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A estratégia ‘anti-Costa’

No Atlético interpretam que o Madri tinha um plano premeditado para desquiciar a seu ariete

Ladislao J. Moñino
Diego Costa e Cristiano Ronaldo discutem durante o partido
Diego Costa e Cristiano Ronaldo discutem durante o partidoclaudio álvarez

A expedição do Atlético de Madrid bateu em retirada do Santiago Bernabéu, na quarta-feira onde perdeu por 3 a 0 com gols de Pepe, Jesé e Di María, com mais rapidez do que de praxe. “O mar não está para peixe”, ouviu-se alguém dizer na hora em que Juanfran era chamado a entrar no ônibus, sem ter terminado de falar com os repórteres de rádio na zona mista.

Machucados pela derrota, Simeone e seus jogadores foram embora com a sensação de que, mais do que no futebol – o que aconteceu também –, foram superados pelo Real em intensidade e catimba. Os jogadores de Ancelotti focaram suas entradas maldosas em Diego Costa, o atleta mais determinante do ataque do Atlético, a quem tiraram do jogo, como ele mesmo já fez com tantos adversários. O hispano-brasileiro saiu do confronto sem uma só finalização a gol para contabilizar. Tampouco deixou na lembrança qualquer contra-ataque em que pudesse exibir suas arrancadas.

Costa foi alvo de 7 das 16 faltas cometidas pelo Real Madrid. Sofreu ainda uma pisada de Arbeloa no calcanhar, sem bola, em meio a uma confusão de pernas que impedia a visibilidade do trio de arbitragem, além das provocações de Pepe, que chegou a assoar o nariz na cara dele. Por tudo isso, os membros do Atlético viram um plano premeditado dos rivais para tirá-lo de ação. Na entrevista coletiva, Carlo Ancelotti negou ter dado qualquer instrução de usar artimanhas que desorientassem o mais temido jogador alvirrubro. “Eu disse que era preciso tomar muito cuidado, porque é um jogador muito perigoso livrando-se da marcação em profundidade”, garantiu.

Se não havia ordens expressas do treinador italiano, as imagens de televisão mostraram que alguns dos seus jogadores se dedicaram a provocar um jogador facilmente inflamável, a quem, além do mais, um cartão amarelo já deixaria fora da partida de volta, como de fato ocorreu. “Na segunda bola metemos a perna com força”, disse Ramos, flagrado pelas câmeras, durante o aquecimento.

Assim que o jogo começou, Pepe chegou no artilheiro do Atlético, e já aí tiveram seu primeiro enfrentamento dialético. A partir desse momento, o zagueiro alagoano e Arbeloa se revezaram tentando desestabilizá-lo. Costa respondeu às batalhas dialéticas e também distribuiu empurrões em Pepe, Arbeloa e Xabi Alonso, mas desta vez foi ele a maior vítima desse jogo violento que tanto manchou a partida.

No vestuário alvirrubro ninguém entendeu também o amarelo levado por seu centroavante depois de ele ser derrubado por Di María e de o joelho do argentino impactar suas partes mais íntimas. Jogadores e comissão técnica do Atlético se perguntavam: “O que teria acontecido se o que fizeram com Costa fosse Cristiano Ronaldo que tivesse sofrido?”. No Real, por outro lado, as queixas eram por várias entradas duras, principalmente de Insúa, que deu um carrinho em Modric e deixou uma pisada muito feia em Jesé. Como também fez Diego com Cristiano.

O jogo deixou uma imagem que desagradou a Vicente del Bosque, que assistia da tribuna de honra. Ontem, durante um evento no qual estavam também Villa e Ramos, criticou o ocorrido: “Há episódios e coisas das quais não gosto e pronto. Sei que é o futebol, que pode acontecer, sou compreensivo, mas não gosto”. De alguma maneira, o treinador da seleção viveu um episódio semelhante àqueles protagonizados pelos jogadores do Real e do Barça na maratona de clássicos de 2011. “Cada um tem de se preocupar em jogar, em render o máximo, defender a sua equipe, mas há enfrentamentos e condutas que não são adequadas”, afirmou.

Del Bosque também negou estar preocupado com possíveis reflexos que esse jogo possa ter sobre as relações entre jogadores de ambas as equipes – inclusive Diego Costa – que venham a ser convocados para o amistoso de 5 de março contra a Itália.

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