14 fotos14 personagens de ‘Game of Thrones’ que não entendemos como continuam vivosEm um mundo de traições sangrentas, a bondade de alguns lhes permitiu seguir em pé. Mas sua sorte pode mudarJuan Sanguino19 jul. 2017 - 16:54BRTWhatsappFacebookTwitterLinkedinBlueskyLink de cópiaPor que é boa. Porque alguém tinha que ser bom nesta família de psicopatas. Os Targaryen aprontaram tanto com ela que as consequências de sua loucura renderam seis temporadas e uma sétima, dividida em duas partes. Daenerys foi acumulando títulos, soltando discursos nos que fala de si mesma na terceira pessoa e atravessando fogos que ela mesma tinha iniciado para impressionar a seus súditos conforme ia tomando gosto de governar para o povo, mas sem contar com ele. Ao fim e ao cabo, ela é a herdeira legítima do Trono de Ferro. Por que merece um final feliz. Daenerys começou sua trajetória sendo molestada por seu irmão e vai acabar sobrevoando os Sete Reinos no lombo de seus dragões e chamuscando todo aquele que se coloque em seu caminho aos gritos de “Dracarys!”. Ela merece isso, e nós merecemos ver.Por que é bom. Seu amor por Daenerys é um desses que já não se fazem mais: ela a admira, a protege e a segue por onde for. Mas ela, que não tem paciência para aguentar bobagens de ninguém, o expulsa quando descobre que a missão inicial deste escudeiro era espioná-la. O certo é que Jorah Mormont só foi espião por uns 20 minutos. Por que merece um final feliz. Após ser expulso de Meereen pela segunda vez, Jorah se empenha em regressar para sua rainha e demonstrar a ela sua lealdade absoluta. No fim da sexta temporada, Daenerys o expulsou pela terceira vez, mas para dissuadi-lo de seus planos de suicídio e ordenar que encontrasse uma cura. Provavelmente, isso seja o mais próximo que Jorah chegará de conquistá-la, mas até aí uma pedra também estaria na mesma situação, e ele está se tornando uma.Por que é boa. rque é uma menina, ou pelo menos foi durante nove episódios. Arya se tornou uma máquina vingativa que aprendeu a fazer listas de assassinatos pendentes antes do que fazer listas de compras: Cersei, Ilyn, Melisandre... Esta lista de morte foi se acumulando, mas Arya tem muita paciência e muito pouco a perder. Por que merece um final feliz. Tecnicamente deixou de ser boazinha, mas o público continua do seu lado. A felicidade de Arya reside nas pequenas vitórias: matar um soldado que suspeitava de ter colaborado na carnificina do Casamento Vermelho, servir a Walder Frey uma refeição feita com a carne de seus próprios filhos e, além de tudo, recuperar por fim sua identidade. Após demasiados anos fingindo ser outras pessoas, exclama: “Meu nome é Arya Stark, quero que você saiba".Por que é bom. Sua humanidade não tem igual neste universo e, no entanto, há cinco temporadas vem driblando a morte, do mesmo modo que não entende a guerra e foi nomeado cavaleiro apesar de suas origens humildes. Davos é o mais próximo da bondade nos Sete Reinos (tal e qual como nós, espectadores, entendemos a bondade). Por que merece um final feliz. Porque sua amizade com Shireen, a filha de Stannis Baratheon, é talvez a única coisa realmente bonita que ocorreu em 'Game of Thrones'. E que, claro, terminou da pior maneira possível: com ela sacrificada em uma pira de fogo por seu próprio pai. Davos culpa Melisandre, porque antes de ser honrado é um pouco machista, e alcançará sua vingança nesta vida (a primeira leva de sete episódios) ou em outra (a segunda parte, com seis episódios, a ser lançada em 2018). Ninguém vai querer perderPor que é boa. Porque enquanto a maioria dos personagens se move por Porinstinto e com um só objetivo, Sansa teve que evoluir, sobreviver a abusos de todo tipo e atravessar uma depressão enquanto fugia sem parar. Começou como uma garota caprichosa que ansiava por deixar Winterfell e viver aventuras. E aventuras ela viveu, mas nenhuma boa. Seu prometido Joffrey a humilhou sistematicamente, enquanto sua futura sogra Cersei lhe dizia que “quanto mais pessoas ame, mais fraca será”. Sansa se aferrou a esse mantra, se aliou com todo tipo de escória (Mindinho) e voltou a Winterfell ao encontro de seu irmão Jon Snow. Arrancaram-lhe sua inocência e dignidade, mas em troca se tornou a mulher mais forte dos Sete Reinos. Por que merece um final feliz. O público, do alto do século XXI, se conecta com a valentia áspera de Sansa, e vê-la sorrir no final da sexta temporada enquanto Jon era proclamado o rei do norte foi talvez o único momento genuinamente cativante de toda a série. Sansa Stark é a maior vítima do seriado, o que já diz tudo, e o que há de mais parecido ao Corinthians em 'Game of Thrones'. Resta ver se será como o time da temporada 1995-96 (das vitórias) ou o da 1999-2000 (do declínio).Por que é boa. Sua sensibilidade e seu sentido de justiça permanecem inalteráveis, inclusive quando Daenerys se distrai com sua arrogância, seus dragões e seu Dario Nahaaris. Por que merece um final feliz. Ela se mantém ao lado de Daenerys quando não tinha por quê. Não escolheu fazer parte do governo de Meereen, onde chegou como intérprete, mas demonstra seu valor político ao aconselhar a Khaleesi com muito mais moderação e pragmatismo que o que demonstra o resto de personagens cegados pelo rancor e pela ambição.Por que é boa. Ainda não é maior de idade e já agrada mais do que nenhum outro personagem na série, além de ser perfeitamente capaz de discernir entre o bem e o mal, e entre as causas justas e as traições. Quem ensinou tudo isso a essa menina? Por que merece um final feliz. Porque quando a Daenerys ficar louca (a alienação de sua estirpe é uma questão de tempo), Tyrion largar o reino para viver a vida e Jon Snow for assassinado (outra vez) por alguma alma invejosa, a única pessoa que poderá manter a justiça nessa terra de miseráveis é Lyanna Mormont. Uma garota que ninguém se atreveria a contrariar.Por que é bom. Para um selvagem, tem um senso de integridade tão caloroso quanto incorruptível. Acabou liderando os selvagens apesar de si mesmo, e entendeu que se aliar a Jon Snow é a única esperança de seu povo. Isso faz dele um herói, ainda que talvez gargalhasse se alguém o chamasse assim (e em seguida ameaçaria a pessoa de morte). Por que merece um final feliz. Mesmo que seja apenas porque foi o único personagem que gerou algo de comédia durante estes angustiantes seis anos, Tormund ganhou o direito de terminar seus dias em uma cabana sem que ninguém o incomode. Suas cenas com Brienne de Tarth, nas que ele a olha com picardia e ela não sabe como se portar, são o mais próximo que 'Game of Thrones' chegou de ser uma música de Luis Fonsi.Por que é boa. Porque não vai se render, e gente assim faz muita falta em Game of Thrones (e no mundo real). Cuida de seu irmão Theon apesar de ele ter procurado tudo o que lhe acontece de ruim, como boa irmã mais velha que sabe que é melhor que ele em tudo, mas não vai criar atrito. Por que merece um final feliz. Os Greyjoy são um clã bastante podre: é um milagre que Yara tenha saído tão corajosa. Diante de tudo, a única esperança para os Sete Reinos é que as mulheres herdem a Terra, porque sendo governados por homens não funcionou particularmente bem.Por que é bom. O casal Ned e Catelyn Stark tinha uma intuição nefasta para atrair as traições, mas os dois foram ótimos pais para seus cinco filhos e meio (Jon Snow, o bastardo). Desde que Jamie Lannister o empurrou pela janela no primeiro episódio da série, deixando-o paralítico, o pobre Bran não deixou de ser empurrado pela vida, pela magia e por Hodor de um lado para outro. Por que merece um final feliz. O séquito que acompanhava Bran foi morrendo, um após o outro, e necessitamos que essas baixas sirvam para algo. Basicamente, porque senão a passagem de Bran pela série (e os tediosos minutos que sua trama consumiu) terá sido em vão.Por que é boa. Se em 'Game of Thrones' existisse o conceito de honra (não existe), Brienne seria sua personificação mais pura. Quando Catelyn Stark a ajuda a escapar, Brienne lhe jura lealdade com todas as consequências: cai sobre ela o trabalho de acompanhar Jamie Lannister ao Desembarque do Rei, se apaixona por ele no caminho e, no entanto, nenhuma de suas decisões parece motivada por esses sentimentos, que ela assume como uma tarefa circunstancial. Em uma terra onde todo mundo parece obcecado com transar da forma mais violenta possível, Jamie e Brienne se amam porque se respeitam. Por que merece um final feliz. Brienne tenta ajudar a salvar a vida de Arya e Sansa, e as duas a rejeitam com atitude de “deixe-me em paz, senhora” porque não confiam nem em suas sombras (literalmente). Mas Brienne não se rende, pelo simples motivo de ter jurado a Catelyn que não o faria. Se todo mundo fosse honrado como ela, os Sete Reinos seriam um lugar feliz e aprazível. Se todo mundo fosse honrado como ela, não haveria série.Por que é boa. Submetida sexualmente por seu próprio pai, Gilly foge com seu filho-fraternizo e basicamente passa toda a série se escondendo de assédios. Ela viu o valor e a dignidade de Samwell Tarly inclusive antes que os espectadores. Por que merece um final feliz. Durante um jantar com a família Tarly, Gilly é humilhada pelo patriarca. Qualquer que sofra um jantar conflictiva com seus suegros reconhece o mérito de Gilly ao ficar aí sentada por respeito a Samwell. Bem por ela.Por que é bom. . É o único personagem da série com alma. O único que é bom por opção, e não por suas circunstâncias, e Kit Harrington é o ator mais bem pago do eleito (cerca de 2,6 milhões de dólares por episódio). O público depositou todas as suas (poucas) esperanças em Jon, um bastardo que desde que se alistou na Patrulha da Noite enfrentou todas as responsabilidades que lhe foram atribuídas com moderação, justiça e honestidade, às vezes às custas de seu próprio prazer. A maior honradez de Jon talvez seja sua obstinação por não discriminar nenhum grupo, porque ainda que sua não-namorada Ygritte insistisse que “você não sabe nada, Jon Snow”, ele sabe de uma coisa: como é duro viver marginalizado Por que merece um final feliz. Porque rejeitou inúmeras oportunidades para se deixar corromper. O fato de ter chegado à sétima temporada com a consciência tranquila tem tanto mérito que se Jon Snow fosse um político em nosso mundo ganharia as eleições por maioria absoluta em qualquer país. Isso mostra o quanto ele é bom.Por que é bom. Samwell Tarly é o único que trabalha nesta série. Suas inquietações intelectuais o levaram a se tornar culto. Além disso, teve tempo para se apaixonar por Gilly, salvar sua vida dezenas de vezes, convencer Jon Snow a não abandonar a Patrulha da Noite, impulsioná-lo ao posto de comandante, matar um Caminhante Branco e confrontar seu pai racista. Em uma terra onde a força bruta é muito mais valorizada do que a inteligência, Sam está destinado a acabar sendo uma ferramenta chave na reconquista final. Por que merece um final feliz. Porque sofreu todos os insultos, gozações e agressões de todos com quem cruzou (exceto Jon Snow e Gilly), e nunca se ajoelhou. Sam não se importa com o que pensem dele, e sabe que quanto mais bobo o considerem, menos poderão prever sua implacável força intelectual. Não parece um herói, mas é. Sem alardes nem discursos. A bondade de Samwell Tarly é de uma pureza que não existe em outra parte de 'Game of Thrones', e que tampouco existe em nosso mundo real. Mas precisamos acreditar que sim.