Nike atualiza lendário tênis All-Star
O centenário tênis Chuck Taylor foi durante décadas a antítese do calçado futurista
Faz exatamente 12 anos que a Nike anunciou a compra da Converse, dois anos após esta ter a concordata decretada. A Nike desembolsou na época 305 milhões de dólares para adquirir o negócio da centenária marca esportiva norte-americana. Foi uma operação com um grande significado cultural nos Estados Unidos. A empresa mais inovadora da indústria devorava uma das mais tradicionais. Os icônicos Chuck Taylor All-Star eram, de fato, a antítese de tudo o que a Nike representa, já que incorporavam pouca tecnologia e materiais muito básicos. Agora, parte dessa tecnologia será aplicada também a um novo modelo Converse.
Os Converse clássicos, esses tênis simples de borracha e lona que representaram a “velha escola”, são agora atualizados, procurando ser tão confortáveis como os fabricados pela moderna matriz em Beaverton, no Oregon. A Nike pretende que as Chuck conquistem um público jovem acostumado com a inovação e tenta responder a uma queixa muito comum entre seus fiéis mundo afora: mais conforto. As Chuck II incorporam, por exemplo, a tecnologia Lunarlon da Nike, utilizada nos tênis de basquete mais modernos. Custarão cerca de 75 dólares (248 reais), 15 dólares a mais que as originais, que continuarão à venda.
“As crianças estão crescendo num mundo em que conhecem o conforto, e é isso que esperam”, afirma Jim Calhoun, conselheiro da Converse. É algo evidente, mas que representa todo um desafio para uma marca tão conservadora. De fato, a mudança foi muito cuidadosa para não enfurecer os apaixonados pelas velhas Chucks, que aliás são uma mina para a Nike, como mostram os últimos resultados trimestrais apresentados no final de junho.
Uma marca unida ao basquete
A Converse apresentou ao mundo o popular tênis de cano alto em 1917, com o nome de All Star. Rebatizou-o em 1923 para fazer uma homenagem a Chuck Taylor, um jogador de basquete que se transformou em símbolo da marca por todas as quadras dos EUA. É o que Phil Knight, fundador da Nike, fez quase cinco décadas depois. Seu tênis foi o preferido dos jogadores da NBA, até que em 1985 começou a era Air Jordan.
E aí começou o confronto. As duas empresas tinham filosofias de negócio completamente diferentes. A Nike representava a globalização mais feroz, enquanto a Converse concentrava toda a sua produção nos EUA. Kurt Cobain calçava os Chucks como sinal de rebeldia – inclusive usava a versão One Stars quando se suicidou em 1994. Também foi o caso dos Ramones, Strokes, Avril Lavigne e Miley Cyrus. Assim, a empresa conseguiu se manter como ícone da cultura popular durante décadas.
As tentativas da Converse de se diversificar a levaram à ruína em duas ocasiões. No final, cedeu e acabou fabricando as Chuck na China para melhorar a margem de lucro. Os executivos da marca admitem que existe sempre um grande medo de introduzir mudanças num ícone. Mas Calhoun acredita que a inovação é necessária e pode ser feita preservando seu estilo clássico.
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