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Contas do Governo têm o maior déficit desde 1997

Gastos no último ano da primeira gestão de Dilma Rousseff foram 17,2 bilhões de reais maiores do que a arrecadação. O resultado é o oposto do superávit esperado

São Paulo -
Dilma Rousseff chega à cúpula da CELAC na Costa Rica.
Dilma Rousseff chega à cúpula da CELAC na Costa Rica. Alexander Otarola (EFE)

Apesar de ter adiado ou cortado o pagamento de ao menos oito bilhões de reais neste final de ano, as contas do Governo Dilma Rousseff (PT) registraram no acumulado de 2014 um déficit de 17,242 bilhões de reais, o pior desempenho da história desde 1997, quando começou a ser feito o registro da série histórica.

Os resultados divulgados pela Secretaria do Tesouro Nacional nesta quinta-feira demonstram que os gastos públicos no último ano do primeiro mandato de Rousseff foram maiores do que a arrecadação, prejudicada pelas dificuldades no cenário econômico e por medidas de desoneração tributária. O resultado: enquanto as despesas totais subiram quase 13% no ano passado, as receitas aumentaram apenas 3,6%. No início do ano, o Governo havia prometido fechar o ano com um superávit de 80,7 bilhões de reais em suas contas.

Para cobrir o rombo, o Governo teve que recorrer a empréstimos privados. Por isso, essa piora fiscal tem um reflexo na dívida pública bruta, que no final do ano passado já estava em 63% do Produto Interno Bruto (PIB), o maior percentual desde outubro de 2009.

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O déficit representa 0,34% do Produto Interno Bruto Brasileiro (PIB). Em 2013, houve um superávit de quase 77 bilhões (ou 1,59% do PIB). Com as mudanças feitas na economia já no início deste segundo mandato, a equipe de Rousseff espera fechar 2015 com 55,3 bilhões em caixa.

A área econômica é o calcanhar de Aquiles de Rousseff, área em que recebeu as maiores críticas durante a campanha eleitoral do ano passado. Ao iniciar o novo mandato, ela prometeu uma série de ajustes na área e começou com a indicação de um ministro da Fazenda mais próximo do mercado, Joaquim Levy. Já em janeiro, ele anunciou medidas para elevar a arrecadação do Governo, como a alta de impostos.

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