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Assim é o voo da sonda da Nasa ‘New Horizons’ até Plutão

Depois de nove anos, New Horizons chega ao planeta mais longínquo do Sistema Solar

Recriação feita pela NASA do sobrevoo de Plutão pela ‘New Horizons’.

A sonda New Horizons, da NASA, fez história nesta terça-feira ao chegar a cerca de 12.500 quilômetros (7.800 milhas) de Plutão, o mais perto que um instrumento enviado pelo homem ao espaço já chegou do desconhecido planeta anão.

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A NASA tinha previsto que a sonda alcançasse sua proximidade máxima com Plutão às 8h49 (horário de Brasília). Desde a noite de segunda-feira e durante 22 horas, a New Horizons não se comunicará com o centro de controle da missão na Terra, para poder recolher o máximo possível de informações sobre Plutão e suas luas.

Desse modo, até as 21h pelo horário de Washington (22h pelo horário de Brasília), não se saberá se a nave terá sobrevivido à aproximação em bom estado.

Esta façanha espacial histórica não é isenta de riscos: a nave, que se desloca a 49.889 km por hora e pesa 480 quilos, pode ser inutilizada caso se choque com uma rocha ou pedra imprevista do sistema de Plutão.

A NASA estima o risco de colisão em 1 em 10.000, mas lembra que, em última análise, a missão da New Horizons se dirige “ao desconhecido”, de modo que nenhum cenário pode ser descartado.

A NASA estima o risco de colisão em 1 em 10.000

Este fato científico chega depois de nove anos e meio de travessia e 4,828 milhões de quilômetros percorridos com o objetivo de lançar luz sobre um planeta anão que é um autêntico enigma para os cientistas. Mais luas, anéis, indícios de líquidos e até nuvens: a sonda pode encontrar tudo isso em Plutão, planeta descoberto em 1930 por Clyde Tombaugh, cujas cinzas viajam a bordo da sonda, junto com outros objetos.

Em janeiro de 2006, quando a New Horizons iniciou esta longa viagem, a NASA destacou que Plutão era o único dos nove planetas do Sistema Solar que nunca tinha sido alcançado por uma nave espacial. Poucos meses depois, em agosto, a União Astronômica Internacional (UAI) relegou Plutão à categoria de planeta anão.

A New Horizons ficará temporariamente sem contato com o centro de controle da missão em Terra para recolher o máximo possível de informações sobre Plutão e suas luas.

Graças a esta missão, hoje se sabe que Plutão é 80 quilômetros mais largo e tem 2.370 quilômetros de diâmetro - mais do que se pensava até então. Assim, Plutão é maior que Eris, uma das centenas de milhares de miniplanetas e objetos situados além de Netuno, na região denominada Cinturão de Kuiper, cuja descoberta em 1992 acabaria por fazer com que Plutão fosse rebaixado da categoria de planeta a planeta anão.

A missão da New Horizons já proporcionou as imagens mais nítidas e próximas de Plutão, fotos que são apenas um aperitivo do que poderá ser visto quando a sonda fizer história ao chegar a seu ponto de proximidade máxima com o planeta anão.

Esta missão já permitiu que hoje se conheça Plutão melhor que nunca, e a comunidade científica tem grandes expectativas em relação às fotos que serão feitas hoje, as mais precisas da história do planeta.

No último 4 de julho a sonda New Horizons deu um pequeno susto aos responsáveis pela missão, quando seu sinal foi perdido durante mais de uma hora no centro de controle do Laboratório de Física Aplicada da Universidade Johns Hopkins, em Maryland (EUA), em um incidente devido a um problema menor.

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