asiático segue os passos da Rússia na prevenção dos programas de espionagem norte-americanos

Loja da Apple na cidade chinesa de Shenzhen.
Loja da Apple na cidade chinesa de Shenzhen.Brent Lewin (Bloomberg)

A Apple não está na lista de fornecedores que receberam a aprovação das autoridades chinesas para fornecer aparelhos eletrônicos ao governo comunista.

Entretanto, as razões que provocaram essa situação não estão claras. Na quarta-feira, a norte-americana Bloomberg assegurou que, segundo “funcionários chineses com bom conhecimento do assunto”, trata-se de uma proibição relacionada com a possibilidade de que os telefones e tablets da companhia de Cupertino possam servir em operações de espionagem dirigidas pelos Estados Unidos. E o EL PAÍS pôde comprovar que os funcionários do Ministério de Assuntos Exteriores em Xangai mudaram seus celulares para uso no trabalho e utilizam exclusivamente os da marca chinesa Coolpad.

Entretanto, a revista chinesa Caixin assegurou ontem que a exclusão da Apple do grupo de empresas cuja tecnologia pode ser adquirida com fundos públicos não se deve a essa razão, mas por uma muito mais corriqueira: a multinacional americana não apresentou os documentos solicitados pelo Governo, alguns dos quais estão relacionados com a eficiência energética dos dez produtos em questão. De qualquer forma, a publicação chinesa assegura que os responsáveis pela redação da lista revisarão o caso.

Essa situação tensa chega em um momento muito delicado para as companhias tecnológicas estrangeiras na China, que receberam repetidas acusações de espionagem desde que Edward Snowden revelou a existência do PRISM, o projeto norte-americano elaborado pela Agência Nacional de Segurança (NSA, na sigla em inglês) para apropriar-se de todo o tipo de informação. Com esta desculpa, Pequim excluiu da lista de fornecedores de software para computadores governamentais importantes desenvolvedores de antivírus, como a norte-americana Symantec e a russa Kaspersky, e em seu lugar entraram cinco marcas chinesas . Como se não bastasse, o sistema operacional Windows 8 também foi proibido, ainda que a versão anterior – Windows 7 – possa ser utilizada, mas este caso parece ter mais relação com o aborrecimento provocado pelo final do suporte técnico que a empresa dava aos usuários do sistema XP.

Curiosamente, nos Estados Unidos as empresas chinesas também foram acusadas, como ocorreu com o gigante das telecomunicações Huawei, de espionar para o governo chinês. Entretanto, muitos consideram que por trás desta guerra encontram-se motivos econômicos.

Ambas as superpotências buscam proteger uma indústria vital para o desenvolvimento e a inovação. De qualquer maneira, a exclusão da lista não implicará um grande problema para a Apple, cujas vendas na China crescem em bom ritmo: está fechando acordos para vender o Iphone através das três operadoras de telefonia do país, vendeu 51% a mais de Ipads no segundo trimestre, e a divisão de computadores cresceu 39%.

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