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Agência Mundial Antidoping suspende laboratório do Rio para os Jogos Olímpicos

Brasil não se adaptou a exigências internacionais e terá que enviar amostras dos atletas ao exterior

María Martín
O Laboratório Brasileiro de Controle de Dopagem no Rio, em 2015.
O Laboratório Brasileiro de Controle de Dopagem no Rio, em 2015.Felipe Dana (AP)
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O Brasil não cumpriu o ultimato e, a seis semanas dos Jogos Olímpicos, a Agência Mundial Antidoping (WADA, na sigla em inglês) suspendeu o laboratório do Rio de Janeiro que realizaria as análises de sangue e urina dos atletas durante a competição. Em fevereiro a WADA havia incluído o Brasil — assim como Bélgica, França, Grécia, México e Espanha  em sua “lista de vigilância”, obrigando o laboratório e o país a adaptarem suas normas aos padrões internacionais antes de 18 de março. Três meses depois, a entidade considera que o laboratório não cumpriu as exigências e aponta “erros de procedimento” para justificar a suspensão até dezembro.

O Brasil ainda pode recorrer em um período de até 21 dias, mas se a WADA não revogar sua decisão, os cerca de 6.000 exames antidoping previstos para os Jogos terão de ser realizados em um laboratório de outro país que cumpra as exigências, uma fórmula que pode custar milhões de reais. “Durante esse período, a WADA trabalhará junto ao laboratório do Rio para resolver o problema identificado”, afirmou em um comunicado o diretor da agência, Olivier Niglii.

Essa não é a primeira vez que o laboratório do Rio perde seu credenciamento antes de uma data esportiva importante. Em 2013, às vésperas da Copa do Mundo de 2014, a WADA considerou que sua tecnologia estava defasada e obrigou o Brasil a enviar as amostras dos jogadores para a Suíça, em um procedimento muito mais lento e caro. Após a suspensão, o Governo brasileiro investiu 188 milhões de reais para construir um novo edifício e equipar o Laboratório Brasileiro de Controle de Dopagem, agora suspenso, para voltar a ser reconhecido em 2015 pela entidade internacional. Contar com um laboratório certificado pela agência internacional era uma das exigências para que o Brasil pudesse realizar as Olimpíadas, assim como a criação da organização nacional antidopagem, criada em 2011.

Sem entrar em detalhes, o Ministério do Esporte reafirmou a “importância” do laboratório para a realização das análises e o “legado técnico-científico” que representa na luta contra o doping no esporte. A Universidade Federal do Rio de Janeiro, responsável pelo laboratório, afirmou em um comunicado que prevê que suas operações poderão voltar ao normal em julho, após a visita técnica do comitê da Wada, e antes dos Jogos.

A suspensão, que também foi aplicada aos laboratórios antidoping de Lisboa, Madri, Pequim e Johanesburgo, acontece em plena crise do mundo esportivo, pouco depois que a Associação Internacional das Federações de Atletismo (IAAF, na sigla em inglês) vetou a participação de competidores russos da modalidade nos Jogos do Rio pelos escândalos de doping, e após o próprio presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach, declarar que todos os atletas russos e quenianos são suspeitos.

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