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AO VIVO | Conselho de Ética tem tapas e bate-boca sobre processo de Cunha

Conselho de Ética da Câmara volta a analisar processo sobre a cassação do deputado Novo relator diz que apresenta parecer sobre o caso na terça que vem

Deputados saem no tapa durante sessão do Conselho de Ética, nesta quinta.
Deputados saem no tapa durante sessão do Conselho de Ética, nesta quinta. Luis Macedo

O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados voltou a analisar, na manhã desta quinta-feira, após cinco adiamentos, se dará continuidade às investigações contra o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB), por quebra de decoro parlamentar. A abertura do processo pode culminar na cassação do deputado, investigado pela Operação Lava Jato, por suspeita de envolvimento com o esquema de desvios da Petrobras. A sessão começou com clima tenso, bate-boca e agressão entre os parlamentares. Na quarta-feira, aliados do peemedebista destituiram Fausto Pinato (PRB-SP) da relatoria após mais uma manobra. Seu substituto, Marcos Rogério (PDT-RO), disse que entrega um novo relatório sobre o processo na próxima terça-feira, dia 15. Assim, Cunha ganha tempo.

Acompanhe em tempo real a sessão.

Deputados de seis partidos pedem que STF afaste Cunha http://cort.as/aFbW
Aliados de Cunha prometem recorrer. Quer funcione a estratégia ou não, seguimento do processo fica para 2016. Leia a reportagem de Afonso Benites do dia em que o Conselho de Ética foi encurralado http://cort.as/aFKF
Questionado sobre se anunciaria sua renúncia, Cunha foi taxativo: "Em hipótese alguma".
Sobre a decisão do Conselho de Ética de hoje, diz: "É para jogar pra plateia. Vou apresentar meu recurso, naturalmente".
"Eu sou absolutamente inocente", diz Cunha. "A transcrição da delação não bate com o vídeo da delação. Mas tudo bem. Estamos aqui sujeitos como qualquer brasileiro a ser investigados. Não tenho nenhum problema da minha parte. Mas estranho".
"O assalto da Petrobras foi feito pelo PT", insiste Cunha em coletiva de imprensa. "[A operação da PF] é um sinal de que eles não têm provas", argumenta. "Eu sou um desafeto do Governo, todos sabem disso. Nada mais natural que eles busquem a revanche".
"Causa muita estranheza essa concentração em cima da gente", continua Cunha. "Estranho profundamente".
"Todos nós sabemos que foi o PT que assaltou o país. E aí de repente fazem uma operação contra o PMDB. Tem alguma coisa estranha do ar", diz Cunha. "Só aqueles que não são do PT são alvo de operações até agora".
Eduardo Cunha fala sobre as buscas da PF em suas residências em Brasília e no Rio: "Até aí nada demais. Eu mesmo falei que acordo às 6h da manhã e que a porta da minha casa estava aberta".
O julgamento de Cunha pelo Conselho de Ética só será concluído entre março e abril do ano que vem. Tudo depende de dois fatores: se haverá recesso parlamentar e se o peemedebista renuncia ou não à presidência da Casa.
Os aliados de Cunha recorrerão à Comissão de Constituição e Justiça para anular a decisão que impediu o pedido de vistas do relatório de Marcos Rogerio.
A abstenção foi do presidente do Conselho de Ética, José Carlos Araújo (PSD-BA), que de acordo com o regimento só vota em caso de empate.
Votaram contra o parecer preliminar: Cacá Leão (PP-BA), Erivelton Santana (PSC-BA), Paulo Pereira (SD-SP), Ricardo Barros (PP-PR), Vinícius Gurgel (PR-AP), Washington Reis (PMDB-RJ), Wellington Roberto (PR-PB), João C. Bacelar (PR-BA), Manoel Junior (PMDB-PB).
Votaram a favor: Arnaldo Faria Sá (PTB-SP), Fausto Pinato (PRB-SP), Júlio Delgado (PSB-MG), Leo de Brito (PT-AC), Marcos Rogério (PDT-RO), Nelson Marchazan (PSDB-RS), Paulo Azi (DEM-BA), Sandro Alex (PPS-PR), Valmir Prascidelli (PT-SP), Zé Geraldo (PT-PA), Rossoni (PSDB-PR).
Termina a sessão no Conselho de Ética da Câmara.
Em resumo: o Conselho de Ética da Câmara decide continuar investigado o presidente da Casa, Eduardo Cunha.
Após a defesa de Cunha, o relator terá 40 dias úteis improrrogáveis para apresentar relatório com parecer final pela cassação ou não do mandato. O relatório deverá, então, ser votado pelo Conselho de Ética.
Com o relatório preliminar aprovado, uma cópia da representação será remetida para Eduardo Cunha. O acusado tem prazo de 10 dias úteis para apresentar sua versão dos fatos, o que inclui a defesa escrita, indicar provas e testemunhas (no máximo oito).
Placar da votação: 11 a favor do parecer do relator, 9 contra e 1 abstenção. Conselho aprova o parecer preliminar do relator Marcos Rogério.
Faltam os votos de 3 dos 21 deputados titulares: Paulinho da Força, Ricardo Barros e Sergio Brito. Araújo vai dar um prazo de 5 minutos para que apareçam. Caso contrário, vai convocar os suplentes.

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