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Lucro global do Santander cresce 39% com Brasil como maior contribuinte

Banco melhora resultado nos seus 10 principais mercados Mercados brasileiro e do Reino Unido ficaram na dianteira e contribuíram com 19% cada

Ana Botín, presidenta do Banco Santander.
Ana Botín, presidenta do Banco Santander.Luis Sevillano

O Banco Santander obteve um lucro consolidado de 5,82 bilhões de euros (17,95 bilhões de reais) em 2014, o que significa um aumento de 39% em relação à cifra de 2013, que foi recalculada. O aumento seria de 33% sobre o lucro de 4,37 bilhões de euros (13,49 bilhões de reais) declarado no ano passado, mas corrigido agora para 4,17 bilhões (12,89 bilhões). O banco observa que, pela primeira vez desde o início da crise mundial, houve elevação no lucro bruto em todos os 10 principais mercados onde o grupo opera.

O banco já havia antecipado em 8 de janeiro que seu lucro de 2014 estaria em torno de 5,8 bilhões de euros. Nessa ocasião, a instituição ampliou seu capital em 7,5 bilhões de euros para fortalecer sua capacidade de solvência. Agora, o Santander tem um coeficiente de capital principal (ou seja, capital próprio, não o captado de clientes) de 9,7%, já atendendo integralmente às futuras normas para o setor, estabelecidas no acordo Basileia III. A instituição informou numa apresentação a analistas que pretende elevar essa cifra para 10% a 11% até 2017.

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Os outros objetivos do banco para este ano são crescer acima da concorrência na concessão de crédito, reduzir a relação de eficiência (custo sobre lucros), que foi de 47% em 2014, para menos de 45%, melhorar a rentabilidade dos atuais 11% para a faixa dos 12% a 14% e oferecer um dividendo acionário superior ao de seus competidores.

Este é o primeiro balanço anual do Santander desde que Ana Botín assumiu o cargo de presidenta no lugar do seu pai, Emilio Botín, que morreu em setembro de 2014. A nova executiva aproveitou para estabelecer esses objetivos financeiros de médio prazo.

O lucro de 2014 inclui resultados extraordinários de 1,59 bilhão de euros (4,9 bilhões de reais), que o banco diz não influenciarem o lucro, pois foram realizadas dotações para custos de reestruturação, amortização de intangíveis e outros saneamentos numa quantia equivalente. Sem essa arrecadação extraordinária, as dotações teriam causado uma redução do lucro distribuído.

O banco atribuiu a melhora das suas contas ao aumento de 3% no faturamento básico, a uma redução de quase 1% nos custos e a uma queda de 14% nas dotações para insolvências com relação a 2013. Os negócios de créditos e depósitos cresceram, e a inadimplência caiu.

Do total de lucros aferidos, 44% tiveram origem em economias em desenvolvimento (América Latina e Polônia), e os outros 56% vieram das economias desenvolvidas. Por países, as maiores contribuições correspondem a Reino Unido e Brasil, ambos com 19%; em seguida vêm Espanha (14%), Estados Unidos (10%), México (8%), Chile e Polônia (6% cada um), Alemanha (5%), Argentina (4%) e Portugal (2%).

Crédito cresce na Espanha

O Banco Santander fechou 2014 com ativos totais de 1,27 trilhão de euros (3,9 trilhões de reais), o que significa 12% a mais do que em 2013. No fechamento de 2014, a carteira de créditos chegava a 762 bilhões de euros (2,35 trilhões de reais), 5% a mais do que em dezembro de 2013, o que significa que o saldo de créditos aumentou em 50,5 bilhões de euros no ano. Dos dez principais mercados onde o grupo opera, o crédito cresce em todos, exceto Portugal.

Na Espanha, o conjunto da carteira de crédito chega a 162,4 bilhões de euros (501,2 bilhões de reais), um aumento de 2% com relação ao final de 2013, descontando-se as aquisições temporárias de ativos. Esse crescimento se deve ao aumento do financiamento para empresas, cujo saldo cresceu 5%. A nova geração de hipotecas cresce a um ritmo fortíssimo, de 64%, mas não compensa as amortizações ocorridas no ano.

Pelo lado dos recursos, o conjunto dos depósitos e recursos de investimento do grupo Santander soma 772,3 bilhões de euros (2,38 trilhões de reais), com um crescimento de 6%, equivalente à captação de 60,5 bilhões de euros em 2014. Os depósitos alcançam 647,6 bilhões de euros (dois trilhões de reais), e os recursos de investimento, 124,7 bilhões (385 bilhões), com crescimentos de 7% e 20% no ano, respectivamente. Todos os mercados cresceram em captação de recursos.

Na Espanha, o conjunto dos recursos de clientes (depósitos mais recursos de investimento) subiu para 217,1 bilhões de euros (670,2 bilhões de reais) no fechamento de 2014, com um aumento de 5% no ano. Os depósitos estão estáveis, enquanto o patrimônio administrado em recursos de investimento cresce 28%.

A taxa de inadimplência caiu pelo quarto trimestre consecutivo, situando-se em 5,19%, 0,42 ponto percentual abaixo do final de 2013. Simultaneamente, a taxa de provisionamento para essa inadimplência melhorou dois pontos, chegando a 67%. Na Espanha, a taxa de inadimplência caiu 0,19 ponto no último trimestre do ano, ficando em 7,38%.

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