_
_
_
_
El acento
Texto no qual or author defends ideias e chega a conclusões is based on its interpretação dos fatos ou dado

Van Goghs para resgatar Detroit

A cidade norte-americana cogita vender suas obras de arte para paliar parte de sua catástrofe econômica

MARCOS BALFAGÓN

A pergunta que se fazem os administradores da cidade de Detroit não é muito diferente da que se fazem hoje milhões de instituições e cidadãos: de onde tirar dinheiro para enxugar a dívida? A da mítica cidade do automóvel é volumosa (18.500 milhões de dólares) e enquanto o número de contribuintes diminui, o de aposentados continua aumentando- o que coloca as pensões em perigo.

Agora que a quebra da cidade é oficial e há que ativar os mecanismos para resgatá-la, o gestor da falência, Kevin Orr, parece estar namorando uma ideia que permeia a cidadania desde que começaram os problemas: utilizar as obras de arte do Instituto de Artes de Detroit (DIA) para conseguir liquidez.

As coleções do DIA somam um total de 60.000 obras de diferentes procedências: desde a América indígena até a China, passando pela Europa. Seus fundos nutrem-se de pintores globalmente cotados, como Caravaggio, Rivera, Gauguin, Rodin, Picasso ou Matisse, mas a joia de sua coleção é o Autorretrato de Vincent van Gogh.

Para os responsáveis pelo museu, a ideia de esvaziar a pinacoteca é um pesadelo que lhes tira o sonho. A primeira doação de uma obra de arte ao DIA data de 1883 e o tesouro que se conseguiu reunir é fruto do esforço de grandes colecionistas e filantropos que, nos bons tempos, obsequiaram generosamente a uma cidade que viu o início de impérios como Chrysler e General Motors, e que em um dia a abandonaram fugindo de seu declive, como também fez a Motown, o mítico selo musical.

Com a venda de suas coleções ou parte delas, a cidade se veria compensada em parte, mas sofreria uma perda irreparável, incapaz de estancar a hemorragia econômica que a tem empobrecido até limites inesperados. O recorde em leilão foi conseguido recentemente por Três estudos de Lucian Freud, de Francis Bacon (105,8 milhões de euros), e o de venda direta é Os jogadores de cartas, de Cézanne (191,6 milhões de euros), quantidades, em definitiva, que são fichinhas para o que precisa Detroit, a que foi a quarta cidade dos Estados Unidos, que nem sequer sairia do buraco se os bancos não tivessem perdoado sua dívida de 2 bilhões de euros.

Tu suscripción se está usando en otro dispositivo

¿Quieres añadir otro usuario a tu suscripción?

Si continúas leyendo en este dispositivo, no se podrá leer en el otro.

¿Por qué estás viendo esto?

Flecha

Tu suscripción se está usando en otro dispositivo y solo puedes acceder a EL PAÍS desde un dispositivo a la vez.

Si quieres compartir tu cuenta, cambia tu suscripción a la modalidad Premium, así podrás añadir otro usuario. Cada uno accederá con su propia cuenta de email, lo que os permitirá personalizar vuestra experiencia en EL PAÍS.

En el caso de no saber quién está usando tu cuenta, te recomendamos cambiar tu contraseña aquí.

Si decides continuar compartiendo tu cuenta, este mensaje se mostrará en tu dispositivo y en el de la otra persona que está usando tu cuenta de forma indefinida, afectando a tu experiencia de lectura. Puedes consultar aquí los términos y condiciones de la suscripción digital.

Arquivado Em

Recomendaciones EL PAÍS
Recomendaciones EL PAÍS
_
_