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11 coisas que todos fazem quando voltam da balada

De assaltar sem dó a geladeira a cair no sono sem tirar a roupa

Pablo Cantó
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O ser humano é um animal de hábitos. Normalmente, saímos com as mesmas pessoas, vamos aos mesmos bares de nossa confiança e terminamos nas mesmas baladas. Ou saideiras. E, ao voltar para casa, fazemos as mesmas coisas: de madrugada, todos automatizamos algumas ações que, conforme a hora e o estado em que nos encontremos, faremos quase com certeza. Aqui vão 11 delas, e algumas dicas para administrá-las.

1. Assaltar a geladeira

As duas primeiras portas abertas ao voltar da balada são as mesmas. Primeiro, a da casa, depois, a da geladeira. Tarde da madrugada, nossas prioridades em relação à pirâmide alimentar viram de cabeça para baixo: o mais urgente é pôr para dentro lanchinhos, doces, pizza ou a sobra da janta. A honrosa exceção pode ser a massa, mas, como é preciso cozinhá-la, fica para o segundo item.

A pirâmide alimentar, antes e depois de sair da balada. Fonte da foto original: Menta Más Chocolate (http://mentamaschocolate.blogspot.com.es/2012/08/imagen-color-piramide-y-rueda.html)
A pirâmide alimentar, antes e depois de sair da balada. Fonte da foto original: Menta Más Chocolate (http://mentamaschocolate.blogspot.com.es/2012/08/imagen-color-piramide-y-rueda.html)

2. Achar que é o Atala

Algumas vezes o assalto à geladeira não rende o resultado que esperamos: alguém já deu cabo dos frios, o potinho de patê guarda algo que parece a cabeleira de Donald Trump, ou a fissura é por um prato quente. A solução é partir para cozinhar, e, tardão, a criatividade está a mil. Por que não preparar macarrão à carbonara, mas trocando a pancetta –em falta– por presunto, ou ovo cru –também não tem– por leite e a cebola por abacaxi? A mistura pode ficar horrível, mas para quem voltou da balada vai ter gosto de comida de restaurante estrelado.

3. Tomar remédios para evitar a ressaca (que não funcionam muito, convenhamos)

Os remédios tomados antes de dormir para evitar a ressaca variam muito. Há desde as pessoas otimistas, que não tomam absolutamente nada, até as que resolvem, como se não tivessem maltratado bastante o fígado durante a noitada, que um ibuprofeno vai cair que é uma maravilha. No meio disso, há quem apele a bebidas isotônicas ou à água, essa de duas formas: por fora, com uma chuveirada, ou por dentro, com uma garrafa de dois litros ao lado da cama. Outro remédio possível é ler posts sobre ressaca, que não curam nada, mas ajudam a compartilhar o sofrimento.

4. Bancar o ninja

Chegando em casa fora de hora, as pessoas com quem vivemos costumam estar dormindo. Ao abrir a porta, bate um grande senso de responsabilidade: não podemos de jeito nenhum acordá-las. A escuridão e o silêncio se tornam nossos maiores aliados, e os pés e quinas dos móveis, nossos grandes inimigos. O modo ninja costuma ser desligado quando um desses inimigos acerta nosso ponto fraco, o dedinho do pé, já sem sapato.

5. Enviar mensagens inadequadas

Clássico dos clássicos, mas é preciso separar por tipo, conforme o erro. Pela ordem dos menos para os mais problemáticos:

Erro na mensagem

Erro no conteúdo

Erro no destinatário

6. Cair no sono antes da hora

Na alta madrugada, num lugar calmo como nossa casa, Morfeu pode nos dar um golpe de caratê e nos levar a nocaute a qualquer instante. Às vezes, em locais estranhos: na cadeira do computador, no sofá em que íamos sentar só por um minutinho antes de ir para a cama, ou até na própria cama, mas sem ter feito o que deveríamos. Na manhã seguinte, acordamos desorientados, perguntando por que não tiramos a roupa.

7. Entrar no YouTube

Um dos maiores erros que alguém pode fazer ao chegar da esbórnia é ligar o computador. Ali só há armadilhas: escrever mensagens inadequadas (ver item 5) está ao alcance das mãos, e entrar no YouTube representa um looping quase infinito. Sabe aquele filme de terror típico, em que o protagonista vê um monstro pela janela e, quando vai mostrá-lo aos amigos, ele desaparece? Então, no YouTube acontece algo parecido: no dia seguinte se vai tentar mostrar para os amigos aquele vídeo superdivertido dos russos dançando, visto umas 15 vezes, mas ele terá sumido.

8. Contar as moedas

No livro Sobre a Morte e o Morrer, a psiquiatra Elisabeth Kübler-Ross fala sobre as cinco fases do luto, pelas quais passam as pessoas que viveram uma tragédia. Talvez nos pareçam familiares, algo que vimos em Os Simpsons. Ao abrir a carteira na volta para casa, também passamos por elas:

Negação: “Como pode ser que só me sobraram 80 centavos?” “É impossível que tenha gastado tanto!”

Raiva: “É claro que me roubaram!” “Foram os caras da chapelaria, malditos!”

Negociação: “Se pelo menos eu lembrasse quanto tinha antes de entrar na balada...”

Depressão: “Nunca mais vou sair. Não é por não querer, é que não posso. Estou na miséria!”

Aceitação: “Bem, se saí de casa com 100 reais, jantei, tomei três bebidas, saquei mais 100 reais, paguei a consumação e comprei mais uma latinha (ou foram 3?) na saída... Pensando bem, faz sentido só terem sobrado 80 centavos.”

9. Procurar lugar para guardar o suvenir trazido da rua

Vamos admitir: foi divertido voltar para casa com um cone refletivo na cabeça encontrado numa obra, mas agora não há onde guardá-lo. No banheiro? Embaixo da cama? Talvez tivesse sido melhor deixá-lo na obra, marcando locais onde há a possibilidade de acidentes. Mas olhe o lado bom: está em pior situação aquele amigo que carregou um cavalete amarelo.

10. Ir virado para o trabalho ou para a escola

A chance disso acontecer costuma ser inversamente proporcional à idade do baladeiro. Pense nesta situação: alguém chega em casa às 6h30 e tem que se levantar às 7h30. Eis o dilema: tirar uma soneca ou tomar dois cafés bem fortes? A segunda opção permite passar um dia mais ou menos, mas a primeira... também. Em todo caso, não faz mal ler isto e isto (nessa ordem) antes de sair da próxima vez.

11. Combinar vários itens anteriores

Fazer todas essas coisas uma de cada vez é melhor para nós e para nossa saúde, mas... não tem graça nenhuma. O emocionante é fazer várias de uma vez. Algumas das combinações mais frequentes são:

Enviar uma mensagem inadequada e cair no sono antes da hora. Você vai acordar com o celular espetando as costas, apesar de ter dormido com ele na mão. Mas e o prazer de ver a mensagem ainda sem terminar de escrever e sem ter sido enviada?

Achar que é um Alex Atala ninja. E o eterno dilema: o que faz mais barulho, abrir uma bolsa muito, muito devagar ou abri-la muito rápido?

Juntar e tomar remédios para a ressaca, embora, nesse caso, mais que para a ressaca, sejam para não perceber tanto que você não dormiu (ou que ainda sobrou álcool no seu sangue, ou sangue no álcool). Por um instante, seu estômago se torna um remake tosco de Breaking Bad: lá se está cozinhando uma mistura explosiva de todos os produtos com cafeína que você encontrou, um ibuprofeno, algum suplemento vitamínico, uma bebida isotônica...

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