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Tecnologia para vestir

Complementos corporais como pulseiras, gargantilhas e relógios se ligam ao celular

Vídeo: caterina barjau

A Motorola foi a primeira a jogar a ficha; no Mobile World Congress de 2012 apresentou um relógio, pensado para esportistas, que se ligava ao celular. O MotoActv vendeu pouco além dos Estados Unidos, embora mantenha ativo um site para dar suporte aos compradores. Pensado para os que fazem esporte e para se ligar os celulares, adiantou um pouco o seu tempo. E passou inadvertido, embora não tanto como o SPOT da Microsoft apresentado por Bill Gates em...2004.

Na terça-feira pela noite, Rick Osterloh, vice-presidente da marca agora nas mãos da Lenovo, confirmou que no outono tentará novamente. Como a maioria de fabricantes. 2014 será o ano dos wearables, aparelhos para vestir ou acessórios tecnológicos corporais. A consultora Canalys estima que serão vendidos 17 milhões de complementos conectados à Internet, seja através do celular ou de maneira autônoma. 10 vezes mais que os 1,6 milhão de 2013.

Samsung foi a primeira a separar o relógio do smartphone. Durante a feira MWC apresentaram dois modelos, Galaxy Gear 2 e Gear 2 Neo, com sistema operacional próprio, Tizen. Servem para ter um melhor controle do exercício físico e para carregar música. Desta maneira, é possível fazer exercício sem precisar levar o celular. A empresa coreana aprendeu a lição. Diferentemente do primeiro modelo, não é necessário ter um celulares mais caros da marca, já que o dispositivo é compatível com 17 modelos de seu extenso catálogo.

Sony se destaca com SmartWear: cores que se podem trocar, longa duração de bateria e uma integração por software que registra os momentos mais importantes do dia. Sua proposta de software está bem focada; agradará os obsessivos dos blogs e das redes sociais ao lembrar a cada momento o que se comeu, o que se tomou ou quando se esteve em um lugar. Uma espécie de “querido diário” interativo.

A Huawei foi engenhosa em dois sentidos. Sua pulseira, além das funções comuns já citadas, serve para se falar por telefone graças à conexão bluetooth. Não tem carregador, já que a bateria é carregada por meio da porta USB que esconde em seu interior.

A LG centra-se no desenho, muito cuidado. Não só o da pulseira, LifeBand Touch, de estética futurista. Também de sua gargantilha com conexão bluetooth. Esconde fones de ouvido em seu interior e controles de reprodução de áudio, próprio de filmes de ciência ficção.

Telefónica aliou-se à Samsung, LG e Sony para compatibilizar seus wearables com suas redes. Daniel Hernández, diretor desta divisão, ressaltou a importância deste novo campo: “Monitorar o esporte é só o começo. Será viral, social e divertido”. Ao mesmo tempo considera que a personalização será chave para o sucesso.

FitBit é uma das janelas do setor. De fato, dedica-se exclusivamente a fazer pequenos aparelhos que medem os passos, consumo de calorias e qualidade do sono. Seu grande valor está na parte social e na mostra de dados. A primeira é gratuita e permite comparar com os amigos de Facebook o que quiser. A segunda serve para fazer um plano de nutrição e treinamento sob medida. Custa 44,95 euros (144 reais) ao ano. As pulseras da assinatura não passam de 70 euros (225,50 reais).

A febre é tão grande que até a Intel contratou um engenheiro da Oakley, especialista em óculos esportivos, para avançar neste campo. Qualcomm, também fabricante de chips, vende nos Estados Unidos, TOQ, um relógio que destaca por sua tela eletrônica colorida. Custa 249 dólares (581 reais) e dura quase dez dias longe da energia.

Em maio fará dois anos que Google apresentou seus Glass, os óculos. Ainda não chegaram ao mercado e não se sabe quando chegarão. O que parece certo é que em outono mostrarão seu relógio. O mesmo acontece com a Apple. A empresa não deu nenhum passo neste campo, mas contratou desenhistas de marcas da moda e engenheiros da Nike para não dar o salto no vazio sem contar com uma boa equipe.

Durante o outono chegarão ao mercado a maioria dos modelos apresentados na feira. Os preços das pulseiras oscilam entre 70 e 110 euros (225 a 354 reais). Salvo os relógios, todos acima de 200 euros (644 reais).

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