Um post que alegava que amamentar é "falta de bom senso" provocou nesta quinta uma avalanche de solidariedade feminina no Facebook do Brasil.
Karina Moreno, estudante de Campinas, publicou no dia 31 de outubro uma foto (antiga e sempre celebrada nas rodas maternas, diga-se de passagem) de uma mulher andando de bicicleta enquanto amamentava a filha. A imagem veio acompanhada de uma mensagem: “Pobre fazendo pobrice! Vai em um bairro nobre, ou em um restaurante fino pra vc (sic) ver se encontra mulher com o peito pra fora?! Kkk (sic)! JAMAIS! Elas levam mamadeira! Como eu fazia. Ou, no mínimo, colocam uma fraldinha para tapar o peito! Isso se chama bom senso”.
O post de Karina, que teve mais de 19.300 compartilhamentos antes de ser apagado, foi publicado num momento que as ativistas pela amamentação comemoram como "histórico". Na terça feira, o Governo Federal restringiu a publicidade de produtos que interferem na amamentação, como leites artificiais, mamadeiras e chupetas. O Ministério da Saúde divulgou a Lei nº 11.265 acompanhada da nota: “Queremos assegurar que todas as crianças sejam amamentadas sempre que possível e orientar mães e pais sobre a importância do aleitamento para a saúde de seus filhos. Cerca de seis milhões de crianças são salvas em todo o mundo com o aumento das taxas de amamentação, segundo a Organização das Nações Unidas. Estamos salvando vidas ao orientar, proteger e incentivar o aleitamento materno”.
"Essa história de amamentação é um programa de incentivo do governo pra fazer as coitadas das pobres virarem umas vacas leiteiras e ficar amamentando até 2 anos de idade! Economia pro Governo!", comentou Karina em um post no seu Facebook. "O NAN (mamadeira) hoje em dia é completamente igual ao leite materno em questão de nutrição", opinou a jovem.
A resposta da internet não demorou. A hashtag #pobrefazendopobrice inundou as redes sociais acompanhada de fotos de mulheres. Entre elas estavam blogueiras, ativistas, jornalistas, e internautas engajadas em apoio a amamentação, celebridades como a atriz Fernanda Machado ou políticas como a senadora Gleisi Hoffman.
As mães brasileiras têm uma média de aleitamento de 54 dias, quando o recomendado pela Organização Mundial da Saúde é de 6 meses de amamentação exclusiva.
Depois disso, ainda segundo a OMS, o leite materno deve ser o principal alimento dos bebês, que devem começar a provar alimentos sólidos, sopas, papinhas, etc – a conhecida introdução alimentar.
Seguindo a orientação do órgão é só a partir dos 12 meses que o leite materno passa a ser o complemento a alimentação.
Ou seja: depois de completar um ano a criança deve se alimentar e continuar mamando até completar dois anos de idade, no mínimo.
A UNICEF garante: "Os cuidados com os bebês e crianças de até 3 anos começam com leite materno e alimentação de qualidade."
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