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Dilma se consolida em primeiro lugar e empata com Marina no segundo turno

Nova pesquisa Ibope/CNI mostra que avaliação do Governo Dilma melhorou. Um quarto dos eleitores ainda não se interessa pelas eleições e não têm candidato definido

Nem a recessão técnica, nem as denúncias da Petrobras, nem a propaganda gratuita na televisão de gosto duvidoso têm tirado pontos da presidenta Dilma Rousseff na corrida eleitoral deste ano. Em nova pesquisa divulgada nesta sexta-feira, pelo instituto Ibope e pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), Rousseff tem 39% das intenções de voto, enquanto Marina Silva, do PSB, tem 31% e Aécio, 15%. Na simulação de um segundo turno, Dilma e Marina estão empatadas tecnicamente, com 42% e 43% das intenções de voto, respectivamente.

Os números do levantamento, realizado entre os dias 5 e 8 de setembro, e que ouviu 2.002 pessoas em 142 municípios, é divulgado em meio a um dos momentos mais tensos da campanha eleitoral, com provocações de lado a lado. Enquanto Dilma Rousseff tem dito em seu programa que a independência sugerida por Marina Silva para o Banco Central pode gerar desemprego, Marina tem dito que o PT colocou um diretor da Petrobras para "assaltar os cofres" da estatal.

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Segundo o levantamento, Marina é a candidata preferida entre os que vivem na região sudeste do país, que compreende os Estados de São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo e Rio de Janeiro. Também tem apoio nas periferias e capitais, além de captar os eleitores que estão mais descontentes com o Governo Dilma. Aécio é rejeitado pelos eleitores com baixa escolaridade e menor renda, e 45% dos entrevistados da região nordeste disseram que não votariam nele.

O percentual da população que considera o Governo de Dilma ótimo ou bom está em 38%, contra 31% em junho deste ano, quando a presidenta estava sob pressão intensa antes da Copa do Mundo, com a desconfiança geral e as manifestações nas ruas. A avaliação positiva se dá mais em municípios pequenos (de até 100.000 habitantes), onde cerca de 63% de pessoas aprovam seu Governo e 62% dizem confiar na presidenta, e principalmente na região nordeste. A candidata petista cresceu entre os eleitores do sul do país, região onde passou de 36% para 49% de intenções de voto entre junho e setembro, e, segundo a pesquisa, continua mantendo a relação entre popularidade e grau de instrução do entrevistado, ou seja, quanto menos anos de ensino formal o eleitor tiver, maior a aprovação.

As áreas que tiveram a melhor avaliação pelos entrevistados foram educação e o combate a fome e à pobreza, com 39% e 50% de aprovação, respectivamente. Impostos (73%), taxa de juros (68%) e saúde (74%) foram citados como os principais problemas desta gestão. A atuação do Governo sobre as questões de meio ambiente teve 39% de aprovação, o combate ao desemprego, 41%, e a segurança pública, 26%.

O resultado desta eleição, porém, ainda é um mistério. A pesquisa aponta que um quarto da população ainda não tem o menor interessa pelas eleições (23% dos entrevistados) e outros 25% tem pouco interesse. Renato da Fonseca, gerente da CNI, não acredita em um resultado definitivo das eleições a partir do que dizem as pesquisas. "Embora a pesquisa revele a intenção de votos, o resultado final pode mudar. Há um grande número de pessoas indecisas", disse durante a coletiva de imprensa esta manhã. O levantamento mostra que 8% dos entrevistados declararam que votarão nulo e 5% que não sabem em quem votar. “Eleitores mudam de ideia”, lembrou Fonseca,  acrescentando, porém, que o quadro "praticamente não muda" em relação às últimas pesquisas divulgadas recentemente pelo Ibope.

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