14 fotosCenas da vida com uma bonecaJapão vende, todos os anos, cerca de 2.000 bonecas que servem como companheiras 11 jul. 2017 - 16:04BRTWhatsappFacebookTwitterBlueskyLinkedinLink de cópiaEm um país no qual a aversão ao contato físico é parte de sua identidade cultural, essas “rabu doru” (bonecas do amor) são um caminho alternativo para as relações interpessoais.BEHROUZ MEHRI (AFP)Masayuki Ozaki, fisioterapeuta de 45 anos, comprou uma dessas “rabu doru” depois que se separou da esposa. Uma decisão que o levou a desfrutar muitos momentos com quem diz ser a mulher de sua vida.BEHROUZ MEHRI (AFP)Uma boneca como Mayu, que ganha joias e roupas de Masayuki Ozaki, custa 20.000 reais.BEHROUZ MEHRI (AFP)Ozaki descobriu esse fenômeno através de uma revista especializada que caiu em suas mãos. Ele conheceu Mayu em uma exposição de bonecas de silicone.BEHROUZ MEHRI (AFP)“Seja qual for meu problema, Mayu está sempre aqui. Eu a amo muito e sonho em levá-la ao paraíso” afirma Ozaki. Com ela, mantém uma relação estreita que sua família achou difícil de aceitar no começo. “Quando minha filha entendeu que não era uma boneca Barbie gigante, pensou que era nojento, mas agora já está mais velha. Até compartilha roupas com Mayu”, explica o fisioterapeuta.BEHROUZ MEHRI (AFP)“Para mim, ela é humana”, diz Senji Nakajima. Este empresário de 62 anos, casado e com dois filhos, vive com Saori, sua companheira de silicone.BEHROUZ MEHRI (AFP)Apesar de ter esposa e filhos, Nakajima diz que Saori é quem realmente o faz feliz. Este empresário confessa que seu coração bate “a mil por hora” quando volta para casa com ela.BEHROUZ MEHRI (AFP)O tratamento que Senji Nakajima dispensa à sua “rabu doru” vai além da afinidade e do carinho. Este sexagenário não duvida em reconhecer que “nunca a trairia com ninguém”.BEHROUZ MEHRI (AFP)Estas bonecas evoluíram na busca da plena satisfação do comprador. O vinil e o látex deram lugar em 2001 ao silicone. As partes fixas se tornaram cabeças e vaginas intercambiáveis.BEHROUZ MEHRI (AFP)Hideo Tsuchiya, o diretor de uma das principais empresas fabricantes, Orient Industry, vê o desenvolvimento da tecnologia como o principal fator que possibilitou grandes progressos nesta área. Na sua opinião, agora elas têm um aspecto mais autêntico, muito perto o oferecido pela pele humana.BEHROUZ MEHRI (AFP)Para Yoshitaka Hyodo, blogueiro de 43 anos e com namorada, a companhia das “nabu doru” faz com que tenha mais autoconfiança. As mais de 10 bonecas que ele possui servem para se aliviar emocionalmente.BEHROUZ MEHRI (AFP)Na complexa missão de dotar estes seres inanimados de uma alma, os proprietários tratam essas réplicas como outros seres humanos. Vestem, levam para passear e amam como se fosse outra pessoa.BEHROUZ MEHRI (AFP)“Esta atitude é influenciada principalmente por um sistema tão individualista como o que predomina no arquipélago japonês, embora não possamos generalizar”, explica o psicólogo e presidente da Associação Mentes Abertas, Ignacio Calvo.BEHROUZ MEHRI (AFP)Se algo têm em comum todos aqueles que se juntaram a este universo das “bonecas do amor”, é que para eles não são um mero objeto sexual. São companheiras com quem compartilhar a vida.BEHROUZ MEHRI (AFP)