_
_
_
_

Má repercussão nas redes faz PSDB recuar sobre lei da terceirização

Segundo o deputado Domingos Sávio (PSDB-MG), não há um apoio unânime ao projeto

Líder do PSDB na Câmara, deputado Carlos Sampaio.
Líder do PSDB na Câmara, deputado Carlos Sampaio. Gustavo Lima/ Câmara dos Deputados

A votação realizada sobre os pontos principais do projeto de lei que regulamenta e amplia a terceirização das empresas mostrou, nesta terça-feira, a bancada do PSDB, que apoia a lei, bastante dividida em relação ao tema. A má repercussão nas redes sociais teria sido uma das razões para que parte do partido tucano mudasse sua posição favorável ao projeto, que já não conta com o apoio do PT.

De acordo com o Deputado Domingos Sávio (PSDB-MG), já não há uma posição de unanimidade dentro do partido. “Vários colegas estão dizendo que a medida é boa para o país, mas de maneira patética, afirmam que irão votar, no entanto, contra a proposta por pressão das redes sociais e pelas acusações de estarem ferindo os direitos do trabalhadores”, afirmou ao EL PAÍS.

Para Sávio, que continua defendendo a aprovação da lei, a atitude desses partidários é um grande equívoco. “Eles estão abdicando de uma convicção por opiniões de pessoas que, muitas vezes, não estão devidamente esclarecidas”, explica. O deputado negou o rumor de que o recuo de alguns tucanos tenha sido uma orientação do presidente nacional do partido Aécio Neves.

Mais informações
Terceirizar é ‘remendo’ que não evita conflito com legislação vigente
Mulher de Cunha processou Globo para ter direitos CLT
Lula apela a Dilma para que tente barrar aprovação da terceirização
Terceirização coincide com fim de ‘ciclo de bonança’ de trabalhadores

Dobradinha PT e PSDB

Antes da sessão ser suspensa pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o plenário aprovou com 360 votos favoráveis, 46 contrários e 4 abstenções, a exclusão de empresas públicas e mistas (como a Petrobras) da possibilidade de ampliar as atividades passíveis de terceirização. Dessa forma, a nova lei não valeria para o setor público. A exclusão ocorreu com a aprovação de um destaque proposto pelo PSDB contando inclusive com o apoio do PT.

Protestos contra terceirização

Nesta quarta-feira, manifestantes contrários ao projeto de lei fazem protestos em 21 Estados e no Distrito Federal. Em São Paulo, ocorreram bloqueios momentâneos em grandes rodovias. Manifestantes da Central Única dos Trabalhadores (CUT) cortaram por 30 minutos o tráfego em trecho parte da Via Dutra, que liga as cidades do Rio de Janeiro a São Paulo, na altura de Guarulhos, de acordo com a agência EFE.

Em Minas Gerais, houve protestos contra a terceirização durante a madrugada desta quarta-feira em frente à entrada de fábricas na cidade industrial de Betim. A Jornada Nacional de Paralisações também contou com a adesão de funcionários da Universidade de São Paulo (USP) e empregados do serviço de transporte de Salvador, que atrasaram em duas horas o início de suas atividades.

Após o encerramento da votação, o relator do projeto afirmou ter sido surpreendido com a mudança de posição de parte da bancado tucana e com a dobradinha com o PT. "Todos fomos pegos de surpresa com esse inusitado e inacreditável acordo entre PT e PSDB contra a modernização da economia brasileira", afirmou Arthur Maia, relator do projeto.

A sessão para a votação dos chamados destaques, os pontos principais, do pré-projeto deve ser retomada na tarde desta quarta-feira. Entre as propostas que deverão ser votadas  está o destaque do PT que pretende proibir a terceirização em todas as áreas da empresa, principal mudança feita pelo projeto.

Os sindicatos também pressionam para que seja instituída a chamada responsabilidade solidária. O que significa uma maneira de permitir que o trabalhador possa escolher qual empregador irá acionar na Justiça --se a contratante ou a prestadora de serviço-- caso se sinta lesado. O texto-base aprovado prevê que, caso o trabalhador seja prejudicado, a responsabilidade é da prestadora de serviço. Só depois de esgotado processo, a contratante poderia ser contratada. Já a equipe econômica do Governo tenta negociar com o relator do projeto, a forma de recolhimento do INSS das empresas terceirizadas.

Tu suscripción se está usando en otro dispositivo

¿Quieres añadir otro usuario a tu suscripción?

Si continúas leyendo en este dispositivo, no se podrá leer en el otro.

¿Por qué estás viendo esto?

Flecha

Tu suscripción se está usando en otro dispositivo y solo puedes acceder a EL PAÍS desde un dispositivo a la vez.

Si quieres compartir tu cuenta, cambia tu suscripción a la modalidad Premium, así podrás añadir otro usuario. Cada uno accederá con su propia cuenta de email, lo que os permitirá personalizar vuestra experiencia en EL PAÍS.

En el caso de no saber quién está usando tu cuenta, te recomendamos cambiar tu contraseña aquí.

Si decides continuar compartiendo tu cuenta, este mensaje se mostrará en tu dispositivo y en el de la otra persona que está usando tu cuenta de forma indefinida, afectando a tu experiencia de lectura. Puedes consultar aquí los términos y condiciones de la suscripción digital.

Mais informações

Arquivado Em

Recomendaciones EL PAÍS
Recomendaciones EL PAÍS
_
_