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Editoriais
São da responsabilidade do editor e transmitem a visão do diário sobre assuntos atuais – tanto nacionais como internacionais

Um sim a Hillary

Candidata democrata acumula méritos de sobra para ganhar a eleição

Hillary Clinton durante um comício em New Hampshire.
Hillary Clinton durante um comício em New Hampshire.JUSTIN SULLIVAN (AFP)

Hillary Clinton merece por seus próprios méritos ser eleita nesta terça-feira pelos norte-americanos como a nova presidenta dos EUA.

A candidata democrata não só tem um sólido passado político com também encarna uma visão de seu próprio país e do mundo que se baseia num otimismo realista e na sensatez proporcionada pela experiência. Estas duas circunstâncias já fariam da ex-senadora e ex-secretária de Estado uma candidata muito difícil de igualar, independentemente de quem fosse o seu rival. A atriz Susan Sarandon afirmou que não votaria em Clinton pelo simples fato de ser mulher, e que, portanto, preferia uma candidata ecologista independente. Sarandon se equivoca, porque Clinton merece efetivamente ocupar a Casa Branca não em razão do seu sexo, mas sim por seu vasto preparo em comparação a outros candidatos na disputa pelo cargo.

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Mas, além disso, coincidiu que nestas eleições a aspirante democrata tenha pela frente não alguém que representa um projeto sério do qual se possa discordar ideologicamente – com toda a fúria que seja necessária –, e sim um candidato que se aproveitou do descontentamento popular e do desconcerto existente nas fileiras republicanas para disputar a Casa Branca com uma destrutiva mensagem que, falando em nome dos valores norte-americanos, despreza profundamente os valores nos quais a sociedade dos EUA está estruturada e que fazem parte da sua bem sucedida história como nação: a integração, a abertura, a igualdade de oportunidades e o respeito à diversidade.

Não é de estranhar, portanto, que Clinton tenha recebido apoios não só do espectro progressista da política norte-americana. Políticos, meios de comunicação e personalidades conservadoras dos EUA também anunciaram publicamente sua preferência pela candidata democrata. Longe de ver isso como uma traição aos seus próprios princípios, esses republicanos interpretam – acertadamente – que a democracia norte-americana não pode se dar ao luxo de cair nas mãos de um demagogo que mostra reiteradamente seu desprezo por ela. Para esses conservadores, o que se resolve nesta terça-feira nas urnas não é uma disputa entre duas visões diferentes, ambas profundamente norte-americanas, sobre o seu país, e sim a opção de votar no rival histórico por lealdade em vez de colocar o Governo nas mãos de um aventureiro indigno de figurar nas mesmas fileiras que, por exemplo, Abraham Lincoln.

Hillary Clinton transformou sua carreira política em uma luta constante ao longo de décadas contra armações, conspirações e críticas desatinadas, frente às quais colocou seu trabalho tenaz, sacrificado e eficaz. Os eleitores norte-americanos sabem, mas é preciso que confirmem nas urnas, quem realmente manda nos EUA.

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