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China supera EUA como maior importador mundial de petróleo

Compras do país asiático em abril totalizaram pela primeira vez 7,4 milhões de barris/dia

Tanque de petróleo em uma refinaria de Wuhan (Chinesa).
Tanque de petróleo em uma refinaria de Wuhan (Chinesa).D.Shen (REUTERS)

Os Estados Unidos ainda são a maior economia do mundo, mas, dado após dado, a China consolida-se como o maior importador de matérias-primas do planeta. E o petróleo, um mercado simbólico e determinante, é o último a confirmar essa tendência que não para e que reorienta o comércio internacional do Ocidente para o Oriente. Segundo dados compilados pela Reuters, o gigante asiático importou cerca de 7,4 milhões de barris por dia no mês passado, o que representa um novo recorde. Por outro lado, as compras dos EUA em abril ficaram em 7,2 milhões de barris/dia.

A China ultrapassa assim os Estados Unidos como maior importador mundial de petróleo, embora a diferença seja tão pequena que ainda pode haver uma troca de posições nos próximos meses. Mas não na tendência de médio prazo: a economia asiática já é a que mais consome energia no mundo e, também, a que mais utiliza matérias-primas, seja carvão, petróleo ou todos os tipos de metais.

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O contraste com os EUA aqui é claro: o desenvolvimento de novas técnicas, como o fraturamento hidráulico, permitiu que a economia norte-americana aumentasse a extração de petróleo dentro de suas fronteiras, até o ponto de o Governo Barack Obama permitir, de forma pontual, a exportação da commodity para a Coreia do Sul, outro grande importador do ouro negro. Resumindo, enquanto a China multiplicou por sete as compras de petróleo em pouco mais de duas décadas, os Estados Unidos reduziram as importações de dez milhões para pouco mais de sete milhões de barris diários.

A primazia chinesa no mercado internacional de petróleo já havia sido antecipada pela Agência de Energia dos EUA (EIA, na sigla em inglês), que previu a ultrapassagem no final de 2013, embora esse cálculo usasse uma estimativa indireta —importação líquida como diferença entre produção interna e consumo— e incluísse a compra de petróleo e outros combustíveis líquidos.

Os dados coletados pela Reuters diretamente nos mercados surpreenderam os especialistas de certo modo, que antecipavam uma freada das importações de petróleo pela China devido à desaceleração do crescimento econômico, com taxas anuais do PIB de cerca de 7%, o ritmo mais baixo em 25 anos.

A informação dada à agência de informações financeiras é que as empresas chinesas estão aproveitando o baixo preço do petróleo neste período (ainda abaixo de 70 dólares, ou cerca de 212 reais, por barril, comparado aos mais de 100 dólares há um ano) para comprar e armazenar a matéria-prima, com a perspectiva de que as medidas de estímulo de Pequim, como o recente corte da taxa de juros, o terceiro em três meses, reativem a economia nos próximos meses.

“Definitivamente vão continuar comprando petróleo até completar a nova capacidade de armazenamento, seja comercial ou estratégica”, afirmou à Reuters Seng Yick Tee, diretor da SIA Energy, em Pequim. Fontes do mercado confirmam que empresas como Unipec e China Oil —que são os braços comerciais das petrolíferas estatais—, Sinopec e PetroChina lideram agora operações de compra sem precedentes.

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