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Twitter estuda passar de 140 para 10.000 caracteres

Projeto ainda estaria em teste, mas seria lançado já neste trimestre

Jaime Rubio Hancock

O Twitter cogita deixar de lado a restrição de 140 caracteres por postagem, ampliando esse limite para 10.000, que é o que vale atualmente para as mensagens diretas nessa rede social. Segundo o site Recode, especializado em tecnologia, o projeto já está em testes e poderá ser implementado neste primeiro trimestre de 2016.

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Ao EL PAÍS, a empresa não confirmou a mudança, mas cita um tuíte de Jack Dorsey, cofundador e executivo-chefe do Twitter.

Seu texto (o original logo abaixo), diz:

“O Twitter é fundamentalmente um sistema de mensagens públicas. Uma maneira simples de dizer algo, a qualquer um, que todo mundo possa ver de forma instantânea.

Não criamos o Twitter com uma restrição de 140 caracteres. Nós a acrescentamos depois, para que os textos pudessem caber em um SMS (160 caracteres).

Esta se transformou em uma linda limitação, e eu a adoro! Inspira criatividade e brevidade. E sensação de velocidade. Nunca perderemos este sentimento.

Passamos muito tempo observando o que os usuários fazem no Twitter, e vemos que eles fazem capturas de tela de texto para tuitá-las.

Mas e se esse texto... fosse realmente texto? Um texto que pudesse ser buscado. Um texto que pudesse ser sublinhado. Isso traria mais utilidade e força.

O que faz que o Twitter seja o Twitter são suas conversas rápidas, públicas e ao vivo. Sempre trabalharemos para reforçar esse aspecto. Para cada pessoa do mundo e em qualquer idioma.

Centrando-nos nas conversas e na troca de mensagens, a maioria dos tuítes sempre será curta, amistosa e coloquial.

Não seremos tímidos na hora de construir mais utilidade e força para as pessoas no Twitter. Se for consistente com o que as pessoas querem fazer, vamos explorar.

Como eu disse no #flight, se decidirmos seguir em frente com o que exploramos, diremos de antemão aos desenvolvedores, para que possam se preparar de forma compatível.

(Por último: adoro as tweetstorms [sequências de tuítes de um mesmo autor]. Elas não irão embora.)”

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Ou seja, parece bastante claro que o Twitter quer permitir mensagens mais longas, mas sem trair o espírito da rede social, caracterizado por textos breves e velozes. Razão pela qual esse texto mais longo poderia aparecer inserido, de modo semelhante ao que acontece com as imagens, como um extra que só se veria completamente ao apertar um botão de “ver mais”, ou simplesmente entrando no tuíte. Faz sentido: é estranho que a rede permita imagens, GIFs e vídeos, mas não algumas palavras a mais.

Isso poderia ajudar a rede a resolver um dos seus principais problemas: conseguir que os novos usuários fiquem. A limitação de caracteres parece pouco intuitiva, e é um dos elementos mais difíceis de habituar nos primeiros dias. Também é uma forma evitar os links para outros meios ou blogs, pois será possível colar o texto inteiro, criando o que o site Slate chama de “um jardim cercado”. Isso poderia levar os tuiteiros a passarem mais tempo nessa rede.

Mas os usuários habituais não são muito favoráveis a essa novidade. Não só defendem a capacidade de síntese necessária para escrever um tuíte (sob o risco de perder informação e nuances), como também há muitos que temem encontrar textos tediosos e com mais publicidade. Além disso, fala-se na possibilidade de que o Twitter acabe perdendo a sua personalidade e virando um Facebook a mais.

O temor é compreensível: 10.000 caracteres são três páginas, umas 1.500 palavras, mais ou menos, dependendo das páginas e das palavras. Normal que alguns não tenham achado muita graça na terrível possibilidade de se deparar, por exemplo, com um textão como este do The Guardian sobre os 10.000 caracteres do Twitter, que usa, precisamente, 10.000 caracteres. E eu poderia colar quase três vezes este mesmo texto que você está lendo, sem contar os tuítes. Não sei se queremos.

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