Google, acusado de manipular resultados do buscador
A agência reguladora avalia que empresa priorizou seus próprios serviços
Havia a intuição, mas não a certeza. Na indústria do marketing on-line e do posicionamento de páginas na Internet, era uma verdade dada como certa, mas que o site de buscas sempre negou. Um órgão independente, a Comissão Federal do Comércio dos Estados Unidos, acusa o Google de priorizar seus serviços em resultados do buscador em detrimento de seus concorrentes.
A equipe de defesa da concorrência afirmou que a empresa privilegiou seus próprios serviços de viagens e compras em relação a outros, mesmo no caso em que eram pouco relevantes. O Google funciona como um algoritmo, um sistema que é modulado periodicamente para assegurar sua adaptação ao comportamento dos usuários e criadores de conteúdo. Tenta-se, por exemplo, evitar a cópia de conteúdo, os artigos muito curtos ou com links escassos. Também é levada em conta a frequência da atualização. No entanto, a investigação revelou que a empresa não adotou o mesmo critério utilizado nos serviços fora do seu império.
Entre os exemplos citados pelos investigadores, aparecem em posições superiores resultados de voos com menos opções do que os de sites especializados como Expedia ou TripAdvisor. O mesmo acontecia com páginas de comércio eletrônico.
Esses últimos já haviam feito o alerta dizendo que o Google estava copiando as críticas de seus usuários para dar mais destaque às páginas de restaurantes hospedadas dentro do Google+, sua rede social.
A Comissão designou cinco membros de sua equipe para estudar nove milhões de páginas durante 19 meses. Kent Walker, conselheiro-geral do Google, limitou-se a divulgar um comunicado no qual nega os resultados da Comissão.
“Mudamos os algoritmos de tempos em tempos. Apenas nos últimos cinco anos fizemos mais de 500 mudanças para ajudar os consumidores. Fazemos as mudanças pensando nos consumidores, não nos sites. Esse tem sido e é nosso foco nos últimos 10 anos”, destaca.
Em 2011, soou o primeiro sinal de alerta. Eric Schmidt então diretor-presidente do Google, e agora presidente do conselho, contou ao Senado que não tinha conhecimento de nenhum tipo de privilégio: “Posso assegurar que não alteramos os resultados”.
Uma versão que pode ser considerada correta no modelo desktop, mas que nem tanto quando se pensa nos celulares ou nos relógios com o sistema Android. O Google Now faz parte do buscador, é uma adaptação de previsões que se baseia no comportamento do usuário para fornecer resultados sob medida. Na maioria das vezes são resultados do universo Google. Sundar Pichai, número quatro do Google, explicava em entrevista ao EL PAÍS, durante o Congresso Mundial de Celulares, como é seu enfoque: “Enquanto no PC nos parecia conveniente dar muita informação e links, para que o usuário escolhesse e trocasse de página, no celular se esperam respostas. A forma de pesquisar é diferente e, basicamente, se exige uma resposta rápida e certeira. O Android nos ajudou muito a conseguir isso”.
O Google enviou um comunicado aos seus funcionários no qual cita, por exemplo, o site Yelp, líder mundial em críticas de restaurantes, lojas e comércio, para demonstrar que a investigação não os afeta.
A teoria defendida pela Comissão é a de que o Google promoveu seus serviços por medo de perder receita com anúncios nas mãos de rivais, como o TripAdvisor e Yelp.
Nos últimos anos, especialmente desde a saída de Marissa Mayer, hoje diretora-presidenta da Yahoo!, o Google foi deixando de lado o cuidado e promoção de conteúdo próprio para focar em inovação e engenharia. Foi durante sua vice-presidência quando o Google ativou o “Local”, seu guia de comércio local, as páginas oficiais em sua incipiente rede social e a compra do Zagat, um respeitado guia de críticas de restaurantes.
Tu suscripción se está usando en otro dispositivo
¿Quieres añadir otro usuario a tu suscripción?
Si continúas leyendo en este dispositivo, no se podrá leer en el otro.
FlechaTu suscripción se está usando en otro dispositivo y solo puedes acceder a EL PAÍS desde un dispositivo a la vez.
Si quieres compartir tu cuenta, cambia tu suscripción a la modalidad Premium, así podrás añadir otro usuario. Cada uno accederá con su propia cuenta de email, lo que os permitirá personalizar vuestra experiencia en EL PAÍS.
En el caso de no saber quién está usando tu cuenta, te recomendamos cambiar tu contraseña aquí.
Si decides continuar compartiendo tu cuenta, este mensaje se mostrará en tu dispositivo y en el de la otra persona que está usando tu cuenta de forma indefinida, afectando a tu experiencia de lectura. Puedes consultar aquí los términos y condiciones de la suscripción digital.