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Uma tornozeleira para controlar o ‘homem-bomba’ da Petrobras

Paulo Roberto Costa ficará detido sob vigilância eletrônica em sua própria casa, no Rio

Paulo Roberto Costa, em depoimento na CPI da Petrobras, em setembro.
Paulo Roberto Costa, em depoimento na CPI da Petrobras, em setembro.Geraldo Magela (Ag. Senado)

O homem-bomba da Petrobras deixou a prisão em que estava em Curitiba e passará a cumprir prisão domiciliar no Rio de Janeiro. O engenheiro Paulo Roberto Costa, de 60 anos, ex-diretor de abastecimento da maior companhia brasileira, recebeu o benefício após delatar quase três dezenas de políticos, doleiros e empresários por participarem de um suposto esquema ilegal que desviou cerca de 10 bilhões de reais dos cofres públicos. O dinheiro seria usado para financiar obras da petroleira.

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Após ficar detido cerca de três meses na carceragem da Polícia Federal no Paraná, Costa ficará em sua casa, em Ipanema, no Rio, e será monitorado por uma tornozeleira eletrônica. Além disso, ficará sob a vigilância intensa de policiais federais. Diretor da petroleira por oito anos (durante os governos petistas de Lula da Silva e Dilma Rousseff), o engenheiro é considerado um dos líderes do esquema ilegal de pagamento de propina e de desvio de recursos de obras da Petrobras.

A advogada de Costa, Beatriz Catta Preta, considerou que a delação premiada assinada pelo seu cliente foi um sucesso, já que ele não ficou detido e ainda colaborou com a Justiça ao denunciar quem seriam os outros membros da suposta quadrilha. “A colaboração, decididamente, não é uma aventura jurídica quando acusação e colaborador cumprem o acordo. Missão cumprida”, afirmou a advogada.

Entre os denunciados por Costa estariam os presidentes do Senado, Renan Calheiros, e da Câmara, Henrique Eduardo Alves, e os governadores Cid Gomes (Ceará), Sergio Cabral (Rio de Janeiro), Cid Gomes (Ceará), Eduardo Campos (Pernambuco) e o ministro das Minas e Energia, Edison Lobão. Todos negam participação no esquema.

A advogada Catta Preta disse que Costa foi asfixiado com uma sucessão de ações penais e, por isso, decidiu assinar a delação premiada. O benefício também foi firmado por suas filhas Ariana, de 31 anos, e Shanni, de 33, e os maridos delas, Márcio Lewcowicz, de 35, e Humberto Mesquita, de 40. Os quatro estão sendo processados por ajudarem Costa a destruírem documentos que poderiam incriminá-lo no dia em que ele foi preso durante a Operação Lava Jato, da Polícia Federal.

Outro fato que pesou na decisão de Costa de colaborar com a Justiça foi a de que ele poderia ter uma pena superior a que o publicitário Marcos Valério teve no caso do mensalão petista, de 40 anos e 4 meses de detenção.

Nos três meses que ficou detido, Costa deu mais de cem depoimentos em que denunciava os participantes do esquema. Seus relatos acabaram forçando outro líder do esquema, o doleiro Alberto Yousseff, a pedir o mesmo benefício.

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