Protestos contra PEC 55 têm ônibus queimado em Brasília e invasão da Fiesp
Na capital paulista, manifestantes gritam "Fora, Temer" e pedem referendo sobre PEC aprovada
A PEC 55 (Proposta de Emenda Constitucional), que estabelece um teto para os gastos públicos para os próximos 20 anos, foi aprovada nesta terça-feira pelo Senado Federal em segundo turno e provocou atos de protestos em várias cidades do Brasil. Em Brasília, um ônibus foi queimado e 15 manifestantes foram detidos depois que um grupo, de acordo com as autoridades locais, se recusou a ser revistado.
Em São Paulo, um ato foi convocado pelas frentes Povo Sem Medo e Brasil Popular na avenida Paulista. Gritando “fora Temer” e discursando contra a reforma da previdência e a PEC 55, os manifestantes – 8.000 segundo os organizadores – saíram da esquina da rua da Consolação com a avenida Paulista em direção ao prédio da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de S. Paulo). Ali, forçaram os portões, invadiram o prédio e lançaram pedras e rojões, quebrando algumas vidraças.
“A Fiesp é o símbolo da hipocrisia e do que não presta”, disse Guilherme Boulos, líder do MTST. “Algumas vidraças danificadas no prédio não é nada perto do dano que a Fiesp causa ao povo brasileiro”. Já a entidade se manifestou, por meio de uma nota, classificando o ato como “um ataque criminoso e violento liderado por vândalos que portavam bandeiras da CUT e do PT” que colocaram “em risco” os funcionários que estavam no local. A manifestação acabou pouco depois da invasão ao prédio, sem que a Polícia Militar tentasse impedir os ataques. Não houve repressão, informou a repórter Marina Rossi, de São Paulo.
A PEC 55 – que já havia passado pela Câmara e deve se tornar lei na quinta-feira,é uma das principais apostas do Governo Temer para conter os gastos públicos e acalmar os mercados. Entretanto, especialistas e ativistas acreditam que a proposta, que prevê o congelamento dos gastos públicos por até 20 anos,ameaça os investimentos públicos em saúde e educação. Segundo uma pesquisa Datafolha realizada com 2.828 pessoas entre os dias 7 e 8 de dezembro, 60% dos brasileiros são contrários ao projeto. Apenas 24% se mostraram favoráveis,4% se disseram indiferentes e 12% não souberam responder.
Guilherme Boulos defende que um referendo seja convocado para que “o povo decida se quer congelar gasto público por 20 anos ou não”. E promete que os movimentos continuarão nas ruas.
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