Contar com o Irã
Teerã é fundamental para a estabilidade na região e é necessário que esteja na mesa dos que querem acabar com a guerra na Síria
![O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, e o chanceler russo, Sergei Lavrov, conversam antes de reunião entre 17 nações em Viena pra discutir a guerra que já dura quatro anos na Síria.](https://imagenes.elpais.com/resizer/v2/VLQ7BGBCTRHLILEXDPWVQGKJEU.jpg?auth=e1ea6a9bd2c5e1fb0e33ea2b6ec2336a89ed8e5f1e9b70fa4370a4937a8a6b08&width=414)
A presença do Irã nas conversações de Viena para chegar a uma estratégia global em torno da guerra na Síria e do avanço do Estado Islâmico (EI) é um salto de grandes consequências estratégicas e diplomáticas que mudarão o mapa do Oriente Médio.
O retorno ao cenário regional como ator de primeira ordem de um regime que até poucos meses sofria um agudo isolamento internacional provoca relutâncias lógicas. Afinal, o Irã é uma teocracia em que os direitos humanos são violados, é o principal suporte da ditadura de Bashar al-Assad na Síria e é o inspirador e fornecedor de material a grupos como Hezbollah e Hamas. Mas também é verdade que, diante da ameaça que representa a evolução constante do EI para toda a região e o Ocidente, a cooperação iraniana pode ser inestimável.
A carnificina que destrói a Síria deve chegar ao fim por muitas razões. É preciso deter a crise que já causou centenas de milhares de mortos e deslocou milhões de pessoas. Neste sentido, é positivo o pragmatismo dos EUA quando se trata de permitir a incorporação do regime de Teerã à mesa que estuda soluções para a situação. O Irã é uma potência fundamental para a estabilidade da região e é muito mais eficaz que esteja na mesma mesa daqueles que querem acabar com a guerra na Síria do que permanecer à margem ou –pior, como tem acontecido até agora– que aja por sua conta.
É conveniente, em todo caso, não se deixar levar pelo excesso de otimismo. O Irã ainda representa uma ameaça para muitos de seus vizinhos e sua linguagem belicosa e agressiva em relação ao Ocidente praticamente não mudou. Mas depois de quase 40 anos de confronto com as democracias ocidentais, talvez a via da mudança interna no Irã possa ser ajudada por esse convite.
Tu suscripción se está usando en otro dispositivo
¿Quieres añadir otro usuario a tu suscripción?
Si continúas leyendo en este dispositivo, no se podrá leer en el otro.
FlechaTu suscripción se está usando en otro dispositivo y solo puedes acceder a EL PAÍS desde un dispositivo a la vez.
Si quieres compartir tu cuenta, cambia tu suscripción a la modalidad Premium, así podrás añadir otro usuario. Cada uno accederá con su propia cuenta de email, lo que os permitirá personalizar vuestra experiencia en EL PAÍS.
¿Tienes una suscripción de empresa? Accede aquí para contratar más cuentas.
En el caso de no saber quién está usando tu cuenta, te recomendamos cambiar tu contraseña aquí.
Si decides continuar compartiendo tu cuenta, este mensaje se mostrará en tu dispositivo y en el de la otra persona que está usando tu cuenta de forma indefinida, afectando a tu experiencia de lectura. Puedes consultar aquí los términos y condiciones de la suscripción digital.