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Protesto contra nova sede do BC Europeu termina com 350 presos

Protesto em frente ao edifício, que custou 4,1 bilhões de reais, deixa dezenas de feridos Draghi responde aos manifestantes: “Não oferecem soluções aos desafios atuais”

Deveria ser um grande dia para o Banco Central Europeu (BCE), mas se tornou uma batalha campal. A inauguração da nova sede do BCE, em Frankfurt, cujo custo chega a 1,2 bilhão de euros (4,1 bilhões de reais), foi manchada pelos confrontos. A polícia da cidade informa em sua conta no Twitter que 350 pessoas foram presas por perturbação da ordem pública. Os manifestantes, alguns encapuzados, lançaram pedras, levantaram barricadas e bloquearam várias ruas com cestos de lixo e pneus incendiados no centro da capital financeira da Alemanha. Pelo menos sete carros da polícia foram incendiados, e há dezenas de feridos. O presidente do BCE, Mario Draghi, considera o novo edifício um símbolo do “melhor que a Europa pode conseguir junta.”

Assim que começou seu discurso, por volta das 11h30 na hora local (7h30 em Brasília), Draghi mencionou os manifestantes nas ruas de Frankfurt. “Dizem que a Europa está fazendo muito pouco. Outros, como os populistas, dizem, por sua vez, que está fazendo demais. Mas nenhum dos dois oferece soluções aos desafios que temos hoje”, disse o chefe do BCE.

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Draghi concorda com os manifestantes que “a solidariedade é um elemento central para a integração europeia”, mas faz ressalvas a esse discurso. “A zona do euro não é uma união política na qual alguns países tenham que pagar permanentemente por outros”, acrescentou durante um evento que contou com a presença dos governadores dos bancos centrais nacionais da zona do euro. Portanto, as acusações contra o BCE são, segundo Draghi, “injustas”.

Os organizadores da manifestação, um grupo chamado Blockupy, em alusão ao movimento Occupy Wall Street de 2011, estimam que 10.000 pessoas participaram do protesto diante da sede do BCE. O Blockupy quer dar voz aos elementos mais críticos em relação a instituições como a troika, o organismo formado pelo BCE, pela Comissão Europeia e pelo Fundo Monetário Internacional, que supervisiona as reformas em países que foram resgatados na zona do euro. “Nosso protesto é contra o BCE como membro da troika que, apesar de não ter sido eleita democraticamente, dificulta o trabalho do Governo grego. Queremos que as políticas de austeridade terminem”, afirmou à Reuters Ulrich Wilken, um dos organizadores da manifestação. “Queremos um protesto pacífico, mas barulhento”, destacou.

O edifício, no qual boa parte dos funcionários do BCE trabalha há dois meses, custou mais de 1,2 bilhão de euros, 350 milhões a mais do que a estimativa inicial. São torres gêmeas de 182 metros de concreto, vidro e aço, cuja construção levou 12 anos. A instituição teve que continuar pagando o aluguel (de 200.000 euros por mês) de sua antiga sede, a Eurotower, para acomodar milhares de empregados contratados para as novas tarefas de supervisão. A instituição financiou toda a operação com recursos próprios.

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