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Avianca cita divisão antiterror da PF e lança alerta sobre presença de sírio no Brasil

Jihad Ahmad Deyab, que cumpriu pena em Guantánamo por supostos vínculos com a Al Qaeda, tentou entrar no país em maio. Seu paradeiro é desconhecido

O sírio Diyab em entrevista a um canal argentino no ano passado.
O sírio Diyab em entrevista a um canal argentino no ano passado. AP

A pedido das autoridades antiterroristas brasileiras, a companhia aérea Avianca lançou um comunicado interno em que pede aos funcionários que "informem imediatamente" se detectarem a presença no Brasil de Jihad Ahmad Deyab, sírio que cumpriu pena em Guantánamo por seus supostos vínculos com a Al Qaeda e foi acolhido no Uruguai em 2014. A informação é do jornal Estado de S. Paulo e foi confirmada pelo EL PAÍS.

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Deyab, que esteve preso durante 12 anos na prisão americana, foi um dos seis ex-detentos que o Governo uruguaio aceitou receber há dois anos. Seu paradeiro é desconhecido há várias semanas. Na época em que chegaram a Montevidéu, os ex-prisioneiros foram considerados de baixa periculosidade. Segundo o boletim distribuído pela Avianca, que se baseia em informações recebidas pela divisão Antiterrorismo (DAT/DIP/PF), o sírio não fala português e tem dificuldades de locomoção, fazendo uso de muletas. É provável também que ele, que possui documentos uruguaios, esteja utilizando um passaporte falso, passando-se por marroquino, jordaniano ou sírio, diz o informe.

Reprodução

Ao EL PAÍS, a companhia aérea confirmou a veracidade do documento interno e explicou que se trata de um procedimento habitual e que a Avianca está colaborando com as autoridades. O comunicado da empresa aos funcionários exibe ainda telefones da PF aos quais se deve recorrer para repassar informações sobre o ex-prisioneiro. Em um desses números, um agente da PF não confirmou, no entanto, que exista um alerta a respeito de Deyab. O jornal não conseguiu contato com a assessoria de imprensa da polícia.

O Ministério do Interior do Uruguai informou que o sírio é livre para deixar o país. Em maio, foi reportado que ele havia tentado entrar no Brasil, mas havia sido rejeitado pelas autoridades locais no âmbito da legislação antiterrorismo. Tecnicamente ele não é um fugitivo, porque está livre e nunca foi processado nem acusado. Extraoficialmente, no entanto, se sabe que ele é vigiado pelo serviço secreto uruguaio. Os Estados Unidos também estaria cooperando para descobrir o seu paradeiro.

Diyab, de 44 anos, nasceu no Líbano, mas é cidadão sírio. Em um dos documentos do Departamento de Estado dos EUA filtrados por Wikileaks figura que ele pertenceu a a organizações terroristas, como a Al Qaeda, e que ele fugiu da Síria para o Afeganistão. No início do ano passado, Deyab viajou a Argentina para pedir o Governo que recebesses alguns dos presos que ainda permaneciam em Guantánamo."Nunca vou esquecer dos meus companheiros que estão lá e, por isso, que vim aqui lutar", afirmou em uma entrevista coletiva a quatro veículos de comunicação alternativos da Argentina, Barricada TV, Resumen Latinoamericano, Radio Gráfica y Radio Madre, da organização Madres de Plaza de Mayo.

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