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2014 foi o ano mais quente desde 1880, quando começaram os registros

A temperatura da superfície do planeta foi 0,69 grau acima da média do século XX

Manuel Ansede
Recordes de calor (vermelho) e de frio (azul) em 2014.
Recordes de calor (vermelho) e de frio (azul) em 2014.NOAA

O ano de 2014 foi o mais quente desde 1880 quando começaram os registros históricos, de acordo com duas análises independentes da NASA e da National Oceanic and Atmospheric Administration dos EUA publicados na sexta-feira. A temperatura média da superfície do planeta foi 0,69 grau mais alta que a média do século XX, quatro centésimos de grau a mais que os recordes anteriores, observados em 2005 e 2010.

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“Este é o mais recente de uma série de anos quentes, de uma série de décadas quentes. Enquanto que um ano separadamente pode ser afetado por padrões climáticos caóticos, as tendências de longo prazo podem ser atribuídas à mudança climática, dominados, agora, pelas emissões humanas de gases do efeito estufa”, destacou, em um comunicado, Gavin Schmidt, diretor do Instituto Goddard de Estudos Espaciais da NASA, com sede em Nova York.

A temperatura média da superfície do planeta subiu 0,8 grau desde 1880, “em grande parte impulsionada pelo aumento de CO2 e outras emissões humanas na atmosfera”, destaca de maneira inequívoca a NASA. A maior parte do aquecimento ocorreu nas últimas três décadas e, com exceção do ano de 1998, os 10 anos mais quentes ocorreram desde 2000.

Os 10 anos mais quentes ocorreram desde 2000, com exceção do ano de 1998

Os novos dados confirmam as previsões da Organização Meteorológica Mundial que, no início de dezembro passado, alertou que 2014 estava a caminho de quebrar o recorde de temperatura.

A NASA diz que seus cientistas esperam ver flutuações de temperatura nos próximos anos, causadas pelos fenômenos El Niño e La Niña, que aquecem ou esfriam a região tropical do Oceano Pacífico. Supostamente, ambos são parcialmente responsáveis por um freio no aumento das temperaturas nos últimos 15 anos.

A análise da agência espacial norte-americana incluiu dados tomados por 6.300 estações meteorológicas em terra, navios e boias, além de registros na Antártida. Seu algoritmo, afirmam, leva em conta a distribuição geográfica das estações e o efeito do aquecimento próprio das cidades.

Os 6.300 termômetros detectaram altas temperaturas sem precedentes na superfície do mar, 0,57 grau acima da média do século XX. Na superfície terrestre, o aquecimento foi de um grau, o quarto mais alto desde 1880.

A NASA enfatiza as grandes diferenças regionais observadas em 2014. Nos EUA, algumas partes da Costa Leste tiveram temperaturas anormalmente frias, enquanto que o Alasca, a Califórnia, o Arizona e Nevada registraram seu ano mais quente.

No hemisfério norte, a cobertura de neve foi a metade do habitual no registro histórico

No hemisfério norte, a cobertura de neve foi de quase 65 milhões de quilômetros quadrados, cerca da metade do habitual no registro histórico. No Ártico, a capa de gelo, com 28 milhões de quilômetros quadrados, em média, foi a sexta menor dos últimos 36 anos, quando os registros começaram.

Na Antártida, ao contrário, a extensão do gelo marinho quebrou o recorde pelo segundo ano consecutivo, aproximando-se dos 34 milhões de quilômetros quadrados. Há anos, os cientistas estão tentando entender por que a Antártida se comporta de forma diferente das tendências globais, apesar de insistirem que a rápida perda de gelo marinho no Ártico é três vezes maior que os ganhos na Antártida.

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