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Xperia Z5 da Sony desafia o novo iPhone

Novos celulares da empresa japonesa chegam antes do próximo smartphone da Apple

Kazuo Hirai, diretor executivo da Sony, com o Xperia Z5.
Kazuo Hirai, diretor executivo da Sony, com o Xperia Z5.Michael Sohn (AP)

Três modelos para se manter na tecnologia de ponta: essa é a estratégia da Sony na IFA, uma das maiores feiras de eletrônicos do mundo, que ocorre em Berlim, na Alemanha. A empresa pretende renovar sua linha Z com um trio de smartphones. Eles voltam a usar o processador Snapdragon da Qualcomm e melhoram sua câmera fotográfica até surpreendentes 23 megapixels e foco mais rápido, um dos pontos fracos da atual geração. O Xperia Z5 virá nas versões Compact, com uma tela menor, e Premium, o primeiro smartphone com tela 4K, o próximo padrão de alta definição. Toda a linha será mantida com sua resistência à água. A expectativa é que o celulares, cujos preços ainda não foram divulgados, cheguem ao mercado ainda neste semestre.

Kazuo Hirai, diretor executivo da Sony, explicou a nova estrutura da empresa no evento realizado por ela. Mais fusão entre suas divisões para serem mais competitivos. “Há espaço para inovação no mercado de consumo”, insistiu, antes de revelar mais novidades.

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Não foram deixadas de lado as televisões, parte de sua marca registrada, com alta definição 4K, a qualidade em que serão transmitidos os Jogos Olímpicos de Tóquio em 2020. Assim como a fotografia, onde apostam nas lentes de grande luminosidade. “Queremos que se deixe o tripé de lado”, disse o executivo. Uma afirmação arriscada, mas que graças à combinação da abertura e dos estabilizadores mecânicos e por software

Hirai se vangloriou dos sensores. Tem motivos para isso. A maior parte dos fabricantes usam a tecnologia da Sony para suas câmeras fotográficas. “Multiplicamos por cinco nosso departamento”, comemorou.

A surpresa final foi uma volta às origens: um walkman, invenção da Sony nos anos oitenta que agora é enquadrada na categoria de wearables. Eles virão com fones de ouvido com botão de alta definição de som, mas com isolamento acústico, uma maneira de curtir músicas sem incomodar outras pessoas no transporte público. Ainda houve tempo para o Morpheus, os óculos de realidade virtual concorrente do Oculus Rift, do Facebook, e do Cardboard, do Google. Será seu próximo lançamento integrando várias divisões: cinema, eletrônicos e videogames.

A Sony foi a protagonista no primeiro dia da IFA, mas não a única empresa a desafiar a pressão da Apple. A chinesa Huawei, cuja cota de mercado cresce cada vez mais na Espanha e na América Latina, mostrou o Huawei Mate S, cujas características de destaque, além da potência do processador, é sua espessura finíssima e o Force. Esta última característica é muito semelhante ao que o Apple Watch já faz em sua tela e que se espera que seja incluída na próxima geração do iPhone. A Apple os apresentará na semana que vem. O Huawei aproveita esse mecanismo para incluir novas funções de gestão de aplicativos, de retoque de imagens e, de maneira bastante engenhosa, de balança. É possível pousar no aparelho uma maçã, uma laranja ou um pacote de chicletes e saber imediatamente seu peso.

Inesperadamente, a Gigaset, fabricante alemã de aparelhos de uso doméstico, está se aliando à Siemens para voltar aos celulares. Seu primeiro lançamento é o Me, um aparelho Android com características de alta qualidade e preço correspondente, 549 euros (quase 2.300 reais). Uma aventura que muitos taxam como arriscada, dada a saturação do mercado e a pressão da Ásia.

A Acer se distanciou do resto dos fabricantes com uma decisão incomum. A empresa apresentou o Jade Primo, um celular com Windows 10 que, conectado a um monitor, um teclado e um mouse, pode ser usado como computador.

Obsessão pela alta qualidade

Antonio Barounas (Atenas, 1966) é o presidente da Sony Mobile para a Europa. A marca passou da quase extinção à terceira maior marca na região, atrás apenas da Apple e da Samsung. A nova fornada de Xperia Z5 está destinada a manter essa posição, apesar de não se esquecerem da gama média com um matiz. Não pretendem cair para baixo da faixa dos 250 a 299 euros, um setor cada vez mais quente. “Não poderíamos competir em preço e, sendo a Sony, não podemos decepcionar na qualidade. Preferimos não entrar nessa batalha”, explica.

Dos novos Z5, cujos preços recomendados na Europa serão 549, 699 e 799 euros, respectivamente, chamam a atenção sua câmera traseira de 23 megapixels e a frontal, com cinco megapixels. O executivo diz que o aparelho oferece muito mais do que uma ótima resolução: “Cinco megapixels na nossa câmera frontal são como 12 megapixels de outras fabricantes. O importante é o sensor e como a imagem é processada”, defende.

A obsessão pela alta qualidade é uma constante na Sony. Não é por acaso que a empresa fechou um acordo com a Liga dos Campeões durante os próximos três anos. Também com o espião James Bond, para ser seu celular. “O marketing é forte, mas nos traz resultados”, justifica.

O fato de incluir uma tela 4K pretende ser a ponta de lança do ecossistema da empresa de eletrônicos. Uma maneira de incentivar o consumo nesse formato e se colocar diante da concorrência. “Nos próximos três meses vamos ver que o conteúdo vai agradecer ser visto em todo o seu esplendor. Vai ser um grande motivo para ter uma tela de qualidade tão alta”, insiste.

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