De volta à oposição, PT apoia protestos e quer levar Dilma em caravana pelo país
Estratégia foi discutida na terça, com Lula. Dilma deverá ter agenda de viagem no Brasil e no exterior
O Partido dos Trabalhadores (PT) apostará em ao menos duas estratégias para atacar o Governo de Michel Temer nos dias de afastamento de Dilma Rousseff do poder: uma "oposição firme" a ele no Congresso e a "denúncia do golpe" pela própria presidenta, que deverá assumir uma agenda de viagens pelo país e pelo mundo para falar sobre o processo de destituição.
Na tarde desta terça-feira, um dia antes da votação da admissibilidade do processo de impeachment no Senado, Lula se reuniu em Brasília com senadores petistas para fazer um balanço do momento e desenhar as estratégias para os próximos dias. Os petistas acreditam que eventuais dificuldades do Governo Temer poderão ajudar a manter Rousseff no cargo, já que a pressão popular contra ele vai aumentar e pode acabar mudando votos de senadores favoráveis à admissibilidade do processo.
"Faremos oposição. E uma oposição firme, mas sem incendiar o país", dizia nesta quarta Humberto Costa, líder do Governo no Senado e um dos presentes na reunião com Lula. "Também pretendemos que a presidenta possa andar pelo Brasil e pelo exterior para denunciar o golpe", destacou. Nos últimos dias, Rousseff tem confirmado, em seus eventos, que pretende assumir uma agenda de viagens em que se posicionará sobre o processo.
Para ajudá-la a coordenar a reação, continuarão ao lado dela os dois principais nomes da articulação política petista atual: Ricardo Berzoini e Jaques Wagner. A ideia é que eles sejam mantidos em uma espécie de quarentena, com outros ministros, por um período de até quatro meses -Rousseff pode ficar afastada durante o processo de impeachment por até seis meses. Fora do principal cargo do país, Rousseff deverá se intercalar entre duas moradas, o Palácio do Alvorada, a residência oficial da presidência (ainda que afastada) e seu apartamento em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, para onde ela já enviou parte de seus objetos pessoais que estavam em Brasília.
O PT também decidiu que a entrada de Temer na presidência não terá transição. Com isso, pretende mostrar que não reconhece o afastamento da presidenta como um movimento democrático”. Essa fala era repetida por parlamentares governistas na chegada ao Senado nesta quarta. "Temer não tem legitimidade. Não vamos reconhecê-lo como presidente", afirmou o senador petista Lindbergh Farias.
Dos 32 ministros, 30 deverão entregar uma carta coletiva de demissão. Apenas o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, e o ministro dos Esportes, Ricardo Leyser devem permanecer nos cargos. A manutenção deles seria uma maneira de evitar grandes abalos na economia e na preparação das Olimpíadas. Suas demissões devem ser assinadas por Temer.
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