Feliz Dia do Internauta
Há 25 anos ocorria o primeiro acesso público à WWW, o que revolucionou a vida como conhecíamos
Foi um projeto nascido quase por acaso. O engenheiro Tim Berners-Lee recebeu uma encomenda da Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear (CERN), com sede em Genebra, para criar uma base de dados. Tratava-se de um trabalho pontual, que ele desenvolveu de forma impecável, em poucos meses, em 1980. Esse trabalho deixou uma boa lembrança na organização, de tal maneira que, em 1984, ele foi contratado para integrar os seus quadros. A encomenda seguinte consistiu em criar um sistema para que os cientistas pudessem compartilhar informações internacionalmente. Sem saber, estava-se plantando, aí, a semente daquilo que é a internet nos dias de hoje. Assim, em 23 de agosto de 1991, a World Wide Web foi aberta ao mundo, e é por isso que hoje se comemora o Dia do Internauta, e, neste caso, de forma especial, por se tratar dos 25 anos de seu surgimento.
O cientista londrino mal tinha como imaginar que aquilo que ele havia criado em um laboratório suíço acabaria por se tornar o paradigma da comunicação no planeta, transformando o nosso mundo de forma definitiva. Cabe entender, desde já, que internet e WWW não são a mesma coisa: a primeira se refere à rede que possibilita a comunicação, enquanto a segunda é o espaço em que se armazena toda a informação e as páginas web tal como as conhecemos. De toda forma, esta data tão especial está sendo comemorada pelos internautas do mundo inteiro na própria rede, e, em especial, das redes sociais, onde se criaram perfis específicos (por exemplo, no Facebook) para o intercâmbio de congratulações.
Crescimento acachapante
O que aconteceu desde aquele ano? É impossível não olhar para trás e descobrir dados interessantes, como o fato de que a WWW que conhecemos hoje quase chegou a ser batizada de The Information Mesh ou The Information Mine, nomes selecionados pelo cientista britânico, que acabou optando por chamar a sua criação de World Wide Web, aquela que hoje conhecemos tão bem. Essa forma de comunicação se tornou maciça e essencial para o desenvolvimento da população. Pensando em perspectiva, em 1991 o seu número de usuários não chegava a 1% da população mundial, enquanto hoje eles chegam a 50%, um porcentual que, como é fácil imaginar, não para de crescer.
A encomenda era de um sistema para que os cientistas pudessem compartilhar informações internacionalmente
Outro dado que nos dá uma ideia da explosão vivida por esse fenômeno é justamente o do número de páginas hospedadas na rede: em 1994, as webs disponíveis para os pioneiros do sistema eram menos de 3.000, ao passo que, em 2014, registravam-se mais de um bilhão.
Nessa trajetória histórica tão acidental, há inúmeros casos, como o das famosas barras que temos de escrever nas URL das páginas da web: elas foram uma escolha casual de Berners-Lee. “Eu não sabia que depois elas seriam tão problemáticas”, disse esse gênio. “Na hora, elas me pareceram uma boa ideia”. Trata-se de um mea culpa por meio do qual ele se arrepende pelo tempo enorme que ele fez as pessoas perderem na hora de teclar e pelo papel desperdiçado com um caractere que ele mesmo reconhece como “dispensável”.
Existem outros nomes próprios nesse percurso que já acumula um quarto de século: o primeiro internauta foi Robert Cailliau, um engenheiro de informática, que já passou para a posteridade. Menos surpreendente é saber que a primeira web foi, logicamente, a do próprio CERN, que testemunhou o nascimento desse projeto transformador: ela se chama info.cern.ch. E, como se não bastasse o legado deixado por Bernes-Lee em sua passagem pela organização, esse cientista ainda lembra que a chave para o crescimento da rede foi, sem dúvida, a abertura do serviço para todo o planeta: “Se essa tecnologia tivesse ficado como proprietária e sob o meu controle, jamais teria decolado”.
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