17 de setembro de 2014.Post no Facebook: Dia 5 – Clínica Gessba (Potosí).
Mamani foi internado na clínica Gessba depois de várias semanas com dores nos pulmões e de uma noite terrível em que sentiu ardores e pontadas em todo o peito. Em seu quarto, havia um cilindro de oxigênio e quadro com uma igreja. Na foto, ele cumprimenta uma prima que lhe pediu sinais de vida. “Naquele dia eu estava inchado, talvez por culpa do aspirador de secreções”, afirma. “Uma noite, aconteceu alguma coisa com o aparelho e senti a cara e o pescoço se enchendo de ar. Para usar a máscara de oxigênio, eu precisava segurá-la com uma das mãos. Era um pouco incômodo, na verdade, mas não conseguia ajustá-la bem de outra maneira.”
Na clínica Gessba –que pertence ao sistema de saúde privada–, John tinha algumas comodidades: um quarto só para ele, televisão e banheiro privativo. “Nos primeiros dias eu estava bastante animado”, afirma. “Mas um dos meus pulmões se enchia de líquido, e os médicos que me examinavam começaram a se preocupar.”
Em Potosí, cidade que sempre se dedicou à mineração, as doenças pulmonares são comuns. Mas o caso de John era estranho porque, embora ele não trabalhasse na extração de minerais, seu pulmão era como o de um mineiro doente.