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Após morte de onça Juma, ONG pede fim de exibição de animais silvestres

Pedido vai ao encontro de manifestações e decisões sobre fechamentos de zoológicos no mundo

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A onça Juma foi um dos assuntos mais falados da semana. Nesta segunda-feira, depois de participar do tour da Tocha Olímpica pela cidade de Manaus (AM), ela ficou inquieta, tentou fugir, avançou em um soldado e acabou morta a tiros. As últimas imagens dela, acorrentada enquanto a cerimônia acontecia, soaram absurdas e trágicas para milhares de pessoas que não deixaram a morte dela passar em branco na Internet. Juma era uma mascote do exército manauara, que tem um bom trabalho de recuperação de bichos silvestres, mas que tradicionalmente também costuma usá-los em paradas militares e desfile.

Agora, o Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal, maior rede de entidade da causa no Brasil, lançou uma campanha pedindo que o Exército acabe definitivamente com a prática de exibir esses animais em eventos públicos. “Exibi-los, ainda mais um acorrentado, é um ato atrasado e comprovadamente perigoso para o próprio animal e as pessoas presentes. Depois da lastimável tragédia com a onça Juma, nós esperamos que o Exército reconheça esse fato e declare imediatamente que exibições públicas com animais silvestres nunca mais vão ser realizadas”, disse Elizabeth Mac Gregor, diretora do Fórum Animal.

A campanha da ONG, lançada no Facebook, pede que as pessoas deixem mensagens de apelo na página do Exército e vem se somar a uma série manifestações que aconteceram ao longo da semana nas redes sociais. A entidade também pede que os militares criem uma política de transferir os animais que estão sob sua posse para centros de conservação ou santuários. Segundo o coronel Luiz Gustavo Evelyn do Comando Militar da Amazônia, reinserir os animais silvestres na floresta já é uma prática, mas nem todos têm condições de voltar. Esse, por exemplo, seria o caso de Juma.

Curiosamente, a história da onça-pintada veio poucas semanas depois de um caso semelhante que aconteceu em um zoológico de Cincinnati, nos Estados Unidos. Lá, o gorila Harambe, de 17 anos, foi morto depois que uma criança de quatro anos caiu em seu cativeiro. A resposta de repúdio das redes sociais veio tão rápido como no caso de Juma. Os casos acenderam a discussão sobre a existência de zoológicos. Para muitos grupos de defesa dos animais, estes espaços são anacrônicos e deveriam ser fechados, o que, coincidentemente, aconteceu esta semana em Buenos Aires.

O zoo da capital Argentina, anunciou a revogação da concessão privada do espaço, um passo definitivo para a transformação dele em um ecoparque interativo que, segundo noticiou o EL PAÍS, implicará na transferência de 1.500 animais para reservas naturais do país. Em 2015, o zoológico registrou a morte de um filho de girafa, dois lobos marinhos e uma mara. A decisão atendeu a uma antiga reivindicação de organizações defensoras dos direitos dos animais.

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