Facebook passa da realidade virtual à realidade aumentada
Mark Zuckerberg atira diretamente contra o Snapchat
“Colocamos algumas câmeras aqui. É porque compartilhamos mais vídeos e fotos do que texto”, começou Mark Zuckerberg com seu uniforme habitual de jeans e camiseta cinza no velho teatro de San José, a antiga capital de Silicon Valley. O fundador do Facebook revelou seus planos para a rede social na conferência de desenvolvedores da rede social, que acontece na Califórnia: “Nosso foco é construir uma comunidade”.
Zuckerberg não esqueceu o mais recente escândalo de seu serviço, o assassinato ao vivo de um cidadão de 74 anos em Cleveland: “Nosso coração está com a família e os amigos de Robert Godwin Senior. Faremos tudo o que pudermos para evitar esse tipo de tragédias”.
“Colocamos câmeras em todos os lugares. Queremos que os desenvolvedores se juntem e potencializem isso”, disse o fundador da rede social
Seguindo o hábito de Silicon Valley, o Facebook deu uma guinada. Já não fala de realidade virtual, mas de realidade aumentada, uma projeção sobre o mundo real. “Quando você se junta a uma comunidade, se torna mais forte. Se você também integra a realidade aumentada, a relação se fortalece”, enfatizou.
“A câmera é a primeira plataforma de realidade aumentada. Por isso colocamos câmeras em todos os lugares. Queremos que os desenvolvedores se juntem e potencializem isso”. Em seguida, mostrou os filtros, muito semelhantes ao Snapchat, para personalizar cada imagem. “Sai hoje na versão beta, com personalização baseada em localização”, disse. A sensação que ficou é que o Facebook ataca diretamente o Snapchat, companhia que acaba de lançar ações na bolsa e se define como uma empresa de câmeras. Muita casualidade...
Os jogos, no estilo do Pokémon Go, a sensação de 2016, chegarão ao Facebook. Zuckerberg quer que o mundo real se funda com o que é visto através do celular. Na tela, os efeitos colocarão peixes na tigela de cereais ou zumbis no banheiro.
Usando inteligência artificial e fotos de perfil, o Facebook vai criar um avatar, um virtual nos representar
A conectividade continua sendo uma de suas obsessões. Zuckerberg encerrou falando do Messenger, com mais de um bilhão de usuários ativos e de sua aposta na conectividade através de seus próprios aviões não tripulados. Aquila, seus drones ultraleves, continuam aperfeiçoando seu voo para levar conexão grátis aonde as operadoras não chegam.
Não houve uma única referência ao WhatsApp, antes seu assunto preferido. Nem ao Instagram, sua primeira grande aquisição. E tampouco uma palavra sobre a Samsung, sua grande companheira na viagem da realidade virtual.
Em seguida, Mike Schroepfer, diretor técnico do Facebook, pegou o bastão para entrar em detalhes sobre como as câmeras dos telefones celulares serão verdadeiras máquinas para integrar efeitos. Há apenas cinco anos, era difícil pensar que um celular tivesse potência para fazer isso. Agora eles o fazem em tempo real.
O Frame Studio será o espaço para criar filtros estáticos para a foto do perfil. O AR Studio, mais sofisticado, é o grande armazém de dados, reconhecimento e filtros para fazer de maneira sutil com que a inteligência artificial reconheça os objetos do mundo real e os anime na versão virtual. A caixa de ferramentas do Facebook inclui rastreamento de objetos ou do corpo humano para sobrepor vídeos com efeitos.
Facebook Spaces
A telepresença, uma das promessas de Zuckerberg, estreia em beta com o Facebook Spaces. Usando inteligência artificial e as fotos do perfil, o Facebook vai criar um avatar, um eu virtual que nos represente. “Mas você poderá mudar o cabelo ou os óculos, e também as roupas. Para que você se sinta confortável”, disseram.
Os amigos que estão conectados ao mesmo tempo poderão se juntar às chamadas e explorar juntos os mundos recriados pelo computador sem sair de onde estiverem. É melhor do que o Skype? Talvez menos prático, mas certamente mais divertido.
Durante o aniversário do Facebook, o fundador e CEO enfatizou a importância das comunidades. Finalmente, pararam de falar do lado mais privilegiado do mundo para desvendar o FB Start, um plano para promover o aprendizado de habilidades informáticas no mundo que não anda na mesma velocidade que o Silicon Valley. Deram o exemplo da Nigéria.
Ryan Leslie já tem mais de 400.000 seguidores com os quais mantém uma relação mais próxima. A intermediação é uma das barreiras que querem quebrar. Outro exemplo foi a Nike +, a maior comunidade mundial de fãs de corrida.
Facebook Messenger
David Marcus, que Zuckerberg chama de “a Rocha”, numa analogia com o conhecido ator, é responsável por um serviço com mais de 1,2 bilhão de usuários e um exército de mais de 100.000 bots, assistentes virtuais que com apenas um ano de idade servem para entregar notícias à la carte, recomendar viagens ou fechar uma consulta com o dentista.
“Ninguém quer ligar para as empresas. Com o Messenger é mais fácil manter o serviço ao cliente”, defendeu.
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