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A Telefónica explora novas compras no mercado brasileiro

A operadora não esconde seu interesse pela GVT, filial de banda larga da francesa Vivendi

R. M.
A sede de Vivo em São Paulo.
A sede de Vivo em São Paulo.N.DOCE (REUTERS)

O Brasil é o seu principal mercado, e a Telefónica quer que continue sendo. Com a desvalorização do real, as margens se estreitaram, e duas de suas três principais concorrentes –Oi e TIM Brasil– se encontram com problemas, por isso este é o momento propício para se reforçar. O segmento que apresenta maior capacidade de crescimento é o da banda larga fixa, onde quatro grupos dividem quase 90% do mercado, que ainda tem taxas de penetração muito baixas, de 35,5% da população.

Por isso, a Telefónica voltou seu interesse para a GVT (Global Village Telecom), a filial da francesa Vivendi, que possui 2,7 milhões de clientes de banda larga fixa. Junto ao grupo espanhol, alcançariam 30% desse mercado, superando os mexicanos do grupo Telmex (Net/Claro/Embratel), de Carlos Slim, que lidera esse segmento com quase 7 milhões de clientes. A Telefónica, que tentou adquirir a GVT em 2009, mas foi derrotada pela oferta da Vivendi, teme que algum concorrente chegue a um acordo com os franceses, cuja situação no mercado das telecomunicações não tem muito futuro por não contar com uma divisão de telefonia celular poderosa que lhe permita apresentar uma oferta convergente.

A operadora espanhola reconheceu na conferência com analistas realizada na semana passada que analisava possíveis oportunidades de consolidação no mercado brasileiro. “O Brasil não é ainda um mercado convergente (quanto a ofertas de telefonia fixa, móvel, TV e Internet), mas poderá ser no futuro. Analisamos todos os cenários e estamos preparados para atuar, se for necessário”, disse Ángel Vila, o diretor-financeiro da Telefónica quando lhe perguntaram sobre uma eventual compra da GVT. A Vivendi avaliou a companhia em 2,8 bilhões de euros (8,5 bilhões de reais) quando a adquiriu em 2009.

As autoridades que supervisionam a concorrência no Brasil têm a Telefónica na mira por sua participação no capital da TIM, com a qual compete no país por intermédio de sua filial Claro. Mas, paradoxalmente, o outro grande candidato a ficar com a GVT é precisamente a TIM Brasil. Entretanto, a fusão entre a brasileira Oi e a Portugal Telecom continua em perigo por problemas decorrentes da falta de pagamento de um empréstimo de 900 milhões de euros que a operadora concedeu ao grupo Espírito Santo, e que este não pôde devolver. A operadora portuguesa teve de revisar para baixo o acordo e conformar-se em receber uma participação de 25,6% na entidade resultante da fusão, frente a quase 40% quando se anunciou o acordo em outubro para a constituição da nova Oi.

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